Ateliê sul-africano tem arte em cerâmica mais cobiçada do mundo
Ardmore recebe pedidos de museus, hotéis luxuosos e até para presentear rainhas
Aos pés de montanhas sul-africanas, a Cordilheira de Drakensberg, há um estúdio de cerâmica único, com arte africana que é um luxo só, em sua simplicidade e inclusão.
Ardmore produz peças ímpares e moldadas à mão por artistas de todo continente africano, acolhidos pelo estúdio.
Pela beleza e exclusividade, as peças são cobiçadas no mundo todo e viraram presentes nobres para reis e rainhas.
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Desenhos Ardmore também já estamparam peças fashion da grife Hermès.
Ao visitar o estúdio pude ver como trabalham. Meticulosamente, moldam e pintam tudo a mão. Passe com a seta neste post do Instagram e assista ao vídeo.
O estúdio é aberto a visitação turística e fica nesta região montanhosa da África do Sul com paisagens que mais parecem pinturas, para onde quer que você olhe.
Abaixo, está a vista da janela de dentro do estúdio, onde ficam os artistas.
Ajuda à comunidade local
Ardmore nasceu em 1985, na região de KwaZulu-Natal, na África do Sul, a aproximadamente 1h30 de carro de Durban balneário sul- africano na beira do Oceano Índico.
O artista Fee Halsted, do Zimbabue, reuniu a comunidade local para criar o estúdio, juntamente com Bonnie Ntshalintshali, que tinha 18 anos na época e passou a aprender sobre arte em cerâmica.
Tornou-se uma forma de ajudar famílias da região a ter emprego e renda. E foi além, ao revelar verdadeiros artistas.
Todos trabalham de forma autônoma, mas recebem material e treinamento do estúdio. Cada peça é assinada por seu criador.
Não importa de qual parte do continente africano é o artista, todos são bem-vindos. Conversei com artistas do Quênia, Botswana, Zimbábue e de outros países.
Eles retratam em sua arte cenas do cotidiano, em paisagens com hipopótamos, macacos, rinocerontes, elefantes e a mata africana.
Cada um com o seu olhar. Muitos resgatam lembranças de infância em seus países.
Não são peças baratas, mas raras e únicas. Uma pequena xícara custa aproximadamente 100 dólares. Já um vaso maior passa dos 20 mil dólares.
Algumas esculturas também podem representar dramas do continente, como o “monstro da AIDS”.
O horror e a tragédia da pandemia pelos quais todo continente passou e que ainda atinge descontroladamente parte dele é retratada como um monstro que devora as pessoas.
Essa peça não está a venda, ela faz parte do portfólio exposto aos visitantes, que podem ver também a coleção de tapeçaria recém-lançada pelo estúdio.
Almoço com vista
O passeio a Ardmore, para quem vem de Durban, pode ser combinado com dois outros lugares.
Alguns quilômetros para a frente, visite o Capture Site, lugar onde Mandela foi capturado para a prisão e onde há uma das esculturas mais lindas que já vi.
Está no item 3 deste post entre os passeios para reviver os passos de um dos maiores líderes mundiais, Mandela.
E bem do lado da Ardmore, aproveite para lanchar ou almoçar com uma paisagem inacreditável.
Caversham Mill é um pequeno restaurante com vinhos sul-africanos e pratos leves tem uma vista maravilhosa para sua refeição.
Entre os vinhos locais mais famosos está os da uva Pinotage, tinto ou rosé. Não deixe de provar a sobremesa mais famosa da África do Sul, malva pudim.
Trata-se de um bolo cremoso com geléia de damasco, servido quente com calda de baunilha e sorvete de creme.
Olha, não precisa se preocupar com comida no país. Come-se muito bem, e muito. Porções e pratos são bem-servidos e o preço está a nosso favor, bem como a moeda do país, Rand.