Casal brasileiro roda 7.000 km pelo Tibet e parte da China
Rafaela e Eduardo já contabilizaram 41 países a bordo da Pandora
O casal Rafaela Vellinho, 32 anos e Eduardo Brancalion, 34, decidiu largar emprego, cachorro, família e uma vida confortável no Rio Grande do Sul para embarcar numa viagem de volta ao mundo.
A aventura começou em junho de 2017 e, desde então, eles já contabilizaram 41 países a bordo da Pandora, uma Land Rover Defender 110. Recentemente Rafaela e Eduardo percorreram o Tibet e parte da China.
Foram 41 dias de viagem, que começou na fronteira com o Quirguistão e terminou no Laos, no Sudeste Asiático. Atualmente eles estão no Vietnã.
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Confira abaixo o relato do casal nesta viagem pelo Tibet e parte da China. A aventura pode ser acompanhada pelo site do projeto (pandoraontheroad.com.br), Facebook e Instagram.
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O Tibet é um país que permeia o imaginário de muitos viajantes e aventureiros. Como ficar indiferente ao falar da mística Lhasa, a cidade proibida? Como não se interessar pelos magníficos mosteiros, que carregam a tradição milenar do budismo tibetano, que prega a compaixão, sabedoria e benevolência? Não querer ver com seus próprios olhos o cotidiano desse povo de vida extremamente simples e fé inabalável?
E todo esse contexto espiritual e cheio de mistérios ainda está inserido em uma das geografias mais impressionantes do planeta: maior platô do mundo, com altitude média que chega a 5 mil metros de altura; abrigo da Cordilheira do Himalaia, onde estão nove das 14 montanhas acima de 8 mil metros, dentre elas o pop star Everest; lagos selvagens de água azul turquesa e mirantes espetaculares repletos de bandeiras multicoloridas de oração.
Como não sonhar em visitar o teto do mundo? Conosco não podia ser diferente, ainda mais sendo o Edu um apaixonado fervoroso por montanhas. Quando descobrimos que era possível fazer essa rota saindo do Quirguistão e descendo todo o Tibet pelos Himalaias, até o Sudeste Asiático, embarcar nessa aventura virou nossa prioridade número um. Mas teríamos um longo e penoso caminho pela frente, de muitas pesquisas, burocracia e documentos a providenciar.
A China exige a contratação de uma agência local e o acompanhamento em tempo integral por um guia. Os custos de uma viagem desse porte são enormes e precisávamos encontrar um grupo de Overlanders para fazer junto o trajeto e dividir o valor. Foram alguns meses de pesquisa até encontrar o nosso grupo, que faria exatamente o roteiro que desejávamos em 41 dias pela costa oeste da China, cruzando o Tibet praticamente inteiro, além das províncias chinesas de Xinjiang e Yunnan.
O valor pago para a agência inclui o guia por todos os dias, documentação completa para dirigir na China, além das permissões especiais para entrar na região do Tibet. Depois de organizada a parte da agência, era hora de correr atrás dos vistos chineses.
A saga do visto
A primeira tentativa foi em Roma, quando nos foi dito que, pelo fato de termos passado 46 dias na Turquia, teríamos que fazer uma entrevista com a Embaixada chinesa, o que levaria mais de 20 dias. Primeiro balde de água fria, pois não podíamos esperar todo esse tempo na Itália. A segunda aplicação para o visto foi em Berlim, sendo que não aceitaram nem receber nossa documentação sem qualquer explicação.
Desconfiamos que essa estadia na Turquia é que foi o problema, mas o assunto é velado e tratado “por baixo dos panos” pela China. Pedimos ajuda inclusive no Consulado do Brasil, que alegou não ter ingerência sobre o assunto.
