Cripta é atração ‘mórbida’ na capital da Áustria
Por Eduardo Vessoni, do site Viagem em Pauta
Sob os pés de quem circula pelo cenográfico centro histórico de Viena, a capital da Áustria guarda uma de suas atrações mais inusitadas: a Cripta Imperial (Kaisergruft, em alemão).
Localizado no subsolo da igreja dos Capuchinos, esse museu abriga caixões imponentes com restos mortais de imperadores, princesas e arquiduques da antiga dinastia austríaca dos Habsburgo, a família de soberanos que, por mais de 600 anos, esteve no comando na Europa Central.
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A história daquelas salas divididas por nomes que fazem referência a seus eternos moradores começou com o desejo da imperatriz Ana do Tirol que, no início do século 17, expressou sua vontade de ver construído um monastério equipado com uma cripta onde pudesse ser enterrada com seu marido, o imperador Matias I.
Morta em 1617, a imperatriz não chegou a ver em vida a concretização da obra fúnebre, mas seu desejo seria realizado em 1632, sofrendo alterações ao longo dos séculos seguintes em diferentes reinados.
A Gründergruft, como é conhecida a cripta dos fundadores, é a ala mais antiga do local e abriga os sarcófagos do Imperador Matias I (1557-1619) e da Imperatriz Ana do Tirol (1585-1618).
Já a Kaisergruft é a cripta mais imponente e impressionante de todas, onde os caixões são feitos com detalhes rococó em cobre e peças decorativas como coroas reais, cabeças de anjos, espadas medievais e caveiras desdentadas.
A maioria das peças foram produzidas por Balthasar Ferdinand Moll, considerado um dos escultores mais importantes da era barroca de Viena e responsável pela construção de 20 tumbas, aproximadamente, que se encontram na cripta como o caixão da imperatriz Isabel Cristina de Brunswick (1691-1750), considerado o trabalho fúnebre mais antigo entre os construídos por ele.
A obra mais mais impressionante de todas as peças expostas no local é o sarcófago duplo que guarda os corpos de Maria Teresa (1717-1780) e de seu esposo, o imperador Francisco I Estevão de Lorena (1708-1765).
Porém, a sala mais visitada é a que guarda os corpos de Francisco José I (1830-1916), o último imperador a ser enterrado no local, e o de sua esposa Sissi (1837-1898), a bela e deprimida imperatriz.
Vão-se os títulos reais, mas as histórias ficam guardadas para sempre em forma de imponentes obras funerárias, bem debaixo dos pés dos visitantes.