Curitiba abriga maior jardim de esculturas público do Brasil
Memorial Paranista conta com 13 obras de bronze do artista João Turin; veja fotos
O Memorial Paranista, espaço de preservação e difusão de obras de arte em Curitiba (SP), tem entre seus atrativos o maior jardim de esculturas público do Brasil, com 13 obras ampliadas em bronze de João Turin (1878-1949).
Instalado em um espaço de 8 mil m2 no Parque São Lourenço, completa um ano agora em maio.
No Jardim de Esculturas, o público pode apreciar alguns dos trabalhos mais representativos deixados pelo artista, com destaque para animais selvagens, como onças, que o artista representou com grande realismo.
- Veio para São Paulo no feriadão? Então conheça 10 museus na cidade que dá para visitar usando apenas o metrô
- Verão no Brasil sem gastar muito: 5 destinos deslumbrantes e econômicos para fazer em janeiro ou fevereiro
- 5 lugares tão legais ou mais que Curitiba para conhecer no Paraná
- Curitiba é um dos melhores destinos do mundo para visitar em 2025
Profundo conhecedor da anatomia animal, Turin destacou-se como o maior escultor animalista do Brasil. A obra de maior destaque no local é “Marumbi”, que apresenta a luta de duas onças.
Completam o conjunto de obras expostas a céu aberto dois baixos relevos (um deles com a lendária imagem da fundação de Curitiba) e duas representações de indígenas do povo guairacá, sendo que um deles tem 3 metros de altura, na entrada do parque.
Construído pela Prefeitura de Curitiba e inaugurado em 14 de maio de 2021, o Memorial Paranista conta com três edificações interligadas por uma galeria com cobertura de vidro. O local reúne cerca de 100 trabalhos de João Turin, sendo que 13 estão no Jardim de Esculturas, que possui obras ampliadas.
Processo de ampliação das obras
As obras originais deixadas por João Turin, em sua maioria eram gessos que tinham em média 40 centímetros. Para se chegar às obras em grandes proporções do Jardim de Esculturas, foi feito um processo de ampliação, em que se fabrica o molde da obra no tamanho desejado, para em seguida fazer a fundição, que resulta na escultura ampliada.
“É muito complexo fazer isso da forma tradicional. Existem métodos antigos de se fazer ampliação manualmente usando proporções e determinados instrumentos”, diz Samuel Lago, um dos detentores dos direitos autorais do artista.
As obras ampliadas de João Turin foram feitas com tecnologias avançadas, aliadas com técnicas tradicionais. Os moldes foram produzidos com impressoras 3D a partir de um minucioso processo de digitalização tridimensional das esculturas originárias, com um scanner específico. Samuel Lago explica que as novas tecnologias trazem um resultado mais fiel à obra originária, além de poupar tempo na produção.
Após a confecção dos moldes, foram realizadas as fundições das obras em bronze. Todo o processo foi feito por uma experiente empresa da Califórnia, nos EUA. As obras ampliadas foram transportadas de navio até o Brasil.
Obras de Turin pelo mundo
João Turin foi um dos primeiros artistas a levar a arte de seu estado para o Brasil e o mundo. Suas esculturas estão em locais públicos de municípios paranaenses, no Rio de Janeiro e até na França, onde o artista tem exposta uma Pietá, feita em 1917, para a Igreja de Saint Martin, em Condé-sur-Noireau, uma verdadeira relíquia, que resistiu aos bombardeios da 2ª Guerra. Um exemplar desta obra estará exposto no Memorial.
Curitiba, onde Turin passou boa parte de sua vida, possui muitas obras do autor espalhadas por parques e praças da cidade, como “Tigre Esmagando a Cobra”, localizada próxima ao portal do bairro de Santa Felicidade, “Luar do Sertão”, em frente à sede da Prefeitura Municipal, e “Tiradentes”, na praça de mesmo nome.
A cidade do Rio de Janeiro também conta com esculturas de João Turin a céu aberto. Um exemplar de “Luar do Sertão” está na praça General Osório, em Ipanema, enquanto a escultura de uma onça pode ser apreciada no Jardim Botânico.
Turin também está no acervo de arte do Vaticano. A escultura “Frade Lendo” foi entregue como presente do povo brasileiro para o papa Francisco, em 2013, na primeira visita do pontífice ao Brasil.