O problema maior era que a maioria das Embaixadas da China na Europa aplicam o visto apenas para residentes do país, o que não era o nosso caso. Já desesperançosos e sem muitas alternativas, demos a última cartada em Kiev, na Ucrânia. Oficialmente eles também não aceitavam a solicitação de visto para não residentes, mas fomos recebidos pessoalmente pela esposa do cônsul, que ouviu nossa história e nos entregou os vistos em 48 horas. Nesse dia quase choramos de alegria, porque o universo estava conspirando a nosso favor.
Vistos na mão e coração a mil, prontos para uma das mais intensas aventuras de nossas vidas!
Nos despedimos do surpreendente Quirguistão (país de natureza estonteante, rodeado de montanhas, habitat de animais selvagens como a águia dourada e de cultura nômade ainda corrente nas veias de seus habitantes) e encontramos o grupo próximo à fronteira com a China, onde acamparíamos na noite anterior ao processo de fronteira. Eram 2 casais de suíços, 1 casal de austríacos, 1 casal de alemães e 2 amigos franceses e nós do Brasil, com gente das mais variadas faixas etárias, dos 19 aos 50 anos.
O dia seguinte já iniciou tenso, com um dos carros tendo que ser rebocado por outro (pois não deu a partida de jeito nenhum) e a ausência do guia no portão de imigração no horário combinado. A agência enviou um guia substituto e ali começava então a saga tortuosa que é entrar em território chinês, dirigindo o seu próprio carro.
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A burocracia é monstruosa e levou três dias para completar todos os procedimentos, que incluíram raio-X dos carros, spray anti-bactericida, testes elétricos, de freio e poluição, confecção da placa e carteira de motorista chinesas temporárias, além de mais de uma dezena de check points policiais, onde confiscaram facas de cozinha e vasculharam todos os celulares e câmeras, tendo instalado inclusive um programa espião chinês (que deletamos posteriormente!).
No fim das contas tivemos muita sorte e nosso guia tibetano Tashi era um excelente profissional, extremamente compromissado com o bem-estar do grupo e uma das pessoas com o coração mais puro que tivemos o prazer de conhecer, além de nos ensinar sobre diversos assuntos relacionados ao Tibet.
Entramos pela região autônoma de Xinjiang, onde o governo exerce um controle extensivo e opressor sobre a população. Além de ser uma cidade fronteiriça, já naturalmente mais controlada, o povo habitante do local é de minoria uguri, os muçulmanos chineses, que têm descendência turca e foram conquistados pela China.
A população uigur, bem como outras minorias, estão sendo covardemente trancafiados em “centros de correção de comportamento”, que na verdade funcionam como espécies de campos de concentração, a fim de suprimir sua religião por completo e inseri-los nos costumes aceitos pela China.
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A cidade é amedrontadora, não se anda 500 metros sem passar por uma revista policial. As escolas são cercadas com arame farpado e os postos de gasolina têm cercas elétricas e policiais armados com metralhadoras controlam o abastecimento dos veículos. Ficamos chocados com a realidade do lugar, pois nunca tínhamos visto algo semelhante. Formávamos fila indiana a cada check point da polícia, para mostrar os passaportes e para revista dos carros. Algumas vezes tiravam fotos do nosso rosto e revisavam novamente os celulares. Provavelmente passamos por mais de 20 controles nos primeiros dias. Ficamos aliviados em sair de Xinjiang.
No Tibet
Finalmente entramos no Tibet, onde o controle da polícia reduziu drasticamente, mas mesmo assim, a cada nova cidade, fazíamos um registro de entrada.
O breve contexto histórico e político da região é que o Tibet foi ocupado pela China 1949, e há quase 70 anos então seu povo é dominado e reprimido; tratados como prisioneiros, inclusive, pois são impedidos de sair do país. Seu líder máximo, o Dalai Lama, fugiu em exílio para a Índia em 1959, e os protestos que surgiram desde então foram violentamente reprimidos, com a chacina de pessoas e até de monges. São famosas mundialmente as imagens de monges ateando fogo no próprio corpo como um ato de coragem contra a dominação chinesa.
