5 lições que todo viajante aprende em Cuba

Paciência e desapego com o celular são coisas que aprendemos ao viajar para os anos 1950

Em parceria com Viajala Brasil
31/08/2018 18:53 / Atualizado em 05/05/2020 11:48

Cuba é um país encantadoramente peculiar. As cores, a gastronomia e a música são inacreditáveis, mas muitos aspectos da cultura local podem tornar uma viagem pra lá bastante trabalhosa.

No final de 2015, os governos de Cuba e Estados Unidos, na época com Barack Obama, anunciaram uma retomada de relações, o que fez com que mochileiros do mundo todo começassem a programar uma viagem para a ilha, temendo que uma abertura mude a sua essência.

Logo depois do anúncio, no primeiro semestre de 2016, Cuba percebeu um aumento de 12% de turistas.

País cheio de contrastes, Cuba faz o viajante pensar que chegou em outro século
País cheio de contrastes, Cuba faz o viajante pensar que chegou em outro século - Luísa Dalcin/Viajala

A equipe do blog do Viajala.com.br passou mais de um mês em Cuba em 2014 e conta as principais lições que qualquer viajante aprende ao visitar o país.

1 – Desconectar faz bem

Fazer um detox de Instagram, Facebook, e-mail, faz com que a atenção se volte completamente para a estrada, o mar, a comida, os edifícios, as pessoas. Viajar para um país completamente diferente do seu, com uma linha do tempo distinta –afinal, Cuba parece ainda não ter saído dos anos 1950– tem menos sentido se você fica conectado com a sua realidade o tempo inteiro.

Ficar offline é essencial para mergulhar de cabeça em cada cidade visitada, para conversar mais, aprender mais e fazer amigos no bar com mais facilidade.

Cuba possui cenários incríveis e selvagens
Cuba possui cenários incríveis e selvagens - Luísa Dalcin/Viajala

2 – Paciência é uma arte

Você precisa reservar um hotel para seu próximo destino. Sem internet, você vai até uma pequena agência de turismo e aguarda mais de uma hora para ser atendido. Quando chega na sua vez, o atendente abre um fichário gigante, recheado de folhas de ofício em sacos plásticos com dados de hotéis –sem foto nenhuma–, e pede que você escolha um.

Em seguida, ele pede licença, corre até o orelhão da esquina, onde consulta a disponibilidade do hotel por telefone, e volta 10 minutos depois. “Desculpa, este está lotado! Quer escolher outro?”. E isso se repete várias vezes, até que um dos hotéis consultados tenha vaga para as suas datas. Você paga em dinheiro, recebe como garantia um papelzinho escrito à mão e voilà! Hotel reservado!

Essa cena pode facilmente acontecer em Cuba, onde a informalidade nos serviços é muito comum. O banco que deveria ficar aberto até às 16h pode fechar às 15h, o ônibus que deveria sair às 17h pode sair às 19h. O jeito é fazer meditação – Cuba tem o poder de deixar qualquer viajante calminho, calminho.

3 – Planejamento é essencial

Não tem nada de errado em fazer o roteiro da viagem minutos antes de sair do hostel – pelo contrário, é até divertido. Mas a gente confia no celular para tudo –é só buscar ali o endereço do restaurante, do hotel, do museu.

Embarcar em uma viagem onde o celular acaba servindo mais de despertador do que de qualquer outra coisa exige uma programação melhor. E isso é importante: em qualquer viagem, você pode ficar sem bateria, sem luz, perder seu carregador, ser roubado ou seu celular pode estragar. Tenha sempre um papel guardado num cantinho da mala com as anotações importantes, como endereços de hotéis, estações de metrô mais próximas, horários e números de voos…

Em Camaguey, estátuas marcam a praça principal
Em Camaguey, estátuas marcam a praça principal - Luísa Dalcin/Viajala

4 – Abrace as imprevisibilidades

“Não temos ideia de onde está o avião”, justificou a funcionária do aeroporto quando questionamos sobre o voo para Santiago de Cuba que estava três horas atrasado. Depois de uma noite sem dormir no aeroporto, um avião desaparecido e nenhuma resposta, o voo foi cancelado, abrimos mão da hospedagem já paga no destino e fizemos o trajeto de 900 km por terra ao longo de mais de uma semana, rachando carros coletivos com outros viajantes e parando em várias cidadezinhas pelo caminho.

Foi estressante? Foi. Mas acabou sendo uma saída sensacional –e todo perrengue vira uma ótima história pra contar. Nem tudo sai como planejamos, seja em Cuba ou em qualquer lugar. A frustração não pode ganhar muito espaço para não estragar a viagem.

O mar de Varadero tem diversos tons de azul
O mar de Varadero tem diversos tons de azul - Luísa Dalcin/Viajala

5 – Conviva mais

Pode ser tentador ir para uma ilha caribenha paradisíaca e não sair da espreguiçadeira na beira da praia, mas vagar por Havana e pelas pequenas cidades cubanas do interior abre portas para um mundo que não está nos outdoors de turismo.

Os cubanos são um povo caloroso, atencioso, que adora bater papo. A coisa mais bacana é sentar com locais na mesa do boteco para jogar conversa fora e conviver com as famílias cubanas ao se hospedar em suas casas e fazer as refeições com elas –a gente explica aqui no blog do Viajala como fazer reserva na casa de uma família cubana. Saber suas histórias, comer sua comidinha caseira e entender suas vidas no país é um dos pontos altos de uma viagem como essa.