Busca por parques nacionais cresce 50%; veja os favoritos dos brasileiros

O ranking mostra que os brasileiros estão buscando experiências autênticas em meio à natureza

28/07/2025 09:01

Às vésperas do Dia Mundial da Conservação da Natureza, celebrado neste 28 de julho, o Brasil mostra que está cada vez mais conectado à sua biodiversidade.

Segundo dados da Bulbe Energia, as buscas online pelo termo “unidade de conservação” cresceram 50% no último ano, ultrapassando 1 milhão de pesquisas. E esse interesse não ficou só no digital. De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), os parques nacionais registraram mais de 25,5 milhões de visitas em 2024 —salto de 4,9% em relação a 2023.

Parques Chapada dos Veadeiros, Estadual da Cantareira e Serra da Capivara
Parques Chapada dos Veadeiros, Estadual da Cantareira e Serra da Capivara - iStock

Essas áreas são regulamentadas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) e têm como missão proteger ecossistemas, espécies ameaçadas e paisagens naturais. A Bulbe Energia cruzou os dados de busca com os nomes das unidades mais mencionadas e revelou os 15 destinos naturais mais procurados pelos brasileiros. Confira abaixo:

15 Parques Nacionais e unidades de conservação mais buscadas pelos brasileiros em 2024

Top 15 Unidades de Conservação mais buscadas em 2024
Unidade de Conservação Localização Motivo do Interesse
Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros Goiás Trilhas, cachoeiras e paisagens do cerrado
Parque Nacional do Iguaçu Paraná Cataratas do Iguaçu e observação de fauna
Parque Nacional da Serra da Capivara Piauí Arqueologia e pinturas rupestres
Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha Pernambuco Mergulho, praias paradisíacas e vida marinha
Parque Nacional da Tijuca Rio de Janeiro Floresta urbana e trilhas como o Pico da Tijuca
Parque Nacional da Serra do Cipó Minas Gerais Escalada, cachoeiras e biodiversidade
Parque Nacional do Itatiaia RJ/MG Montanhismo e clima de serra
Parque Nacional da Chapada Diamantina Bahia Trekking, grutas e cânions
Parque Nacional do Pantanal Matogrossense Mato Grosso Safáris fotográficos e observação de aves
Parque Nacional de Aparados da Serra RS/SC Cânion Itaimbezinho e trilhas panorâmicas
Parque Nacional da Serra da Canastra Minas Gerais Nascente do Rio São Francisco e fauna do cerrado
Floresta Nacional de Tapajós Pará Turismo de base comunitária e floresta amazônica
Reserva Extrativista do Rio Unini Amazonas Sustentabilidade e cultura ribeirinha
Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca Santa Catarina Observação de baleias e turismo costeiro
Parque Nacional Cavernas do Peruaçu Minas Gerais Cavernas, sítios arqueológicos e patrimônio mundial

O estado de São Paulo lidera o ranking, com seis Unidades de Conservação entre as 15 mais buscadas, representando cerca de 40% do total de pesquisas.

O destaque é o Parque Estadual da Cantareira (Núcleo Pedra Grande), que acumulou mais de 161 mil buscas no último ano. Localizada na zona norte da capital paulista, a área é um dos maiores fragmentos de Mata Atlântica em área urbana do mundo. Abriga espécies como o bugio e a onça-parda, e oferece trilhas, cachoeiras, mirantes e ciclorrotas. Criado em 1963, o local integra a Reserva da Biosfera da Unesco e protege as nascentes que abastecem a cidade.

No Rio de Janeiro, que aparece com três unidades, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos é o mais pesquisado. Conhecido por suas trilhas de longa distância, como a travessia Petrópolis-Teresópolis, o parque impressiona pelo visual imponente do Dedo de Deus. Com mais de 2.800 espécies de plantas catalogadas, abriga onças-pardas, bugios, e centenas de espécies de aves e anfíbios.

Turistas observam as pinturas rupestres. cavernas com pinturas rupestres no Parque Nacional da Serra da Capivara
Turistas observam as pinturas rupestres. cavernas com pinturas rupestres no Parque Nacional da Serra da Capivara - Augusto Pessoa/Wikimedia Commons

Outros estados também compõem a lista, como o Piauí, com o icônico Parque Nacional da Serra da Capivara, responsável por preservar sítios arqueológicos e pinturas rupestres, além da fauna típica da Caatinga, formações rochosas e cânions únicos. Já Goiás é representado pela Chapada dos Veadeiros, que atrai visitantes pelas trilhas, cachoeiras e paisagens do Cerrado. O Maranhão figura com os Lençóis Maranhenses, onde a vegetação nativa divide espaço com lagoas sazonais e dunas, habitat de aves migratórias.

Como visitar uma Unidade de Conservação?

Atualmente, vale lembrar que cada tipo de Unidade de Conservação tem uma finalidade e regras específicas de uso. No caso dos Parques Nacionais, o acesso é permitido ao público, mas de forma controlada, para minimizar os impactos ambientais. Além disso, eles permitem a realização de pesquisas científicas, educação ambiental e turismo ecológico.

Já as Florestas Nacionais têm um uso mais amplo. Além da preservação, são voltadas ao manejo sustentável dos recursos naturais. É possível realizar atividades como trilhas, lazer ao ar livre e até manejo florestal. Um exemplo é a Floresta Nacional de Brasília (DF), por trás de mais de 52 mil buscas. O local protege nascentes do Cerrado, abriga espécies como onça, anta, veado, tamanduá-bandeira, macaco, tatu e oferece trilhas para caminhada, mountain bike, yoga e meditação.

Por fim, as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) são as mais flexíveis entre as três. Elas permitem diversos usos como moradia, turismo e produção local, desde que respeitem a conservação ambiental. Um exemplo é a APA Tanquã / Rio Piracicaba, em São Paulo, conhecida como “Mini Pantanal Paulista”, que teve quase 48 mil buscas. A região atrai visitantes como onça-parda, o lobo-guará, a jaguatirica e o jacaré-de-papo-amarelo e  oferece passeios de barco, trilhas e gastronomia típica com pratos à base de peixe.

É importante lembrar que esses espaços também abrigam comunidades humanas. Dados recentes do IBGE mostram que cerca de 5 milhões de brasileiros vivem dentro de áreas oficialmente protegidas, como Unidades de Conservação e Terras Indígenas. Ou seja, além de destinos turísticos, essas regiões são também territórios vivos e complexos, o que reforça a importância de práticas de visitação sustentáveis e respeitosas.