Não há hoje uma atuação efetiva das organizações internacionais, pois a impressão é que ninguém quer (ou pode) enfrentar o gigante asiático. Ter convivido com os tibetanos deixou clara a sua distância da cultura chinesa. Seus costumes, tradições, religião e traços físicos são completamente distintos de seus dominadores. O assunto é delicado e polêmico, e poderíamos estendê-lo por dezenas de linhas, mas existem bons documentários se você quiser saber mais a respeito.
O início da jornada no teto do mundo é realmente sentido quando ultrapassamos um portal que marcava 5.300 metros acima do nível do mar. A uma altura dessas, o corpo trabalha redobrado para puxar o oxigênio e cada ida para fazer xixi parece uma meia maratona. Praticamente todo o grupo sentiu os sintomas da altitude extrema, como dor de cabeça e falta de ar constante.
Os carros também demonstraram sofrer os efeitos do ar rarefeito e cada subida nas serras íngremes e constantes era um desafio. Era um fumacê saindo dos escapamentos e a potência caía para menos da metade. Tentamos na maioria das vezes andar com os seis carros em comboio, para poder ajudar caso alguém tivesse problemas; mas cada um tinha o seu ritmo de subida, o que fez com que decidíssemos subir as serras cada um por si e nos encontrar no High Pass (ponto mais alto da estrada, onde geralmente tinha um mirante e local para estacionar).
As descidas também exigiam muita destreza, para desviar dos caminhões que vinham praticamente desgovernados montanha abaixo, além de sobrecarregar os freios, que mais de uma vez superaqueceram. Todavia, o maior problema que enfrentamos era na hora de dar a partida pela manhã.
As noites geladas, com temperaturas negativas nos Himalaias, aliado a menor pressão atmosférica, dificultavam a combustão do motor. Geralmente três dos seis carros tiveram problemas ao ligar de manhã nos dias em que dirigimos pelo platô tibetano, acima de 4.500 metros. A Toyota dos suíços era pau para toda obra e fazia a transferência de bateria para os outros carros, além de em um dos dias, ter puxado a Pandora (nossa Land), que só pegou no tranco.
As paisagens que se descortinavam a cada curva eram estarrecedoras. A primeira região por que passamos foi Tholling, rodeada de montanhas e cânions profundos, que faz fronteira com a Caxemira e apresenta um conjunto de formações rochosas muito peculiares, de aspecto lunar, semelhantes às da Capadócia.
Nessa região também assistimos ao primeiro nascer do sol em terras tibetanas, nas ruínas do antigo Guge Kingdom, com rochas amarelas e laranjas a perder de vista. Os lagos por que passamos formam um capítulo à parte. Por serem sagrados para o povo, é proibido pescar ou nadar, o que lhes confere um ar de intocados pelo ser humano. Temos uma coleção de lagos na volta ao mundo para ninguém botar defeito, mas a água azul turquesa cintilante e refletindo os picos nevados do Himalaia colocam os lagos tibetanos no topo da lista.
Logo veio umas das partes mais espirituais da viagem, o trekking ao redor do Monte Kailash, montanha sagrada para quatro religiões (Budismo, Hinduísmo, Jainismo e Bon, antiga religião do país), onde é proibido escalar seu cume.
A caminhada ao redor do Kailash leva quase três dias e são 52 km percorridos, chegando a atingir um topo de 5.700 metros. Apenas o Edu se juntou ao grupo para realizar o trekking, eu acabei ficando na cidade base de Darchen com o casal de austríacos. A sensação constante de falta de ar e a dor intensa no joelho direito me desencorajaram a encarar o kora, nome religioso dado à circundação da montanha. O caminho todo é feito junto com os peregrinos, em busca da reafirmação de sua fé.
