Como é fazer um cruzeiro no MSC Grandiosa pelo Mediterrâneo

Embarcamos no navio que tem shows no estilo de Cirque du Soleil e será o maior destaque da temporada no Brasil

A temporada brasileira de cruzeiros 2023/2024 começa oficialmente no dia 29 de outubro e será a maior dos últimos 11 anos.

Ao todo, serão nove navios que partirão dos portos de Itajaí (SC), Maceió (AL), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Santos (SP), além do estreante Porto de Paranaguá (PR) e percorrerão por 203 roteiros (crescimento de 10%), com 728 escalas (5% de aumento).

Passageiros desembarcam no porto de La Goulette, em Túnis, na Tunísia
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Passageiros desembarcam no porto de La Goulette, em Túnis, na Tunísia

Além de mais longa, a temporada terá muitas novidades. Uma delas é a chegada do MSC Grandiosa, que fará sua rota inaugural no Brasil em novembro.

Com capacidade para 6.334 hóspedes acomodados em 2.421 cabines e 1.704 tripulantes, a embarcação será a maior da história a navegar nas águas brasileiras em todos os tempos.

MSC Grandiosa, que chega ao Brasil em novembro
Créditos: Divulgação/MSC Cruzeiros
MSC Grandiosa, que chega ao Brasil em novembro

Com o Grandiosa, a MSC Cruzeiros mantém a tradição de trazer todos os anos para o Brasil os maiores e mais modernos navios de sua frota, como já aconteceu MSC Seaview, MSC Seaside e MSC Seashore, em temporadas passadas recentes.

Embarcamos no MSC Grandiosa para um roteiro de sete noites pelo Mediterrâneo, com embarque e desembarque em Barcelona (Espanha), com paradas na Tunísia (Túnis), Itália (Palermo, Nápoles e Genova) e Marselha (França).

Contamos abaixo como foi a experiência de viajar no segundo maior navio da MSC Cruzeiros.

Como é fazer cruzeiro a bordo do Grandiosa pelo Mediterrâneo

Fazer um cruzeiro pelo Mediterrâneo é uma experiência que faz parte da lista de desejos de muitos brasileiros, e claro, da minha também.

Tive a oportunidade de embarcar no MSC Grandiosa para conhecer o roteiro, a gastronomia e as excursões oferecidas, além, é claro do navio, que será a a grande estrela da temporada no Brasil.

Itinerário do cruzeiro de sete dias pelo Mediterrâneo exibido na TV da cabine do MSC Grandiosa
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Itinerário do cruzeiro de sete dias pelo Mediterrâneo exibido na TV da cabine do MSC Grandiosa

Nosso embarque foi em Barcelona (Espanha). A cidade catalã é animada e cosmopolita, ideal para o início perfeito de uma viajem repleta de descobertas incríveis.

Antes do embarque, porém, fizemos um city tour pela cidade, com paradas em pontos turísticos tradicionais como a catedral da Sagrada Família (conhecida como a igreja que nunca termina) e antiga região portuária de Barcelona.

Este passeio não faz parte da lista oficial, foi apenas para jornalistas e influenciadores convidados.

Primeira noite no MSC Grandiosa

Após check-in super rápido, entramos no navio no meio da tarde. Com o cartão de embarque em mãos, passei na cabine para deixar a mochila (a mala chegou pouco tempo depois) e fui almoçar no Marketplace, bufê que fica no deck 15 e oferece grande variedade de comida. Este restaurante fica aberto todos os dias das 6h até as 2h.

Free shop do porto de Barcelona, um dos mais modernos do mundo
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Free shop do porto de Barcelona, um dos mais modernos do mundo

O primeiro compromisso da noite foi assistir ao espetáculo “Strings”, no Carousel Louge, O show, ao estilo ao estilo Cirque du Soleil, tem muita acrobacias, músicas e efeitos sonoros e e de luzes.

São dois espetáculos apresentados no Carousel Louge durante o cruzeiro. O outro é o Sweet, musical com temas clássicos que mistura acrobacias, efeitos sonoros e iluminação especial. Ambos são fazem parte do pacote.

“Strings”, um dos espetáculos do Carousel Louge
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
“Strings”, um dos espetáculos do Carousel Louge

O ingresso custa US$ 15 e inclui o show + coquetel (valor no Brasil). Porém, se o hóspede fizer a compra antecipada antes da viagem, o valor é de US$ 10.

