O que fazer em Capitólio: cachoeiras, passeios e aventura

Dicas de passeios no pequeno paraíso mineiro aos pés da Serra da Canastra

A Catraca Livre lista algumas opções de passeios e atrações para fazer em neste pequeno pedaço de paraíso chamado Capitólio (MG). No roteiro estão trilhas, cachoeiras, piscinas naturais, o tradicional passeio de barco pelo lago de Furnas e atrações radicais, como tirolesa e canionismo.

O que fazer em Capitólio (MG)

Canela de Ema

Capitólio possui inúmeras cachoeiras de diferentes tipos, poços e tamanhos de quedas, que são acessíveis por pequenas trilhas às margens do rio ou pelo próprio curso d’água.

Uma das trilhas da Canela de Ema é feita pelo riacho
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Uma das trilhas da Canela de Ema é feita pelo riacho

A grande maioria das cachoeiras fica em propriedades particulares, como a Canela de Ema. O complexo é bem estruturado com estacionamento, banheiros e restaurante.

O acesso às duas cachoeiras do espaço é feito por trilhas autoguiadas por meio de placas. O percurso é de nível fácil –não exige preparo e até cadeirantes ou pessoas com mobilidade reduzida podem acessar usando um equipamento adaptável. Canela de Ema é o nome de uma espécie de flor típica do cerrado.

Trilha que leva ao Poço Verde, no complexo Canela de Ema, em Capitólio (MG)
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Trilha que leva ao Poço Verde, no complexo Canela de Ema, em Capitólio (MG)

A primeira trilha — que é feita por dentro do rio– tem cerca de 600 m. O trajeto dura 30 minutos e leva ao Poço Verde, uma grande “piscina” com seu ponto mais fundo atingindo 3 metros. Suas águas cristalinas são um convite ao mergulho. O cenário é deslumbrante.

Já a cachoeira no Limite é acessada por uma pequena trilha. Ao logo do caminho é possível se banhar em uma das quatro “piscinas” até chegar a primeira queda, que se transforma verdadeiro Spa natural. Aos pés dela as pedras formam um banco onde é possível se sentar e deixar a água (gelada) revigorar a alma.

Uma das piscinas naturais na trilha da cachoeira no Limite
Créditos:  Uma das trilhas da Canela de Ema é feita pelo riacho
Uma das piscinas naturais na trilha da cachoeira no Limite

Os aventureiros ainda podem fazer rapel ou canyoning no ponto mais alto da cachoeira, que tem cerca de 3 metros de altura.

O ideal é fazer o passeio pela manhã, quando os raios solares iluminam as trilhas e às águas, tornando a experiência ainda mais incrível. É recomendável fazer as trilhas de sapatilhas emborrachas para evitar quedas. O item é oferecido no local, mas é bom levar, já que não há muita disponibilidade de tamanhos do acessório. Leve também toalhas para banho e protetor solar.

Para visitação é cobrada uma taxa de R$ 30 por pessoa. Crianças de até 6 anos são isentos de taxa, e de 7 a 11 anos pagam meia entrada. Recomendamos optar pelo combo que contempla a entrada ao complexo e almoço, que sai R$ 70 por pessoa.

A carne de lata, prato-chefe servido na Canela de Ema
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
A carne de lata, prato-chefe servido na Canela de Ema

A especialidade do restaurante Canela de Ema é a carne de lata –iguaria típica usada pelos bandeirantes para conservar os alimentos em banha de porco. O prato é uma delícia e vem acompanhado de feijão tropeiro, arroz, farofa, abóbora, quiabo, macarrão, caldinho e salada. Peça o pudim de leite de sobremesa.

O horário de funcionamento é das 9h às 17h, de terça a domingo. Para visitação às cachoeiras não é necessários fazer reserva. Apenas para o rapel e canyoning. Informações: (37) 99907-0540 ou aleonelrezende@yahoo.com.br.

Cachoeira da Capivara

O complexo ecológico é um verdadeiro “parque de diversões” de piscinas naturais. São mais de 40 de diferentes tipos de tamanhos, com duas cachoeiras principais.