Alguns mais radicais realizam o kora fazendo movimentos de prostração budista (que visa quebrar o ego e purificar a alma), que consiste em deitar-se no chão, beijar o solo, fazer alguns movimentos específicos com os braços e levantar-se novamente, repetindo o ciclo a cada 3 passos. A volta na montanha dessa maneira pode levar até 18 dias, numa exaustiva prova esforço físico e crença no Deus que eles acreditam. O Edu, juntamente com o grupo, retornou do trekking com uma energia diferente e um semblante de quem havia se transformado no trajeto de alguma forma.
Após a caminhada do Kailash fomos a umas águas termais aquecidas naturalmente pela influência vulcânica sob o solo. Bebemos vinho, os homens fumaram charuto cubano e todos relaxamos um pouco, pois essa viagem definitivamente estava exigindo bastante da nossa saúde física e mental. Alguns dias dirigindo mais de 10 horas serpenteando as montanhas; o frio intenso e o vento congelante; a falta de estrutura e higiene, considerando os piores banheiros que encontramos em quase 40 países; mas tudo isso se torna um pequeno e insignificante empecilho diante da beleza escancarada das paisagens desse país ainda não desbravado.
No topo do mundo
Próxima parada: Everest. Poucos momentos foram tão emocionantes e significativos para nós. Chegar aos pés da maior montanha do planeta com o nosso carro, que saiu lá do Brasil 15 meses atrás, foi inesquecível. Inclusive nós acreditamos ser os primeiros brasileiros a cruzar o Tibet com carro do Brasil, e é muito gratificante sermos os pioneiros numa aventura dessa magnitude.
A 120 km de distância já podíamos vê-lo reinando absoluto no horizonte, mas quando chegamos bem pertinho dele, no acampamento base (o de carros, não o de montanhistas, que é somente acessado com a permissão que custa 60 mil dólares) foi pura emoção. O céu estava limpo, sem nenhuma nuvem, e vimos o sol se pôr atrás da montanha. Dormimos de frente para o Everest e sob um céu de bilhões de estrelas, sendo que ainda foi possível avistar e registrar a Via Láctea. Este foi um desses momentos de gratidão por tudo o que estamos vivendo nessa volta ao mundo.
Nos dias que seguiram passamos a visitar mosteiros mais importantes do país. Cada um tem uma história marcante, afrescos e estátuas imponentes e que são um símbolo do Budismo e sua tradição milenar. Muitos mosteiros tiveram que ser reconstruídos após a Revolução Cultural Chinesa em 1966, que tinha, entre outros, o objetivo de varrer da história o passado cultural da China.
No caminho para Lhasa, passamos por Gyantse, uma pequena cidade com um centro histórico belíssimo e também pelo Yamdrok, talvez o lago mais bonito que já vimos na vida. Com as mudanças no ângulo dos raios do sol, o lago reflete diferentes graus de azul, do turquesa ao safira.
Uma das lendas tibetanas diz que o lago refletirá a imagem do local onde reencarnará a alma do próximo Dalai Lama. Num dos mirantes desse lago também vimos pela primeira vez o Mastiff Tibetano, os majestosos e super peludos cães que mais parecem um leão e que podem valer milhões de dólares.
A visita a Lhasa foi totalmente caracterizada por um mergulho na história do Budismo no país. Sede do Templo Sagrado de Jokhang, coração espiritual do Tibet, onde peregrinos vêm a pé de todas as partes do país, vencendo por vezes distâncias superiores a 800 km.
O palácio de Potala é a cereja do bolo, sendo até hoje o Palácio mais alto do mundo a 3.700 metros de altura e com seus mais de 2000 degraus que lhe deram o apelido de “Stairway to haven”, ou “escadaria para o paraíso”. Foi residência oficial de todos os Dalai Lamas, até a fuga do atual e 14º na ordem para a Índia.
