Como é passar um fim de semana em um veleiro em Ilhabela

Esquece essa história de que veleiros são apenas para gente com muito dinheiro

Capital brasileira da vela e um dos destinos mais exclusivos do litoral norte de São Paulo, Ilhabela também faz turismo no ritmo dos ventos.

É a bordo de um veleiro, daqueles equipados com cabines individuais, cozinha completa e banheiro com ducha quente, que você conhece praias isoladas dessa ilha, a 210 km de São Paulo.

Veleiros no litoral norte de São Paulo
Créditos: Marcos Méndez/Wind Charter
Veleiros no litoral norte de São Paulo

E esquece essa história de que veleiros são apenas para gente com muito dinheiro ou exclusividade de celebridades. A diária de um modelo Skipper 30 para quatro pessoas custa entre R$ 700 (baixa temporada) e R$ 900 (alta temporada).

O roteiro

Praias e baías escondidas não vão faltar nessa ilha com 14 ilhas e 42 faixas de areia, aproximadamente.

Nossa viagem começou na Voga Marine, doca localizada no Saco da Ribeira, em Ubatuba; seguiu para o arquipélago no norte da cidade; e terminou em praias onde automóveis não chegam, já em Ilhabela.

O primeiro pernoite a bordo foi no Yatch Club, na Praia de Santa Tereza, a cerca de seis quilômetros do centrinho de Ilhabela, no canal virado para o continente.

Praia da Fome, na face leste de Ilhabela
Créditos: Eduardo Vessoni
Praia da Fome, na face leste de Ilhabela

Mas o melhor da viagem é abrir velas e rumar em direção às praias mais isoladas do lado leste da ilha, em mar aberto.

De carro, é possível chegar até a praia do Jabaquara, 17 km ao norte da vila, e na do Veloso, ao sul de Ilhabela. Dali para frente, só por trilhas ou a bordo de barcos até praias minúsculas e quase privativas como a da Fome, do Poço, da Serraria e da Caveira.

Veleiro no Saco do Eustáquio, em Ilhabela
Créditos: Eduardo Vessoni/Viagem em Pauta
Veleiro no Saco do Eustáquio, em Ilhabela

Ainda que o mar costume ser agitado e nem todas as praias convidem para ancorar, Ilhabela tem enseadas amigáveis com quem pernoita a bordo, como o Saco do Sombrio, um abrigo natural na face leste da ilha; e o cenográfico Saco do Eustáquio, de águas calmas e cristalinas, cuja prainha em forma de saco tem banheiro, quiosque com porções e até um mirante.

Cansou da vista panorâmica da Baía de Castelhanos? É só pedir para o capitão acionar os motores (ou subir as velas, em dias de ventos favoráveis) para seguir até a próxima parada em algum endereço exclusivo de Ilhabela.

Saco do Mamanguá, em Paraty, tem vista única do alto do Pico do Pão de Açúcar

Como funciona

Navegação em Ilhabela
Créditos: Lailson Santos/Sectur Ilhabela
Navegação em Ilhabela

Em embarcações movidas a vela, a sua única preocupação é com o roteiro da viagem. O resto fica a cargo do trabalho cuidadoso do skipper, o capitão responsável pelas questões técnicas.

Para dar mais privacidade aos clientes, o profissional pode desembarcar no final da jornada diária e retornar no dia seguinte para seguir comandando o veleiro, dependendo do ponto de ancoragem.

O veleiro é entregue ao cliente com roupas de cama e banho, utensílios de cozinha e tanques completo com água e diesel.

Interior de um dos veleiros para aluguel, em Paraty e Ubatuba
Créditos: Wind Charter/Divulgação
Interior de um dos veleiros para aluguel, em Paraty e Ubatuba

Só não pode esquecer que o serviço funciona como em hotéis, com check-in ao meio-dia e retorno no mesmo horário. Por isso, planeje-se para ter tempo suficiente para sair de Ilhabela e estar de volta à marina de Ubatuba, no horário do check-out, no dia da devolução do veleiro.

Paraty ou Ubatuba?

É possível alugar veleiros em bases localizadas tanto na Marina do Engenho, em Paraty (RJ), como na Voga Marine, no Saco do Ribeira, em Ubatuba (SP), próximo à Ilhabela.

No entanto, é preciso considerar sua experiência em travessias pelo mar. Assim como explica o skipper Rodrigo Moreira, “Ubatuba é mar para velejar, mais do que para passear, sobretudo Ilhabela, onde venta mais”.

Veleiro no Saco do Mamanguá, em Paraty
Créditos: Eduardo Vessoni/Viagem em Pauta
Veleiro no Saco do Mamanguá, em Paraty

Por isso, se essa é a sua primeira vez em travessias marítimas a bordo de um veleiro, a melhor opção é começar por Paraty. A região é conhecida por baías de águas tranquilas, protegidas dos ventos, devido ao grande número de ilhas ao redor.

Para você ter uma ideia, só a Baía da Ilha Grande, onde se encontra essa cidade histórica do litoral sul do Rio de Janeiro, conta com cerca de 200 ilhas.

Wind Charter

A baixa temporada vai de junho a setembro (exceto férias de julho) e a alta temporada acontece de janeiro a abril, e entre novembro e dezembro.

Quem não está habilitado para conduzir esse tipo de embarcação deve contratar também, obrigatoriamente, o serviço de skipper (R$350/dia), como é chamado o capitão de um veleiro, além de devolver o barco com tanque cheio.

A empresa disponibiliza também serviços extras como alugueis de prancha de SUP e motor de popa para saídas em botes menores, disponível no veleiro. windcharter.com.br

Como chegar

Ubatuba fica a cerca de 3h30 da capital paulista e tem acesso pela Ayrton Senna (SP-070) – Carvalho Pinto (SP-070) – rodovia dos Tamoios (SP-99) e Osvaldo Cruz (SP-125).

De São Paulo a Ubatuba são seis praças de pedágio:
– km 32,9 da Ayrton Senna, em Itaquaquecetuba: R$ 3,70
– km 56 da Ayrton Senna, em Guararema: R$ 3,50
– km 92,5 da Carvalho Pinto, em São José dos Campos: R$ 3,50
– km 16,1 da Tamoios, em Jambeiro: R$ 3,80
– km 59,3 da Tamoios, em Paraibuna: R$ 6,80

Em parceria com Viagem em Pauta

O Viagem em Pauta é o projeto pessoal do jornalista Eduardo Vessoni, profissional que atua com turismo desde 2008 e já colocou os pés em todos os continentes.

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