Como trabalhar em serviço voluntário no exterior

Que viajar é sempre memorável é algo que todos sabem. Mas já pensou em ampliar a experiência de conhecer outras paisagens, línguas e culturas ao ajudar aqueles que não tem meios de usufruir das regalias de uma viagem? O trabalho voluntário no exterior é uma atividade cada vez mais comum, mas apesar de muitos manifestarem essa vontade nem todos sabem o que fazer para concretiza-la. Conheça algumas dicas para ajudar quem precisa lá fora.

Trabalho voluntário não é sinônimo de viajar de graça

Fazer um trabalho voluntário no exterior não é sinônimo de viajar de graça

Antes de tudo, é preciso entender que trabalho voluntário no exterior não significa viajar de graça. Trabalho voluntário é acima de tudo um trabalho e não deve ser confundido com as férias convencionais. Sim, há instituições que chegam a arcar com os custos de viagem e estadia de um voluntário, mas, além de raras, instituições desse porte não precisam de trabalho voluntário, uma vez que possui os fundos necessários para trazer alguém de fora.

É preferível, portanto, que se trabalhe para uma ONG ou instituição menor, considerando que esta, sim, necessita de toda a ajuda possível. E porque elas necessitam de ajuda, deve-se ter a consciência de que o voluntário precisa arcar com todas as suas despesas, já que cada fundo da instituição deve ser investido em quem realmente precisa.

Além disso, é comum que tais ONG’s e instituições mantenham-se graças às doações, logo é importante que o voluntário, mais do que o serviço, acabe por doar algo para que a instituição se mantenha. Sendo assim, se o interesse no trabalho voluntário é economizar nos custos de uma viagem, é melhor mudar os planos. O voluntariado tem muitos custos, mas o voluntário entende que o retorno é muito maior.

Os primeiros passos

É importante conhecer a instituição que deseja ajudar. Pesquise quem são as pessoas por trás do projeto, se há nativos no elenco da instituição ou se se trata unicamente de uma organização internacional. A participação de nativos é importante para que haja maior intimidade e consciência acerca das necessidades e dos problemas enfrentados por aquela comunidade. Mais do que o elenco, pesquise a respeito dos tipos de serviços prestados pela instituição e verifique se eles constituem de fato melhorias para o bem-estar dos nativos, ainda, se suas habilidades são compatíveis com esse tipo de serviço. Para tal, consulte seu plano de atividades. Se a instituição não possuir um plano, redija o seu plano pessoal considerando o que quer fazer em relação ao tempo que ficará. Embora o serviço voluntário sempre nos faça bem, tente sair de sua zona de conforto e deixe de fazer apenas coisas que te façam e prefira fazer o que fará bem aos outros.

O voluntariado não exige muitos pré-requisitos. Geralmente, além da boa vontade, exige-se apenas ter mais de 18 anos e inglês intermediário ou nível equivalente da língua do país de destino. O trabalho pode ser feito de maneira independente ou por intermédio de uma agência responsável pelo chamado “volunturismo”, ou seja, “turismo voluntário”.

No primeiro caso, a triagem, contato e candidatura para a instituição é feita por conta, bem como a contratação de voos, hospedagem, seguro saúde internacional e demais burocracias. As agências costumam trabalhar com instituições padrões pré-selecionadas e facilitam o processo, pois oferecem pacotes que já incluem tudo o que é necessário para trabalhar no exterior, incluindo em sua taxa a doação que será convertida para a entidade escolhida. Por isso, ao contratar alguma agência, verifique se as taxas convertidas para a doação são justas.

Links úteis: sites, organizações e agências especializadas

Idealist.org: um imenso banco de dados que reúne e avalia mais de 100 mil organizações em 180 países, é possível filtrar as informações de acordo com a área de interesse.

AIESEC: voluntariados voltados para estudantes de graduação, pós-graduação ou formados há até dois anos. Encara o trabalho voluntário como responsabilidade do jovem e agrupa serviço voluntário e estágios remunerados em mais de 110 países.

World Wide Opportunities in Organic Farms (WWOOF): organizações voltadas ao trabalho em fazendas orgânicas ou em propriedades de pequeno porte de quem precisa de pequenos serviços e ajuda em diversas funções.

Global Volunteer Network: esta ONG carrega o status de Consultor Especial do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas. Suas ações priorizam mulheres e crianças vulneráveis.

Naturally Africa Volunteers: programas centrados em pequenas comunidades da África do Sul, Malawi, Gana, Tanzânia, Namíbia e Quênia em diversas áreas de interesse.

Pesquise com calma todas as possibilidades e funcionamentos de cada instituição e área de interesse. A pressa pode te conduzir a algum trabalho frustrante em que os seus serviços não serão bem aproveitados. Feitas as pesquisas, ajeite suas malas e prepare-se para viver uma nova experiência de viagem.