Abriga as tumbas (estupas) de todos os Lamas desde o 5º, sendo algumas dessas construções extremamente impressionantes, como o mausoléu do “Grande 5º”, com 15 metros de altura e feita de 3 toneladas de ouro maciço. Assistimos também aos vigorosos debates entre os monges no Sera Monastery. Apesar da fortíssima influência chinesa, Lhasa mantém sua alma tibetana no preservado centro histórico, onde os turistas disputam espaço com os milhares de peregrinos que fazem o kora ao redor do templo de Jokhang.
Outra visita marcante foi a ida ao Drigung Monastery, que fica encrustado numa colina com uma vista maravilhosa para todo o vale. O lugar é muito famoso por um ritual peculiar para nós ocidentais: o sky burial ceremony, ou cerimonial de enterro no céu, onde o corpo é oferecido aos animais (geralmente águias e abutres) após a morte, já que eles acreditam que esta é a maneira mais eficiente de garantir uma reencarnação tranquila. Turistas são proibidos de participar da cerimônia, mas vimos apenas as caixas de madeira onde os corpos aguardam a preparação para o ritual.
A última região do Tibet foi uma surpresa para todos nós. As paisagens áridas e montanhosas do platô tibetano deram lugar a florestas em seu ápice de cor e vegetação, por conta do Outono recém-chegado. Seguimos o curso do Yellow River por dezenas de quilômetros envoltos pela paisagem de coloração vermelha, amarelo, laranja e todos tons de verde possíveis das árvores, numa das estradas mais bonitas da viagem.
Foram 24 dias desbravando o país mais alto da Terra. Admiramos paisagens inóspitas, de natureza bruta e crua, ainda longe dos danos acusados pelo turismo massivo. Vimos de perto esse povo muito humilde e que leva uma vida desapegada de qualquer conforto, que tem a cara queimada pelo sol implacável da altitude, mas que está sempre sorrindo e usa roupas coloridas e muitos colares e pulseiras de pedras de oração. Pessoas que arregalavam os olhos curiosos quando nos viam, sempre desferindo o mais alegre “Tashi Delek” (Oi, em tibetano). Um povo que teve sua terra invadida e que foi sufocado religiosa e culturalmente pelos chineses, tendo seu maior líder político e espiritual sido exilado em outro país. A simples menção ao nome do Dalai Lama é crime com pena de detenção de alguns anos. Mas um povo que manteve sua fé acima de qualquer opressão.
Ainda na China visitamos a província de Yunnan, onde conhecemos a famosa Shangri-La e suas casas todas em madeira; o Tiger Leaping Gorge, uma garganta em um cânion com um rio de correnteza surreal e a encantadora Lijiang, com o centro histórico mais florido que já vimos no caminho e as centenas de canais que cortam a cidade. Já quase na fronteira com o Laos, conhecemos os famosos campos de arroz do povo Hani, que pratica agricultura sustentável há mais de mil anos.
Ao final, foram 41 dias e mais de 7.000 quilômetros desbravando China e o Tibet. No caminho, muitos desafios; como a altitude extrema, superior a 5.000 metros em alguns dias, e o frio arrasador, tendo muitas vezes o carro como único abrigo. Mas dirigir ao longo da imensidão da Cordilheira do Himalaia, ter chegado com o nosso carro aos pés do Everest e ter presenciado algumas das paisagens mais inóspitas e selvagens do planeta Terra foi uma experiência única e inspiradora.
Vimos o sol nascer e se pôr diversas vezes; experimentamos insetos fritos e vinho de arroz chinês. Nos emocionamos e aguçamos nossos sentidos. Além de tudo, ainda conhecemos e convivemos com pessoas incríveis. Começamos essa aventura como um grupo de Overlanders que se encontrou pela internet e terminamos como grandes amigos. Dividimos muitas histórias, entre taças de vinho ou copos de Lhasa Beer ao redor da fogueira nos acampamentos. Foi definitivamente uma jornada épica, que marcou nossas vidas para sempre.