Araruna (PB) é destino para fãs de esportes radicais

Opções é o que não faltam nesta poção de terra em pleno agreste paraibano

É fã de esportes radicais? Então você precisa conhecer Araruna, no agreste paraibano.  A cidade concilia uma natureza exuberante com turismo de aventura, conservação e consciência ambiental.

Opções é o que não faltam nesta poção de terra, que fica a 165 km da capital João Pessoa: pedras para a prática de rapel e escaladas desafiadoras, que chegam a 250 metros de altura; trekking nos mais variados locais e graus de dificuldades; trilhas para mountain bike e pista de decolagem para asa delta e paraglider.

Pedra da Boca, com seus 251 metros de altura, é uma das atrações de Araruna, no agreste da Paraíba
Créditos: Eduardo Andreassi
Pedra da Boca, com seus 251 metros de altura, é uma das atrações de Araruna, no agreste da Paraíba

Como se não bastasse, Araruna ainda oferece atrativos curiosos e históricos, como pinturas rupestres que datam de milhares de anos atrás e cenários surpreendentes que proporcionam sensações únicas na imensidão dessa região.

Araruna tem uma das melhores pistas para salto de asa delta do país
Créditos: Carla Belke
Araruna tem uma das melhores pistas para salto de asa delta do país

Araruna é referência no Brasil para a prática de asa delta e paraglider, tendo sido ali estabelecido o recorde mundial das duas modalidades.

No parapente, os brasileiros Samuel Nascimento, Donizete Lemos e Rafael Saladini, planaram por 564 km e os pilotos de asa delta André Wolf e Glauco Pinto quebraram o recorde mundial de voo, percorrendo 612 km. Eles decolaram de Araruna e pousaram em Crateús, interior do Ceará.

No Cânion de Macapa é possível fazer caminhadas
Créditos: Eduardo Andreassi
No Cânion de Macapa é possível fazer caminhadas

Araruna, estrutura e história

Araruna é bem estruturada e está apta a receber turistas e pesquisadores, assim como alunos das universidades no entorno. A cidade abriga a Universidade Estadual da Paraíba, a Universidade Federal da Paraíba, o Instituto Federal da Paraíba (IFPB) e o CCTs (Centro de Ciências, Tecnologia e Saúde), que formam profissionais para diversas áreas. Em um raio de 50 km existem mais seis Campi universitários.

Por lá é possível ver inúmeros casarões do século 19, tombados pelo Iphaep (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba).


#DicaCatraca: sempre lembre de usar a máscara de proteção, andar com álcool em gel, respeitar o distanciamento social e sair de casa somente se necessário! Caso pertença ao grupo de risco ou conviva com alguém que precise de maiores cuidados, evite passeios presenciais. A situação é séria! Vamos nos cuidar para sair desta pandemia o mais rápido possível. Combinado?


Araruna foi de suma importância para o cenário de expansão da economia da região, sendo na ocasião a maior produtora de feijão, além do algodão, da cana de açúcar e café.

Pedra da Caveira, em Araruna
Créditos: Eduardo Andreassi
Pedra da Caveira, em Araruna

Hoje é uma das maiores produtoras de maracujá da Paraíba e sua economia está baseada em pequenas produções agrícolas diversificadas -plantios de batata, inhame e frutas, como acerola e pinha-, pecuária, comércio local, empresas de distribuidoras de peças para Paraíba e cidades vizinhas.

Atrações

Parque Estadual da Pedra da Boca

Sob proteção da Sudema (Superintendência de Administração do Meio Ambiente), é uma reserva ambiental e ecológica -incrustada entre a Serra da Confusão e da Serra de Araruna, na divisa dos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte – que possui um dos mais importantes patrimônios geológicos do Brasil.

Pedra da Boca
Créditos: Eduardo Andreassi
Pedra da Boca

O local é ideal para a prática de esportes radicais como rapel e escalada. No entanto, o parque reserva muito mais, como diversas trilhas propícias ao trekking (com diversos graus de dificuldades) e bike, grutas, cavernas e outras formações rochosas interessantes como a Pedra da Boca, Pedra da Caveira, Pedra do Letreiro, além de possuir sítios arqueológicos e o maior painel de desenhos rupestres encontrado na Paraíba, datados de 10 a 12 mil anos, segundo alguns arqueólogos.

A maioria dos turistas que frequentam essa atração são do Nordeste e estrangeiros vindos da Holanda, Portugal, Itália, França e Estados Unidos, além de alunos de escolas e universidade.

Pinturas rupestre na na Pedra do Letreiro, datadas entre 7 a 10 mil anos
Créditos: Eduardo Andreassi
Pinturas rupestre na na Pedra do Letreiro, datadas entre 7 a 10 mil anos

O Parque Estadual da Pedra da Boca é uma área de 157 hectares de formações rochosas que tem como destaque a Pedra da Boca, com seus 251 metros de altura e uma grande cavidade no seu cume.