A cachoeira da Pedra Ancorada é uma das atrações do complexo ecológico Cachoeira da Capivara
Créditos: Divulgação
A cachoeira da Pedra Ancorada é uma das atrações do complexo ecológico Cachoeira da Capivara

A primeira é a da Pedra Ancorada, que tem fácil acesso –apenas à 200 metros do estacionamento– e possui diversos ofurôs e piscinas naturais. Ideais para relaxar e contemplar a beleza do lugar. Para os casais apaixonados, não deixem de conhecer o ofurô do Coração.

Um dos “ofurôs” do complexo ecológico Cachoeira da Capivara
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Um dos “ofurôs” do complexo ecológico Cachoeira da Capivara

A segunda cachoeira, que leva o nome do complexo, pode ser acessada por uma trilha de 900 m em meio às pedras. A cachoeira possui cerca de 16 m de profundidade, sendo um poço ideal para quem gosta de nadar e dar um bom mergulho.

Visto do poço a partir do Mirante da Capivara
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Visto do poço a partir do Mirante da Capivara

Na parte mais alta, acessada por uma escada um pouco íngreme, fica o Mirante da Capivara. O visual lá de cima é espetacular e instagramável. Uma pequena trilha entre as pedras leva à Piscina dos Desejos.

O ingresso para visitação às cachoeiras custa R$ 40 por pessoa (válido para compras feitas pela site). No local, eles custam mais caros. O complexo Cachoeira da Capivara conta ainda com restaurante, lojas de conveniência, souvenir e banheiros.

É possível também fazer passeios de quadriciclos (R$ 200) e canionismo (R$ 150). Estas duas últimas atividades requerem agendamento prévio. As finais de semana, o espaço tem serviço de bufê (R$ 45, por pessoa). Informações: (35) 99895-9950 ou www.cachoeiradacapivara.com.br.

É proibida a entrada com comida e bebidas tanto complexo Cachoeira da Capivara como da Cachoeira de Ema.

Passeio de barco no lago de Furnas

Uma visita a Capitólio não será completa sem um passeio de catamarã ou lancha pelo lago de Furnas. Mas é bom ficar atento ao contratar o serviço. Escolha uma operadora credenciada pela Prefeitura e que ofereça colete salva-vidas e capacete (este último item é obrigatório na área de visitação dos cânions).

Passeio de barco pelos cânions do lago de Furnas
Créditos: Paulo Grega
Passeio de barco pelos cânions do lago de Furnas

Uma das empresas que fazem passeios pelo lago de Furnas é a FM.S Capitólio. Eles podem ser privativos ou compartilhados e duram entre 3 e 7 horas, a depender do roteiro e embarcação escolhida.

Por conta das novas normas de segurança, as embarcações não podem mais chegar próximas aos paredões
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Por conta das novas normas de segurança, as embarcações não podem mais chegar próximas aos paredões

No trajeto, além dos enormes paredões que formam os cânions e da parada obrigatória para mergulho, é possível contemplar cachoeiras, avistar pássaros (como tucanos) e ver de pertinho a usina hidrelétrica de Furnas.

A embarcação também faz paradas em bares flutuantes, instalados em pontos estratégicos como na Lagoa Azul.

Os roteiros comercializados pela FM.S Capitólio custam entre R$ 90 (3 horas) e R$ 170 (7 horas). Ainda há uma opção com almoço, pago à parte. Nos barcos, são oferecidos petiscos, cervejas, água e refrigerantes. Informações: (37) 9 9114-2645.

Mirante dos Canyons

Outra atração que não pode ficar de fora do roteiro é o Parque Mirante dos Canyons, conhecido como o cartão-postal de Capitólio. Sabe aquela imagem incrível dos cânions de Furnas vistos do alto? É de lá que você terá aquela foto para postar nas redes sociais.

Uma das vistas do Parque Mirante dos Canyons, em Capitólio
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Uma das vistas do Parque Mirante dos Canyons, em Capitólio

O complexo conta com dois mirantes que oferecem diferentes ângulos de contemplação dos cânions. O Mirante Escondido é uma plataforma suspensa que avança sobre o lago com piso em grade e madeira, que dá a sensação de flutuar. O outro é o Mirante Clássico, que proporciona uma vista exuberante do lago e suas escarpas.

