7 trekkings épicos para fazer antes de ‘pendurar as botas’
Você já cansou da mesmice dos roteiros outsiders ou esgotou seu repertório de aventuras? Conheça então sete trekkings escolhidos pela “National Geographic”, alguns onde a natureza nem sempre está sob controle, outros valem pelas paisagens deslumbrantes ou pela espiritualidade do percurso.
1- The Snowman Trek (Butão)
Já dissemos que as as caminhadas são épicas, portanto não desista de se programar para esse trekking em um dos mais isolados países do planeta. A Snowman Trek percorre aproximadamente 350 km de trilhas entre a fronteira do Butão com Tibet. O percurso considerado dos mais difíceis do mundo cruza 11 desfiladeiros com mais de 4.500 metros de altura, com vistas panorâmicas do Himalaia e dos poderosos cumes do Zogophu Ghamp e do Jomolhari, ambos ao redor de 7.200 m. Giravolteia pelas remotas aldeias de Layap e Thanza, com seus templos budistas, encantadoras crianças e hospitaleiros pastores.
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Os guias afirmam que somente metade dos que iniciam a caminhada alcançam o ponto final. Você acredita nisso? Faça a prova!
Quando ir: outubro e abril oferecem as únicas janelas possíveis, um mês para evitar a neve de inverno, outro as chuvas das monções, no verão. Ah! Tava esquecendo, talvez a maior dificuldade: os preços cobrados pelos guias e a estadia no país são altas. Reserve algo próximo dos US$ 9 mil.
2- Hayduke Trail (EUA)
Você tem que ser um papa-léguas para completar os 1.200 km desse trekking no sudoeste dos Estados Unidos. Hayduke não tem uma trilha determinada, mas sim 14 trechos para melhor explorar a misteriosa cadeia das Montanhas Rochosas.
O roteiro privilegia todo tipo de caminhante, quem fizer o trajeto completo pode serpentear seis espetaculares parques nacionais do Colorado: Plateau-Arches, Canyonlands, Capitol Reef , Bryce Canyon, Grand Canyon e Zion. A altura média da trilhas fica ao redor dos 600 m, com exceção dos que sonham alcançar os 4.000 m do cume do Monte Ellen.
Quando ir: março a maio e setembro a novembro oferecem as melhores temperaturas.
3- Laugavegur Trek (Islândia)
Deixe de discernir sobre a fronteira entre realidade e ficção de um trekking que se juntam no seu imaginário, Vá em frente! Nessa linha fronteiriça se situam todas as caminhadas desse pais salpicado de cachoeiras, glaciares, gêiseres, vulcões com lavas ainda quentes, águas termais e montanhas multicoloridas.
A trilha de Laugavegur que se inicia em Landmannalaugar não é famosa por ser radical, mas sim pela exuberante paisagem. O percurso de apenas 80 km (ida e volta) pode ser realizado por todos apaixonados pela natureza extrema, mas acolhedora.
Quando ir: verão europeu, de final de junho a meados de setembro
4- Israel National Trail (Israel)
Se você curte caminhadas em rotas espirituais, que nos perdoe Santiago de Compostela, mas depois de percorrer os 1.000 km dessa trilha em território israelita é bem capaz de se tornar profeta, tal a força espiritual que ela imprime. Muitos trechos foram percorridos por personagens bíblicos.
Esse caminho tem como ponto de partida as águas do Mar Vermelho e termina na fronteira do Líbano. Cruza desertos de pedras vermelhas e áridas sob calor ostensivo, ou perambula entre florestas verdejantes, montanhas rochosas e desfiladeiros. No trajeto, o ‘peregrino’ se encosta nas colinas de Jerusalém, serpenteia a costa mediterrânea até a região norte da Galileia, andarilha pelo deserto do Negev e se banha no rio batismal Jordão. Por fim, ufa! mergulha nas ondas abaixo do nível do mar do Mar da Galileia. Benza a Deus!
A trilha toda é bem assinalada e pode ser dividida em 12 roteiros. Caso não tenha tempo para o trajeto completo, os guias fazem itinerários alternativos como a escalada de cinco quilômetros até o topo do Monte Tabor, a Igreja da Transfiguração com vista para o Vale de Jezreel até o Monte Carmelo; a Galileia e os Altos do Golã.