Nessa região, o personagem mais conhecido e referência local -ou mesmo guia- é o “Seu Tico” – famoso entre os praticantes de alpinismo, rapel, professores da Universidade da Paraíba ou mesmo visitantes que vão ao Parque Estadual da Pedra da Boca.

Ele é nativo da região e sua história é, no mínimo, interessante, pois foi o primeiro a receber pesquisadores.

Seu Tico, morador e guia do Parque Estadual da Pedra da Boca
Créditos: Eduardo Andreassi
Seu Tico, morador e guia do Parque Estadual da Pedra da Boca

“Comecei desde criança a caçar para comer (pássaros, lagartos…) e conhecia a região como a palma de minha mão. Por volta de 1988, surgiu um grupo que procurava um local para acampar e montar suas barracas, mas não encontrava, pois os vizinhos não queriam saber de barracas. Não encontrando local, voltaram até aqui e perguntaram se podiam armar a barraca, já que estava anoitecendo e não encontraram local para isso.

Cedi esse espaço, além de oferecer um pouco do que eu tinha, como água, comida, luz… Agradeceram e foram embora. Passou-se pouco tempo e voltaram com mais alunos e aos poucos fui estruturando o local, onde hoje recebo cerca de 200 a 300 pessoas por mês”, conta Seu Tico, cujo nome é Francisco Cardoso de Oliveira.

Pedra do Camaleão, em Araruna, no agreste da Paraíba
Créditos: Eduardo Andreassi
Pedra do Camaleão, em Araruna, no agreste da Paraíba

Ele faz questão absoluta de conscientizar os visitantes a não poluir ou devastar o ambiente.

“Da natureza nada se tira além de fotos, nada se deixar além de pegadas e nada se leva além de saudades!”, conclui.

As belezas e eventos da região

Além de poder conhecer as enormes pedras com formações curiosas que muito lembram animais, há outros locais interessantes e lindos para apreciar, como o Vale da Serra, onde é possível visualizar um belíssimo crepúsculo, o Porão do Macapá na zona rural de Araruna, que foi construído para ajudar no abastecimento de água da população e o Cânion do Macapá, ideal para quem gosta de caminhadas e natureza, uma vez que possui um desfiladeiro formado por rochas que sofreram o impacto de explosões vulcânicas há milênios, quando a região estava submersa pelo oceano.

Paisagens surreais no Porão do Macapá, um reservatório de águas pluviais em Araruna
Créditos: Eduardo Andreassi
Paisagens surreais no Porão do Macapá, um reservatório de águas pluviais em Araruna

Eventos tradicionais como o consagrado São João na Serra, Araruna Moto Fest e Festa da padroeira de Nossa Senhora da Conceição também fazem parte dos atrativos de Araruna e que atraem milhares de peregrinos e turistas.

Incentivo ao turismo

Cidade sossegada e com ares de tranquilidade, Araruna está investindo no turismo como um meio de divulgar o potencial da região e fomentar a economia local, através de ações da Secretária Municipal com apoio da PBTur, que trabalha com a promoção e apoio ao turismo de várias regiões, incluindo essa cidade.

Araruna e ponto ideal para voos de paraglider e asa delta
Créditos: Carla Belke
Araruna e ponto ideal para voos de paraglider e asa delta

O incentivo e elaboração de roteiros que estão nos programas de estudo para o impulso ao turismo -além do já conhecido Parque Estadual da Pedra da Boca – incluem os sítios arqueológicos com inscrições rupestres, rapel, arvorismo, tirolesa, cultura, gastronomia e experiência.

Segundo Ricardo Henrique, gerente municipal de Turismo, programas como qualificação de mão de obra e cursos de condutores de turismo, garçons, atendimento ao turista, inclusão em turismo rural, identificação de produtores de queijos, mel e hortas orgânicas, contratações de fotógrafos, jornalistas, gráficas, design gráficos para produção de material publicitário como folder bilíngue, fazem parte dessas ações que colaboram para geração de empregos e incentivo ao turismo de Araruna

Onde ficar

Hotel Araruna (rua Antonio Carneiro, 246. Tel.: (83) 3373-1147 / (83) 3373-1264

Pousada Fazenda Nega Joana (Lagoa dos Homens). Tel.: (83) 98879-1997

Pousada Rural Vale da Serra (83) 3373-1002/ (083) 99992-3488

Camping Serra da Boca Adventure – “Seu Tico”. Tel.: (084) 9.9967-5037 / (084) 9.8761-2247

Onde comer

Adega Bistrô Café da Serra (Praça Rio Branco, centro). Tel.: (83) 99608-5746