5 palpites que quem viaja com filho pequeno já cansou de ouvir

Por The Veigas

Escolher viajar e levar as crianças junto é um processo: entender que é possível, acreditar que o passeio não vai ser caótico e, acima de tudo, ter a certeza de que vale a pena.

Como qualquer outra atividade relacionada a crianças pequenas, o turismo em família atrai os mais variados –e não solicitados– palpites. Veja a seguir os principais e como combatê-los.

1 – É perigoso

Perigoso é ficar em casa jogando vídeo game e comendo salgadinho o dia inteiro. Viajar é colocar a criançada para correr livre, sujar a roupa e conhecer novos hábitos. Quem mora em grandes metrópoles (apesar de que esse problema tem afetado cidades de todos os portes) já está exposto a perigos e sabe reconhecer lugares a se evitar. Não estamos defendendo férias em zonas de conflito, é claro, mas a maioria do planeta está coberta de lugares minimamente seguros que receberão as crianças de braços abertos.

Converse com famílias que viajam e você certamente se sentirá mais seguro.

Chico, em um acampamento nômade na Mongólia, brincando com o filho da família anfitriã

2 – As crianças vão atrapalhar

De fato, algumas atividades não são ideais para crianças, como escaladas, mergulhos, shows e longas caminhadas. Mas há uma infinita gama de opções que conseguem acomodar os pequenos sem sofrimento. Muitos restaurantes, por exemplo, oferecem mimos, como lápis de cor e papel para entreter as crianças enquanto os adultos curtem uma boa refeição. Até mesmo estabelecimentos estrelados costumam ser receptivos.

Filas extensas e trajetos demorados, como uma viagem de carro ou de avião, podem deixar as crianças impacientes. Mas quem não fica? Até os adultos torcem o nariz e perdem a paciência nessas horas. O segredo é buscar distrações, como um livro ou um desenho no celular.

Nós três, depois de quase 4 mil quilômetros, numa aventura de carro pela África do Sul e Namíbia

3  – Bebês e crianças pequenas não vão se lembrar de nada

Você deixa de brincar com seu filho só porque ele é pequeno e não vai se lembrar depois? Não, né?

E as lembranças são apenas parte do barato. A interação com crianças de outras nacionalidades, a capacidade de reagir a imprevistos e aprender a esperar são algumas das conquistas que não estão diretamente ligadas às recordações. Viajar é um investimento na formação do caráter.

Em um momento de pai para filho, Chico e Edison contemplam Baikal, o maior lago do mundo, no interior da Rússia

4  – Mas e se ele ficar doente?

Antes de tudo, nem pense em viajar sem seguro. Em muitos países a entrada de turistas é condicionada a uma apólice. Mesmo se facultativo, faça uma. Consulte sua operadora de cartão de crédito. Muitas oferecem seguro grátis quando se usa o cartão para comprar as passagens. Veja se é seu caso e se é preciso gerar algum documento antes da viagem para garantir esse direito.

Também não se esqueça de manter as vacinas em dia. Muitos países exigem a proteção contra a febre amarela, comprovada pela carteirinha internacional. Se vocês tomaram a vacina em um posto comum, procure uma agência da Anvisa (geralmente localizada em aeroportos) para fazer a conversão e leve a carteirinha para qualquer destino. Pode acontecer de um país mudar as regras de uma hora para a outra e vocês perderem o embarque por conta disso.

Se seu pediatra der qualquer tipo de assistência remota, leve o número dele e não hesite em procurá-lo em caso de dúvidas. Dependendo da gravidade da situação, pode ser, sim, que vocês tenham de voltar para casa –mas, convenhamos, trata-se de uma possibilidade remota. As chances de tudo dar certo são muito, mas muito, maiores.

hico em Montevidéu, Uruguai, protegido do frio

5 – Eles vão estranhar a comida

Talvez. Dependendo dos hábitos da família, talvez os adultos também estranhem. Mas procure no Google pela notícia: “Turista morre de fome por ter estranhado a comida”. Você não vai achar nada porque ninguém morre de fome assim. Sempre se dá um jeito, seja com bolachas emergenciais na mochila ou com um restaurante coringa que sirva bife com batata frita.

Lugares exóticos podem, inclusive, despertar novos hábitos alimentares e abrir portas para novos sabores. E lembre-se, ninguém vai morrer de fome viajando.

o Zimbábue, Chico vendo o que tinha no café-da-manhã. Não quis comer, mas não morreu de fome por causa disso

*The Veigas são a designer Mariana, o jornalista e escritor Edison e o pequeno Chico –que tem 4 anos e já participou de aventuras em 18 países diferentes. Atualmente, eles moram em Milão. Suas histórias estão em www.facebook.com/theveigas e www.instagram.com/the_veigas.