Quando ir: Evite o calor, os meses ideais vão de fevereiro a maio ou outubro a dezembro.
5- Santa Cruz Trek (Peru)
Esta trilha é tão misteriosa e interessante que se fez justiça ao incluí-la na lista da National Geographic. Integrada em parte ao Parque Nacional de Huascarán, Patrimônio Mundial da Unesco, por sua riqueza geológica e vida selvagem. O Santa Cruz Trek é uma virada para aqueles que desejam fugir da multidão que percorre a Trilha Inca.
Com roteiro visual dos mais atraentes, o trekker se aventura na espinha da cordilheira Branca, a maior concentração de cumes majestosos no hemisfério sul, quase todos acima de 6.500 m de altitude. Nessa ‘tournée’ avizinha-se a vales, desfiladeiros, glaciares, rios furiosos e lagunas coloridas. Precisa mais?
Comece e termine sua jornada em Huaraz, conhecida como a “capital do trekking do Peru”. A partir desse animado lugarejo, organize sua caminhada, com ou sem guias, para rotas mais ambiciosas, como o Circuito Huayhuash de 11 dias que atravessa a Punta Coyoc, com 6.000 m, ou até mesmo para circuitos rápidos de 50 km que alcançam, por exemplo a Laguna Churup, com águas azuis brilhantes.
Quando ir: maio a setembro, durante a estação seca.
6- Torres del Paine (Chile)
O turismo aventura no Chile está com tudo e não está prosa. Não por menos, pela terceira vez consecutiva foi premiado pelo World Travel Awards, e muito se deve aos trekkings no Parque Nacional Torres del Paine. As paisagens dramáticas elencam rochedos feéricos, glaciares e lagunas coloridas povoadas de guanacos, vicunhas, raposas, pumas e condores.
Radicais ou nem tanto, os roteiros preparados pelos guias chilenos, de dia inteiro ou semana toda, têm em comum o que mais interessa ao aventureiro: a sensação de descobertas e liberdade.
Quando ir: o inverno é uma boa estação para os trekkers, no verão os dias são mais longos mas o vento é sempre forte e constante.
7 – Rota de Shackleton (Georgia do Sul)
Por último segue a trilha que consideramos a mais épica de todas, porque reune aventura e história. É imbatível! A começar pela motivação para realizar a caminhada.
Há vidas que merecem o aplauso, e a do irlandês Sir Ernest Shackleton é uma delas. Frente às adversidades ao comandar uma fracassada expedição à Antártida há mais de cem anos, ele precisou de coragem, inteligência, determinação e generosidade para salvar a vida de toda sua tripulação. Como é necessário um livro para resumir a saga de Shackleton que tem ares de ficção, deixamos a história para sua curiosidade e partimos direto para o trekking.
Conhecida como o Alpes do Atlântico, a ilha Geórgia do Sul está a 1.600 km da ponta da América do Sul, na Convergência Atlântica. É um dos mares mais bravios da Terra, o que de cara já espanta boa parte dos trekkers que para lá se dirigem.
Para um trekking único na vida, a trilha de Shackleton contempla a última etapa da epopeia para salvar sua tripulação que estava ao léu na Antártida. A partir da Baía do Rei Haakon, o comandante e dois tripulantes, desnutridos e exaustos, abriram caminho sem equipamentos adequados, entre cumes gelados, glaciares, e chegaram 35 km e três dias depois à estação baleeira (hoje abandonada) de Stromness. Percorrer o mesmo caminho de Shackleton é o objetivo de 100 trekkers que todo ano para lá se dirigem.
A Viramundo e Mundovirado fez parte do trecho final (5,5 km) do Shackleton Trek, conhecido como Shackleton Walk, uma pernada plana que vai da Baía Fortuna até Stromness.
Quando ir: O verão antártico, de 20 de dezembro a 20 de março, oferece a melhor janela de tempo. Vale saber que Shackleton fez o percurso em maio, já com o inverno a toda.