Chile também é destino para quem quer observar estrelas
Observatórios científicos e centros turísticos se unem para oferecer experiência inesquecível
Nos últimos anos, o Chile se tornou num dos principais destinos internacionais mais visitados por brasileiros.
Além de paisagens de tirar o fôlego, da gastronomia, e dos vinhos, é claro, o país oferece atrações para todos os tipos de viajante –dos aventureiros aos mais urbanos.
Mas uma das atrações que vem ganhado destaque é turismo astronômico ou astroturismo — observação do céu e fenômenos celestes.
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O Chile é reconhecido mundialmente por ter o céu mais puro, claro e limpo do mundo, o que facilita a prática.
O norte do país ostenta mais de 40% da infraestrutura para a observação astronômica do mundo, e estima-se que aumentará em 60% nos próximos dez anos.
Isso, somado a grande quantidade de dias com tempo aberto –mais de 300 por ano–, as poucas partículas de poeira, umidade do ar baixa e diversidade geográfica dos terrenos (altos e áridos), podemos concluir que o Chile reúne as condições perfeitas para a instalação de telescópios.
O país conta com os maiores e mais importantes observatórios do mundo de categoria científicas, como o Observatório Paranal, o radiotelescópio do Observatório ALMA (Atacama Large Millimeter Array) e o ELT (Extremely Large Telescope) da Paranal, que ainda será inaugurado e tornará o observatório centro astronômico óptico de maior magnitude do mundo.
Motivados por um público interessado em aprender e apreciar os mistérios do Cosmos, algumas centros estimulam o desenvolvimento e a expansão do astroturismo no Chile.
Pré-colombianas
Além disso, uma dose étnica foi adicionada, misturando astronomia com a visão das comunidades pré-colombianas.
Por exemplo, no Atacama é proposto o etno-astroturismo ou arqueo-astronomia, que ajuda a compreender a cosmovisão andina desenvolvida pelos “likan antay” ou atacamenhos, permitindo entender o impacto que as constelações tiveram na vida dos povos andinos.
Muitos desses programas propostos são organizados por guias atacamenhos que são especialistas no assunto. Também são oferecidos tours de astrofotografia, guiados por fotógrafos que convidam os turistas a capturar as imagens mais espetaculares da galáxia.
Rota astronômica
A maioria dos observatórios científicos oferecem tours gratuitos. Mas é bom ficar atento, já que as são vagas limitadas e é preciso fazer reserva com no mínimo um mês de antecedência.
A rota astronômica começa nas redondezas de Antofagasta, no Observatório Paniri Caur, localizado em Chiu Chiu, no interior de Calama. Na região, a astronomia e a arqueologia se complementam.
O tour inclui uma palestra introdutória, observação das constelações clássicas e indígenas, e atividade com telescópio de 14 polegadas.
Já no Observatório Alarkapin, localiza em São Pedro do Atacama, há atividades distintas além da observação com telescópios, como caminhadas noturnas e palestras especiais de solstícios e equinócios.
O Observatório Inca de Oro, a 100 km de Copiapó. As visitas acontecem de segunda a sábado, começando às 21h e é possível solicitar cavalgadas de observação em grupo pelos arredores.
De baixo do mesmo céu puro, se encontra o Observatório del Pangue, que possui o maior telescópio público do país, com 25 polegadas, o Cancana, em Cochinguaz, e o Cielo Sur, em Pisco del Elqui. Um pouco mais afastado, a 25 km de La Serena, se encontra o Observatório Cerro Mayu.
Ao noroeste de Vicuña, no meio dos céus inconfundíveis do Vale de Elqui, se encontra o observatório pioneiro do astroturismo: o Observatório Mamalluca. Seu tour inclui traslados, uma palestra introdutória, observação à olho nu e com telescópios grandes e pequenos.
O Observatório Collowara fica perto de Andacollo, e é um dos centros mais modernos do país. Possui telescópios distintos, além de salas de conferência com material audiovisual. Lá também são realizadas atividades como jantares temáticos e cavalgadas no setor.
O Observatório Cruz del Sur, localizado ao sul de La Serena, possui quatro cúpulas com telescópios entre 12 e 16 polegadas para observar distintas zonas do céu.
Observação na capital
Santiago não fica de fora da rota do astroturismo. A capital chilena conta com interessantes iniciativas para conhecer os segredos escondidos nas estrelas, como o Observatório Astronômico Andino.
O Observatório Astronômico Nacional, localizado no Cerro Calán, realiza visitas guiadas de setembro a maio, exceto em fevereiro. Sempre que as condições climáticas permitirem.
Em Cajón del Maipo fica o Observatório Roan Jasé, que oferece tours astronômicos e observação diurna (solar) e noturna com telescópios de diversos tamanhos. O tour combina a astronomia clássica com elementos de cosmovisão mapuche.
No mesmo setor se encontra o Observatório Astronômico Pailalén, que tem rotas que incluem palestras, reconhecimento do céu noturno, e observação por telescópios. Além disso, conta com restaurantes, cafeterias e carta de vinhos.