Como é passar um fim de semana em um veleiro em Ilhabela

Esquece essa história de que veleiros são apenas para gente com muito dinheiro

Em parceria com Viagem em Pauta
21/11/2018 17:54 / Atualizado em 05/05/2020 12:11

Capital brasileira da vela e um dos destinos mais exclusivos do litoral norte de São Paulo, Ilhabela também faz turismo no ritmo dos ventos.

É a bordo de um veleiro, daqueles equipados com cabines individuais, cozinha completa e banheiro com ducha quente, que você conhece praias isoladas dessa ilha, a 210 km de São Paulo.

Veleiros no litoral norte de São Paulo
Veleiros no litoral norte de São Paulo - Marcos Méndez/Wind Charter

E esquece essa história de que veleiros são apenas para gente com muito dinheiro ou exclusividade de celebridades. A diária de um modelo Skipper 30 para quatro pessoas custa entre R$ 700 (baixa temporada) e R$ 900 (alta temporada).

O roteiro

Praias e baías escondidas não vão faltar nessa ilha com 14 ilhas e 42 faixas de areia, aproximadamente.

Nossa viagem começou na Voga Marine, doca localizada no Saco da Ribeira, em Ubatuba; seguiu para o arquipélago no norte da cidade; e terminou em praias onde automóveis não chegam, já em Ilhabela.

O primeiro pernoite a bordo foi no Yatch Club, na Praia de Santa Tereza, a cerca de seis quilômetros do centrinho de Ilhabela, no canal virado para o continente.

Praia da Fome, na face leste de Ilhabela
Praia da Fome, na face leste de Ilhabela - Eduardo Vessoni

Mas o melhor da viagem é abrir velas e rumar em direção às praias mais isoladas do lado leste da ilha, em mar aberto.

De carro, é possível chegar até a praia do Jabaquara, 17 km ao norte da vila, e na do Veloso, ao sul de Ilhabela. Dali para frente, só por trilhas ou a bordo de barcos até praias minúsculas e quase privativas como a da Fome, do Poço, da Serraria e da Caveira.

Veleiro no Saco do Eustáquio, em Ilhabela
Veleiro no Saco do Eustáquio, em Ilhabela - Eduardo Vessoni/Viagem em Pauta

Ainda que o mar costume ser agitado e nem todas as praias convidem para ancorar, Ilhabela tem enseadas amigáveis com quem pernoita a bordo, como o Saco do Sombrio, um abrigo natural na face leste da ilha; e o cenográfico Saco do Eustáquio, de águas calmas e cristalinas, cuja prainha em forma de saco tem banheiro, quiosque com porções e até um mirante.

Cansou da vista panorâmica da Baía de Castelhanos? É só pedir para o capitão acionar os motores (ou subir as velas, em dias de ventos favoráveis) para seguir até a próxima parada em algum endereço exclusivo de Ilhabela.

Saco do Mamanguá, em Paraty, tem vista única do alto do Pico do Pão de Açúcar

Como funciona

Navegação em Ilhabela
Navegação em Ilhabela - Lailson Santos/Sectur Ilhabela

Em embarcações movidas a vela, a sua única preocupação é com o roteiro da viagem. O resto fica a cargo do trabalho cuidadoso do skipper, o capitão responsável pelas questões técnicas.

Para dar mais privacidade aos clientes, o profissional pode desembarcar no final da jornada diária e retornar no dia seguinte para seguir comandando o veleiro, dependendo do ponto de ancoragem.

O veleiro é entregue ao cliente com roupas de cama e banho, utensílios de cozinha e tanques completo com água e diesel.

Interior de um dos veleiros para aluguel, em Paraty e Ubatuba
Interior de um dos veleiros para aluguel, em Paraty e Ubatuba - Wind Charter/Divulgação

Só não pode esquecer que o serviço funciona como em hotéis, com check-in ao meio-dia e retorno no mesmo horário. Por isso, planeje-se para ter tempo suficiente para sair de Ilhabela e estar de volta à marina de Ubatuba, no horário do check-out, no dia da devolução do veleiro.

Paraty ou Ubatuba?

É possível alugar veleiros em bases localizadas tanto na Marina do Engenho, em Paraty (RJ), como na Voga Marine, no Saco do Ribeira, em Ubatuba (SP), próximo à Ilhabela.

No entanto, é preciso considerar sua experiência em travessias pelo mar. Assim como explica o skipper Rodrigo Moreira, “Ubatuba é mar para velejar, mais do que para passear, sobretudo Ilhabela, onde venta mais”.

Veleiro no Saco do Mamanguá, em Paraty
Veleiro no Saco do Mamanguá, em Paraty - Eduardo Vessoni/Viagem em Pauta

Por isso, se essa é a sua primeira vez em travessias marítimas a bordo de um veleiro, a melhor opção é começar por Paraty. A região é conhecida por baías de águas tranquilas, protegidas dos ventos, devido ao grande número de ilhas ao redor.

Para você ter uma ideia, só a Baía da Ilha Grande, onde se encontra essa cidade histórica do litoral sul do Rio de Janeiro, conta com cerca de 200 ilhas.

Wind Charter

A baixa temporada vai de junho a setembro (exceto férias de julho) e a alta temporada acontece de janeiro a abril, e entre novembro e dezembro.

Quem não está habilitado para conduzir esse tipo de embarcação deve contratar também, obrigatoriamente, o serviço de skipper (R$350/dia), como é chamado o capitão de um veleiro, além de devolver o barco com tanque cheio.

A empresa disponibiliza também serviços extras como alugueis de prancha de SUP e motor de popa para saídas em botes menores, disponível no veleiro. windcharter.com.br

Como chegar

Ubatuba fica a cerca de 3h30 da capital paulista e tem acesso pela Ayrton Senna (SP-070) – Carvalho Pinto (SP-070) – rodovia dos Tamoios (SP-99) e Osvaldo Cruz (SP-125).

De São Paulo a Ubatuba são seis praças de pedágio:
– km 32,9 da Ayrton Senna, em Itaquaquecetuba: R$ 3,70
– km 56 da Ayrton Senna, em Guararema: R$ 3,50
– km 92,5 da Carvalho Pinto, em São José dos Campos: R$ 3,50
– km 16,1 da Tamoios, em Jambeiro: R$ 3,80
– km 59,3 da Tamoios, em Paraibuna: R$ 6,80