O jantar foi no Purple Crab, restaurante à la carte, que fica no deck 5, e que está incluso no pacote, assim como café da manhã e almoço.

Marketplace, bufê que fica no deck 15 e oferece grande variedade de comida, inclusive vegetariana
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Marketplace, bufê que fica no deck 15 e oferece grande variedade de comida, inclusive vegetariana

A noite terminou com uma festa de boas-vindas na piscina principal do navio. Mas como a expectativa da primeira parada da viagem no dia seguinte, fui para a cabine mais cedo do que o habitual (as festas rolam até tarde!).

Tunísia

La Goulette

Após um dia de navegação, onde aproveitei para explorar o MSC Grandiosa e suas atrações (leia aqui), a primeira parada do cruzeiro pelo Mediterrâneo foi no porto de La Goulette, nos arredores de Túnis, capital da Tunísia.

Praça dos Mártires, em Túnis, na Túnisia
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Praça dos Mártires, em Túnis, na Túnisia

Por ser mais “liberal”, a cidade oferece uma visão única do mundo árabe e do Mediterrâneo, em um caldeirão multicultural de outros povos, como gregos, mouros e espanhóis.

Deixamos o navio por volta das 11h e pegamos um ônibus em direção à Medina (cidade antiga) de Túnis, um labirinto de vielas estreitas, mercados (chamados de “souks”) e arquitetura tradicional e também Patrimônio Mundial da Unesco.

Vielas estreitas da Medina de Túnis
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Vielas estreitas da Medina de Túnis

É um local fascinante para se perder e explorar. Por lá se vende praticamente de tudo, mas os produtos mais cobiçados são as joias de pratas (existem um infinidade delas).

As vielas são temáticas, com lojas exclusivas para noivas, cerâmicas, especiarias e lembrancinhas (algumas de fabricação chinesa –a globalização).

Outra detalhe que chama a atenção dos turistas são as portas coloridas e trabalhadas em arabescos de ferro, que são disputados pontos instagramáveis.


Dica importante: Uma das vantagens das execuções da MSC é a possibilidade de contar com uma guia que fala português, como foi o nosso caso. Sem contar a segurança, pois se acontecer algo, a empresa presta toda assistência. Além disso, o passeio inclui transporte e ingressos. Ele pode ser contratado junto com o pacote, o que sai mais barato para os brasileiros.


Visitamos também a Grande Mesquita de Zitouna, que remonta ao século 8, é um dos principais pontos de Túnis. Sua arquitetura impressionante e sua atmosfera espiritual é uma imersão na cultura islâmica e na história da Tunísia.

Existem várias mesquitas na Medina, mas nem todas são abertas à visitação. A experiência pode ser mais emocionante se feita em horários que permitam ouvir o “adhan”, a mensagem que chama os muçulmanos para as orações.

Nossa próxima parada foi no sítio arqueológico de Cartago, outro Patrimônio Mundial da Unesco.

Ao norte da capital, o local abriga as famosas ruínas das termas romanas e também foi o centro de uma das civilizações mais poderosas do planeta.

Vista do sítio arqueológico de Cartago
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Vista do sítio arqueológico de Cartago

Por lá viviam mais de meio milhão de habitantes começo do século 2º a.C., a época em que vivia Aníbal, o general cartaginês que atravessou os Alpes e os Pirineus para atacar o império romano por terra.

O lugar impressiona por seu tamanho e e pela grande quantidade de construções parcialmente ainda de pé. Por lá foram encontrados um Tophet, local em que as famílias fenícias levavam animais para serem sacrificados em rituais de oferenda às divindades,. Dizem que até crianças eram oferecidas.

A terceira e última parada da excursão foi no idílico vilarejo de Sidi Bou Said, em que todas as casas são pintadas de branco, com portas e janelas azuis.

Encrustada no alto de uma colina debruçada sobre o Mediterrâneo, o vilarejo tem as melhores paisagens do golfo de Túnis.

O charmoso vilarejo de Sidi Bou Said, com o Mediterrâneo ao fundo
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
O charmoso vilarejo de Sidi Bou Said, com o Mediterrâneo ao fundo

A sensação, por alguns uns instantes, é de estar em Santorini, na Grécia, com aquele mar em variedade de tons azuis com verde esmeralda –depende do olhar.

O vilarejo possui diversos restaurantes, lojas de roupas, artesanatos e souvenires. Aqui seu feed vai ficar repleto de fotos bonitas –só caprichar no look e na pose. Depois de quase cinco horas de tour, hora de voltar ao navio. Deixamos a Tunísia no fim do dia com um belo pôr do sol.

