Aos 200 anos, Maceió tem uma das melhores orlas urbanas do Nordeste
Por Eduardo Vessoni, do site Viagem em Pauta
E não precisa ir muito longe para ter diante dos olhos um dos cenários urbanos mais impactantes do Nordeste. Nada de deslocamentos longos ou perrengues em carros 4×4 para chegar às melhores faixas de areia da capital de Alagoas.
Está tudo ali mesmo, do outro lado da rua, em forma de mar de tons esverdeados com piscinas naturais de águas mornas protegidas por barreiras de corais e uma sequência de coqueiros que reforça todos os (bons) estereótipos que a gente espera de um destino do Nordeste.
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Maceió é a praia urbana com cenografia exagerada que faz a gente até pensar que está longe da cidade grande, é a piscina natural que brota bem na porta de casa, é a jangada colorida que desliza sem pressa e o bordado de filé que segue sendo tecido como coloridas redes de pescadores.
A capital de Alagoas é também a tapioca em forma de coração servida no restaurante regional, é a sequência criativa de pratos regionais que ganham contornos artísticos e praça de alimentação que vende comidas do mundo, em food trucks da Jatiúca.
Conheça piscinas naturais paradisíacas do Brasil
Dona de um litoral de 40 km de extensão, a cidade tem seu ponto de partida na orla principal, uma área de 6 km.
Orla principal
O pedaço de areia mais turístico de Maceió atende pelo nome de Pajuçara, conhecida pela concentração de hotéis e de barracas de praia. É dali que partem as tradicionais jangadas às piscinas naturais, localizadas a 2 km da costa. Ideal para famílias e crianças, o local é ponto de partida também para os mergulhos de batismo na exclusiva Praia do Amor.
A vizinha Ponta Verde, de águas com tons que a gente nem consegue classificar e piscinas naturais de fácil acesso, é a mais badalada de toda a orla urbana de cidade, cuja animação fica a cargo da discotecagem dos 4 DJ’s residentes da barraca Lopana. As águas calmas protegidas por barreiras de corais estimulam também a prática de esportes náuticos como Stand Up Paddle, caiaque e até windsurf, em dias com ventos mais fortes.
Aos domingos, das 8h às 16h, trechos da avenida Silvio Viana têm acessos apenas para pedestres e esportistas.
Outro endereço frequentado por turistas e moradores locais é a Jatiúca, praia com áreas de ondas mais fortes que atraem surfistas e conta com ciclovia, pista de corrida e barracas. A região abriga também o bairro Stella Maris, polo gastronômico com os melhores restaurantes do destino.
A mais afastada das praias urbanas é Cruz das Almas. A região que marca o fim da orla principal, ao norte da cidade, vem ganhando novos empreendimentos que devem dar outra cara para essa área isolada com pouca circulação de pedestres e trechos de calçadão ainda em construção.
Conhecido por suas águas mais agitadas e pela ausência de arrecifes, o local é um dos points de surfistas de Maceió, embora seja impróprio para banho, segundo o IMA (Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas).
Dizem que Maceió é uma cidade de primeira, mas basta engatar a segunda para o visitante se ver em outras paragens que, de longe, lembram a agitada orla urbana.
Conheça outras praias do destino:
Litoral sul
Diferente do que se costuma afirmar, as populares praias do Francês e do Gunga não ficam em Maceió e se localizam, respectivamente, nos municípios de Marechal Deodoro e de Roteiro.
O litoral sul da capital de Alagoas é marcado por longas faixas de areia pouco frequentadas por turistas, sobretudo por conta da falta de estrutura turística e das ondas fortes que atraem apenas surfistas. Os endereços mais conhecidos são as praias do Sobral e do Pontal da Barra, destino famoso pela produção dos cuidadosos bordados de filé e pelo Passeio das 9 Ilhas que culmina com o pôr do sol, na Lagoa Mundaú, no limite entre Maceió e o litoral sul de Alagoas.
Essa navegação com duas horas de duração, aproximadamente, passa por oito ilhas do arquipélago da Lagoa Mundaú, das quais oito delas estão na capital do estado. A 9ª parada é na Santa Rita, ilha de 12 km², no município de Marechal Deodoro, e considerada a maior ilha lacustre do Brasil, segundo o IBGE.