A tirolesa é uma das atividades do Parque Mirante dos Canyons
Créditos: Leonardo Murta/Divulgação/Capitólio em Movimento
A tirolesa é uma das atividades do Parque Mirante dos Canyons

Para os mais aventureiros, o parque ainda oferece atividades como rapel e uma tirolesa sobre a garganta do cânion. O trajeto de 600 metros de extensão (ida e volta) é feito em poucos segundos, a uma altura de 100 metros.

O complexo ainda tem uma ponte pênsil, com 110 metros de extensão e 40 metros de altura, que atravessa o cânion e leva ao Mirante Clássico. O espaço ainda dispõe de restaurante e banheiros.

Mirante Clássico, que proporciona uma vista exuberante do lago de Furnas e seus enormes paredões de pedras
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Mirante Clássico, que proporciona uma vista exuberante do lago de Furnas e seus enormes paredões de pedras

Todas as atrações seguem rigorosos protocolos de segurança, incluindo a assinatura de um termo de ciência risco por parte do praticante, e a oferta de seguro contra acidentes pessoais.

A entrada custa R$ 45 (acima de 10 anos). O combo entrada + tirolesa sai por R$ 120 (acima de 10 anos). O parque funciona de segunda a sexta, das 9h às 18h. Sábados, domingos e feriados, das 8h às 18h. A bilheteria feche às 17h. O acesso é pela rodovia MG-050.

Queijo canastra

Outra opção que não pode ficar de fora do roteiro é conhecer a produção e degustar um legítimo queijo Canastra, considerado Patrimônio de Minas Gerais.

Só pode ser chamado queijo Canastra aquele produzido na região da serra da Canastra, que engloba as cidades de São Roque de Minas, Medeiros, Bambuí, Vargem Bonita, Piumhi, Tapiraí e Delfinópolis.

A Queijo Dinho teve seu produto premiado na França em 2019
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
A Queijo Dinho teve seu produto premiado na França em 2019

Em Piumhi, a cerca de 16 km de Capitólio, é um dos munícipios que fica dentro da área de Indicação Geográfica da iguaria, é possível visitar uma fazenda que produz o queijo Canastra de forma artesanal. Uma delas é a Queijo Dinho, que teve seu produto premiado na França em 2019.

O queijo Canastra é conhecido por sua cor amarelada e sabor forte, levemente picante, as características do queijo não são determinadas pela forma de produção, mas pela região em que são produzidos.

Outro fator é a cura, que é feita de forma natural. Assim como o vinho, quanto mais velho, mais saboroso o queijo fica. Além da degustação, a Queijo Dinho também vende o produto por uma preço mais acessível. Informações: (32) 99938-0039 ou www.instagram.com/queijo_dinho.

Capitólio, a “terra” do gin

Que as cachaças mineiras estão entre as melhores, disso ninguém tem dúvida. Mas um outro destilado produzido em Capitólio vem ganhando fama no pelo país: o gin com gliter.

O Gin Alejo’s Sacatrapo –o primeiro do tipo do Brasil– é sucesso em diversos de bares de São Paulo e do Rio de Janeiro. A história do bebida é bem curiosa. Pai e filho descobri de um antigo alambique da família e passaram a produzir destilado a base de malte, milho e melaço, o “Moonshine”, ao invés do uísque, eles optaram produzir o gin.

O Gin Alejo’s Sacatrapo –o primeiro gin com gliter produzido do Brasil
Créditos: Paulo Grega
O Gin Alejo’s Sacatrapo –o primeiro gin com gliter produzido do Brasil

Com o tempo, aperfeiçoando os métodos de produção e conhecimento, eles descobriram o Bright gin, que é o nome dado ao tipo de gin que vai a infusão de glitter, e assim surgiu o interesse pelo novo, que a magia da bebida proporcionava.

Estudaram mais a fundo elaborando cores e tipos de garrafas que melhor se associariam ao perfil da empresa que queriam que a Alejo’s tivesse. Em 2020, se tornaram a primeira destilaria do Brasil a produzir o Bright Gin.

É possível fazer uma visita guiada pela destilaria. O tour tem a duração de 40 minutos à uma hora e no final é oferecida uma degustação e cada visitante ganha, ao final da visita, uma taça e um gin tônica. O passeio custa R$ 15. Informações: (31) 99540-7005 ou contato.alejosgin@gmail.com.