Amazônia: você não tem ideia do que está perdendo!

Por Karina Penna Neves

Sim, exatamente isso. Você realmente não tem ideia do que está perdendo. No meu último dia de Amazônia, eu só conseguia pensar: alguém me ajuda a entender o porquê não vim para cá antes?! Síndrome secular de povo colonizado que desvaloriza suas origens e riquezas, fantasia de que seria carregada por insetos ávidos, senso comum de “fazer o que no mato”? Não sei, mas se você também ainda não teve o prazer de respirar VIDA, eu recomendo que o faça!

Comunicado importante: não, você não vai ver onça. A onça fica mata a dentro, na parte selvagem da floresta, impossível e não recomendado você como turista “comercial” se aventurar neste nível. Se este é o seu drive, existe o Projeto Onçafari, no Pantanal, bem mais provável. Não se envergonhe se você faz confusão, maaaas o Pantanal está na região do Mato Grosso, enquanto a Amazônia está bem mais ao norte, na região do estado do Amazonas. Eu sei que você sabe a diferença… (#ContémIronia, é bom avisar).

O forte da Amazônia não é a fauna, mas sim a flora

O forte da Amazônia não é a fauna, mas sim a flora. De qualquer forma, você poderá ver, sem maiores esforços, jacarés, bicho-preguiça, botos cor-de-rosa, piranhas, pirarucu, araras, jaçanãs, garças, coruja, cobra, macaquinhos, iguanas. Pelo menos, euzinha consegui avistar todos estes animais em passeios nem tanto ousados pela floresta.

Na Amazônia sua acomodação poderá ser nos chamados hotéis de selva ou em barcos, que foi o meu caso. No barco você navega pelos rios Negro ou Solimões, de forma tranquila e vai parando para fazer os passeios nos igarapés e igapós (floresta alagada) em barcos ainda menores acoplados ao seu barco maior. Tem para todos os gostos e bolsos, desde um simplão onde o turista dorme em redes, como também em barcos 5 estrelas no sistema de resort all-inclusive como o IberoStarGrandAmazon. Seja num ou noutro esquema, certamente você terá contato semelhante com a selva, vai desfrutar das mesmas belezas e vai experimentar as comidas regionais, como o caldo de tacacá, o pirarucu ou a suculenta e saborosa costela de tambaqui.

Este post não pretende entrar nos pormenores operacionais para montar uma visita à Amazônia. Caso você queira uma ajuda para tanto, recomendo procurar a preparada agência Adventure Club Turismo (Carol ou Eliane), que pode te passar tudo sobre roteiros, preços, chegada-saída, clima, o que levar, quantos dias ficar, etc. O meu post é mais “sensorial” em relação ao primeiro contato com a Amazônia.

De uma forma geral, tem lugares grandiosos que viajamos e ficamos pensando o quão pequenos somos, ou o quão deslumbrante é determinada arquitetura, ou quão linda e organizada é determinada metrópole, ou mesmo quão limpa é determinada praia, enfim, o lance da Amazônia não é nada disso, o lance da Amazônia é uma sensação de VIDA difícil de descrever, diferente das dezenas de outros destinos que já conheci. Vamos ver alguns melhores momentos:

O amanhecer mais lindo que já vi até hoje, completamente cor de rosa! Vejam essa imagem tirada às 5h40 do barco por onde eu navegava (rio Negro). O que pensar? Nada, né, impossível, só contemplar e sentir, faltam palavras possíveis:

Amanhecer na Amazônia

Já na próxima foto é o encontro das águas, Negro (água escura) e Solimões (água barrenta), são diferentes e não se misturam devido ao PH, à velocidade da corrente, à densidade pelos sedimentos que são carregados, temperatura, etc. Ambos se unem e formam o rio Amazonas, que é o maior e mais volumoso rio do mundo! Nas cheias, de uma margem à outra pode chegar a 50 km! Inacreditável, não é?

O encontro das águas dos rios Negro e Solimões

Aqui é a foto de uma tribo indígena mostrando sua cultura, sua dança, tocam instrumentos e oferecem formigas com farinha aos visitantes. Experiência interessante. Os índios desta região evidentemente não são selvagens ou isolados, sabem falar português e lidam até com a tecnologia. Isso não os faz menos índios, já que nada tem a ver com o desejo de preservarem sua própria cultura, foi uma das ideias quadradas que me despi.

Índios mostram sua cultura aos turistas

Na próxima foto, vemos o maior golfinho de água doce do mundo, os botos cor-de-rosa, espécie muito comum na região da Amazônia, embora estejam passando por uma constante redução de população, dada a pesca e a própria poluição dos rios. São muito fofos e “sorridentes”:

Os botos cor-de-rosa, espécie muito comum na região da Amazônia

A vegetação realmente é o forte da viagem pela região Amazônica. Apesar do solo ser quimicamente pobre devida a alta quantidade de chuvas, a vegetação é exuberante e densa:

A vegetação realmente é o forte da viagem pela região Amazônica

O Brasil realmente é tão grande que nem nós temos dimensão de quanta coisa linda tem por aqui para conhecermos. Abrigamos simplesmente a maior floresta tropical do mundo. Não há lugar como este, um dos maiores habitats naturais da Terra, lar da maior biodiversidade de seres vivos que existem, responsável pelo regime de chuvas para o país, riqueza biológica, mineral, água… sua plenitude vai além do oxigênio mais puro que você vai respirar.

O Brasil realmente é tão grande que nem nós temos dimensão de quanta coisa linda tem por aqui para conhecermos

Não sei onde é o coração do mundo, mas o pulmão não tenho a menor dúvida onde é! Na Amazônia você vai experimentar o sabor de respirar doses cavalares de VIDA, e acreditem, a EXPERIÊNCIA é ÚNICA e INADIÁVEL!

A Amazônia é vida

Por Karina Penna Neves, 37 anos, paulista, advogada. Viciada em viagens, já passou por cerca de 40 países. Compartilha fotos de suas viagens ((inclusive desta!) no perfil @sabbaticallife.