Litoral norte
Próximo à capital alagoana, mas longe o suficiente da movimentação urbana, o setor norte do litoral da cidade é conhecido por suas faixas de areia com coqueiral denso e águas mais agitadas.
De Jacarecica a Ipioca, esse é o endereço ideal para quem procura lagartear em praias mais vazias, muitas delas frequentadas apenas por nativos, e algumas com boa estrutura turística como barracas e clubes de praias que cobram entrada para day use. Vale se informar e se programar com antecedência, pois algumas praias da região não contam com barracas de apoio, salva-vidas e o acesso se dá por empreendimentos particulares.
A primeira parada para quem vem do setor mais urbanizado de Maceió é Jacarecica, praia que ainda preserva antigos sítios e áreas restritas à passagem de banhistas, um dos pontos polêmicos que ainda estão em discussão.
Já a vizinha Guaxuma, a 12 km do centro de Maceió, conta com mais opções de pontos de apoio como barracas com restaurantes, banheiros, chuveiros e quiosques que atraem o público mais jovem. Nesse bairro de classe média alta, o acesso às praias se dá por ruas asfaltadas.
O tranquilo vilarejo de Garça Torta abriga a praia de mesmo nome, uma extensa faixa de areia que dá acesso às piscinas naturais que se formam na maré baixa, a 13 km de Maceió.
Mais adiante se encontra Riacho Doce, praia de pescadores que serviu de cenário para a obra homônima de José Lins do Rego e que abriga mar de águas esverdeadas e com pouco movimento.
Outra praia de locais, mas com estrutura precária, é a bela Praia da Sereia, marcada por correnteza forte, a 17 km do centro de Maceió. Porém, a piscina natural que fica entre a areia e a extensa rocha que abriga a estátua que dá nome ao local é frequentada pelos banhistas que buscam águas mais calmas.
Para se distanciar da civilização, vá para o setor esquerdo da praia e para vê-la do alto, dirija-se ao Mirante da Praia da Sereia, na AL 101 Norte.
Endereço de hotéis bem estruturados, fora do eixo hoteleiro de Maceió, como o Pratagy Beach Resorte o charmoso Casa Caiada, a Praia de Pratagi é a versão mais selvagem do litoral norte de Maceió, onde o encontro do mar com o rio Meirim é um dos seus pontos altos. O local é procurado por quem quer banhos em águas mais tranquilas, a 20 km de Maceió.
Piscinas naturais e mar tranquilo podem ser apreciados na temporada de maré baixa.
Ipioca é a última parada no litoral norte de Maceió, a 24 km, cujo principal acesso se dá pelo clube de praia Hibiscus, que conta com restaurante, redário, piscina e massagens na beira da praia. Sua faixa de areia ainda guarda trechos desertos e com águas tranquilas, além de piscinas naturais que dão as caras na maré baixa.
Saiba mais
Esportes náuticos em Ponto Verde
Aulas de SUP e caiaque custam R$ 30, a hora; e a de windsurf R$ 60 (mínimo de 5 aulas).
Em Ponta Verde, em frente ao quiosque Lopana
Tel: (82) 9 8826-2924 (Fight) / (82) 9 8713-0767 (Cebola) / (82) 9 9665-0227 (Zeca)
Lopana Bar de Praia
Durante o verão, o local conta com 4 Djs residentes que tocam, diariamente, das 11h às 21h.
Av. Silvio Carlos Viana, 27 (Ponta Verde)
Tel.: (82) 3231-7484
www.lopana.com.br
Onde ficar
Jatiúca Resort
Considerado o único resort pé na areia da zona urbana do litoral brasileiro, esse hotel fica em uma área verde de 62 mil m², com saída direta para a praia da Jatiúca.
Com 96 opções de quartos, o empreendimento surpreende pela infraestrutura de lazer como duas piscinas, área exclusiva de recreação para os pequenos, circuito de arvorismo e tirolesa, e uma lagoa natural que, em breve, contará com passeios de barco e atividades como SUP e pedalinho.
Destaques também para o restaurante Canoas, cujo buffet segue os padrões nordestinos de mesa farta que não deixam a gente parar de querer repetir os pratos, e o Alagoas by Wanchako, bar aberto também a não hóspede, uma parceria entre o hotel e o restaurante peruano Wanchako.