Itália

Palermo

Depois de uma noite de navegação, a segunda parada do MSC Grandiosa é Palermo. O navio atracou logo pela manhã.

A capital da Sicília é famosa por sua magnífica arquitetura, comida de rua e praias divinamente belas (mas não visitamos).

O primeiro passeio do dia foi em Monreale, vilarejo localizado no alto de uma colina a sudoeste de Palermo e que oferece uma vista panorâmica da região.

Praça central de Monreale, vilarejo que fica no alto de uma colina em Palermo
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Praça central de Monreale, vilarejo que fica no alto de uma colina em Palermo

É lá que fica o Duomo di Monreale (Catedral de Monreale), parada obrigatória para quem visita a cidade, principalmente para quem ama história, arte e arquitetura.

A catedral é um exemplo de arte normanda, com elementos da arquitetura árabe, bizantina e romana –povos que habitaram a região em diferentes séculos.

Para chegar até lá é preciso encarar uma escada com mais de 100 degraus, nada que requer tanto esforço.

Para visitar a Catedral de Monreale, é importante lembrar que lugares religiosos exigem “roupas adequadas”. É proíbido a entra de pessoas com shorts curtos e camisetas sem mangas ou tops. Mas não se preocupe! Quem precisar, comprar um avental descartável na entrada.

A fachada da bela Catedral de Monreale
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
A fachada da bela Catedral de Monreale

O interior da catedral é realmente deslumbrante. Porém, o que chama a atenção mesmo são os enormes mosaicos que cobrem todo o interior. Ao todo são 6.340 metros quadrados –o maior de toda a Itália.

De lá, seguimos para um tour a pé pelos principais pontos turísticos de Palermo, como Teatro Massimo Vittorio Emanuele, Piazza Politeana, Piazza 4 Canti, uma praça octogonal ladeada por vários edifícios barrocos, e a Catedral de Palermo, construída no século 12 pelos normandos sobre os restos de uma basílica bizantina que os sarracenos usaram como mesquita.

Sua arquitetura mescla traços dos diversos povos que dominaram a cidade. O interior é até muito mais simples que o seu exterior, porém é rica em detalhes.

A Catedral de Palermo guarda uma série de objetos de grande valor artístico e histórico, como o mosaico de uma madonna datada do século 13.

Na hora do almoço, aproveitamos para saborear uma verdadeira pizza italiana… e uma cerveja também.

Hora de voltar ao navio e aproveitar mais um pouco as piscinas e as demais atrações.

Napóles

A terceira escala do roteiro pelo Mediterrâneo, e a segunda na Itália, é Nápoles, na região da Campânia, no sul do país.

A excursão do dia foi visitar às ruínas de Pompeia, um dos principais sítios arqueológicos do mundo. A cidade romana que foi “sepultada” pela erupção do Vesúvio, no século 79 d.C.

A praça do Fórum com o Monte Vesúvio ao fundo
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
A praça do Fórum com o Monte Vesúvio ao fundo

Para mim, o ponto alto da viagem. Já que visitar Pompeia era um sonho antigo!

O sítio arqueológico é imenso e impressionante. São diversas construções com boa parte das paredes ainda preservadas que encontradas nas escavações a partir do século 18, como o fórum, termas, teatro, tavernas e até mesmo um bordel.

Antes da erupção, Pompeia era uma das mais importantes cidades romanas, que vivia o auge da sua prosperidade. Ela ficava às margens do mar Mediterrâneo, portanto era utilizada pelos romanos para realizar o transporte de diversas mercadorias.

A cidade não foi atingida pelas lavas do Vesúvio, mas sim por uma por uma chuva de pedras e por gases tóxicos, que mataram os habitantes.

Por falar nisto, aquelas imagens mórbidas, porém fascinantes, de pessoas em seu último segundo de vida são manequins de gesso extraídos do espaço onde estavam os corpos, que se deterioraram até desaparecer, e não corpos petrificados. Mesmo assim elos impressionam com tamanho realismo.

Por ter ficado soterrada por séculos, os historiadores conseguiram encontrar artefatos muito bem preservados, que foram muito importantes na reconstituição do cotidiano da cidade.

Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco desde 1997, é uma das atrações mais visitadas da Itália, recebendo mais de 2,5 milhões de turistas por ano.


Dica importante: Prepare-se para andar bastante e por ruas de pedras. Por isso, vá com roupas e calçados confortáveis, sem possível de tênis. Leve também água, pois durante o percurso não já pontos de vendas de alimentos. Apenas na entrada do sítio arqueológico.


Visitamos apenas uma parte das ruínas da cidade, pois o tempo era curto e o navio partiria às 15h.

Gênova

De Nápoles, seguimos para Gênova –cidade portuária que remonta à Idade Média– e última parada em solo italiano.

Jardins do Palazzo Bianco, no centro histórico de Gênova
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Jardins do Palazzo Bianco, no centro histórico de Gênova

Na primeira parte da excursão visitamos a Via Garibaldi, no centro histórico, com seu magnífico conjunto de edifícios dos séculos 16 e 17.

O bairro tem grande valor histórico e famoso por seus museus e sua catedral.

As ruas estreitas e seus imponentes palacetes, como o Palazzo Bianco (Palazzo Grimaldi Luca), onde é possível admirar obras-primas de Caravaggio e outros artistas genoveses, italianos e europeus, e seus jardins luxuosos que expõem a riqueza das famílias que lá moraram.

Uma das obras de Caravaggio exposta no Palazzo Bianco
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Uma das obras de Caravaggio exposta no Palazzo Bianco

Passear por esta rua, olhar para cima e ver a majestade e a beleza destes edifícios, que durante séculos preservaram preciosas obras de arte, é uma viagem no tempo. Esses palácios e mansões também são conhecidos como “rollis” e duas vezes por ano tem visitação gratuita.

Mapa mostra os palacetes da da Via Garibaldi
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Mapa mostra os palacetes da da Via Garibaldi

Da Via Garibaldi seguimos para a Piazza Fontane Marose, que fica a poucos metros de caminhada. Dá lá retornamos ao navio.

França

Marselha

Por fim, nosso cruzeiro pelo Mediterrâneo chega a Marselha, no sul da França. A cidade mais antiga da do país é rica em história e arquitetura.

Nossa primeira parada do tour foi no Palácio Longchamp. Na realidade, o local não é bem um palácio, mas sim monumento que chama atenção pelo imponente jardim e sua fonte. A visitação é gratuita.

O imponente jardim do Palácio Longchamp
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
O imponente jardim do Palácio Longchamp

Lá também ficam duas importantes atrações de Marselha: o Museu de História Natural e o Museu de Belas Artes.

Projetado pelo arquiteto Henri-Jacques Espérandieu, o mesmo da Notre Dame de la Garde, o Palácio Longchamp foi inaugurado em 1869 e hoje é um dos pontos turísticos mais famosos de Marselha.

O Museu de Belas Artes abre de terça a domingo, das 10h às 18h, e a entrada custa € 5. Já o acesso ao Museu de Arte Natural, que relata a história da chegada da água na cidade, é gratuito.

Monumento dedicado aos soldados do leste que morreram durante a primeira Guerra Mundial
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Monumento dedicado aos soldados do leste que morreram durante a primeira Guerra Mundial

A próxima parada –apenas para fotos– foi no Corniche Kennedy, que oferece uma das mais belas paisagens do Mediterrâneo e de suas ilhas. Ao longo da via que margeia o mar ficam bares, restaurantes e alguns hotéis.

O espaço abriga também um imponente monumento dedicado aos soldados do leste que morreram durante a primeira Guerra Mundial.

De Corniche seguimos para Notre Dame de la Garde, que fica no alto do morro e pode ser vista de qualquer ponto da cidade.

Interior da Notre Dame de la Garde
Créditos: Márcio Diniz/Catraca Livre
Interior da Notre Dame de la Garde

O seu ponto mais alto, com 154 metros, oferece uma vista de 360 ​​graus de Marselha, das ilhas e do mar.

A basílica foi construída em estilo romano-bizantino (com cúpulas, pedras policromadas, ouro, mosaicos) de acordo com o Grande Plano de Construções de Marselha realizado sob Napoleão III.

O edifício é composto por duas partes: uma igreja inferior com abóbada em arco e a superior, onde fica o santuário, consagrada à Virgem Maria (celebrada com peregrinação no dia 15 de agosto).

Também fizemos uma rápida parada pelo Vieux-Port, o antigo porto de Marselha.

Depois de sete dias retornamos à Barcelona. A MSC Cruzeiros oferece outras saídas e roteiros pelo Mediterrâneo, que podem ser conferidos aqui.

*O jornalista viajou a convite da MSC Cruzeiros