Descobrindo São Francisco, o bairro mais cool de Curitiba
Cheio de arte e vida, o bairro é a resistência cultural no centro da capital paranaense
Acreditando que o retorno do turismo, será em quilômetros rodados, para poder trazer de volta, experiências e histórias na bagagem. Me senti segura e só fiz ‘rolê’ que mantinham todos os protocolos.
Foram mais de mil quilômetros, nos levando para a capital Curitiba e a desbravar uma ilha ainda selvagem e caiçara, SuperAgui. Fiquei ligada e levei meu carro para uma revisão na mecânica de sempre e que não faz as famosas “pegadinhas”, mesmo sendo mulher AND leiga. A oficina Motor Fast cuidou de todos os detalhes e peguei o carro pronto pra cair na estrada. Óleo, água, fluído, pneus, freios e limpador de para-brisa não dá pra deixar para lá e devem ser vistos.
- Por que SP foi considerado um dos 20 destinos mais “cool” do mundo?
- Estudo descobre quais são as 5 frutas mais saudáveis que existem e seus benefícios
- O que fazer em Paraty? dicas de passeios, hospedagem e gastronomia
- ClickBus te mostra os 10 destinos mais desejados do Brasil pra você viajar de ônibus
Curitiba
Curitiba é uma das capitais mais legais desse Brasilzão. Pouco desbravada, @entaovah escolheu um bairro irado, o São Francisco para sediar a estadia!
Curitiba tem seus clichês indispensáveis também, que eu conheci em uma outra oportunidade. O Museu do Oscar Niemeyer, o MON, é famoso e também muito especial, além de ser gratuito às quartas-feiras.
A Ópera de Arame e o Jardim Botânico também não podem ficar de fora se for sua primeira vez na cidade. O Parque Tanguá e o Barigui também valem a visita.
Onde ficar
O bairro São Francisco fica no centro e é boêmio e descolado. Vem sendo revitalizado com muita cultura de rua, onde os artistas e a nova geração se misturam e interagem com o tradicional da cidade. Essa descoberta se deu em torno do Yogha Host, o lugar que eu acertadamente escolhi para ficar.
Minha casa fora de casa, com tudo o que se precisa, frigobar, ar condicionado, banheiro ótimo, cama maravilhosa e uma decoração que eu mesma poderia ter feito. A entrada e o elevador já dão o tom do bairro onde o prédio fica, com arte por todo lado, provocando e enchendo os olhos por onde se passa. O rooftop do Yogha Host com vista para a cidade é perfeito para dar uma relaxada e curtir o fim do dia. Café e coworking vem para facilitar a vida e permitir viver um tempo na cidade.
Tudo isso por menos de 100 dinheiros para duas pessoas por noite.
O que fazer
Extremamente bem localizado e de frente pro Sesc Paço da Liberdade, eles te convidam a explorar a cidade com um olhar curioso e atento, passando pelo Mercado das Flores. Na sequência, conhecer a Catedral de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, aproveitar para fazer 3 desejos (mandinga ensinada pela minha mãe, independente da sua religião) e seguir passeando rumo a SFCo 179, que fica na Rua São Francisco, no bairro de mesmo nome.
Se prepare para entrar em um mundo único, de excelência, criatividade e unindo tudo o que é bom nessa vida. O SFCo 179 tem café, arte, drinks, comida e um belo de um quintal. Para você passar o dia todo sem se entediar em uma viela do Centro de Curitiba. Tropecei neles durante um passeio para ver os grafitis da região.
A descoberta foi pela Soma Galeria. Muita arte dividida em dois andares, sob curadoria da Malu Meyer, já dentro do SFCo 179. O olhar do Joey está claramente ali, já que sabe tudo sobre exposições e é um historiador. Conhecemos brevemente o espaço todo, com juras de amor eterno e que voltaria para passar um dia todo, como eu merecia!
O Joey nos levou para conhecer o entorno e nos contar sobre a virada da arte no bairro, sobre a revitalização, o que nos trouxe longas discussões sobre a estrutura da sociedade, a marginalização de artistas de rua, principalmente os periféricos e sobre a história da arte lado A e lado B de Curitiba.
Caminhar por horas identificando artistas e suas artes foi uma aula dada por esse cara, que merece todo o meu respeito. Don Joey. Obrigada a Malu por ter nos emprestado esse sabe-tudo-de-arte-e-da-vida da sua galeria. Esse não é um passeio fixo que eles têm na galeria, mas vale fazermos barulho para se tornar.
O passeio passou por murais gigantes e fomos até o Centro Histórico de Curitiba, o Largo da Ordem, onde acontece a Feira todo domingo, a Igreja dos Pretos (como deveria ser chamada a Igreja da Nossa Senhora do Rosário), às ruínas de São Francisco, seus ruas estreitas cheias de arte, seus centros culturais e vimos onde anteriormente viveram e reinaram teatros, bares e botecos cheios de vida e de música. Um dos mais incríveis é do Rimon.
Fomos até a Praça do Redentor, onde fica a segunda pista de skate do Brasil, a Pista do Gaúcho, onde se nota a influência dessa cultura na cidade! Amadores, profissionais, olheiros e amantes se encontram nesse reduto especial do esporte. Passeio Público, Memorial Árabe, Teatro Guaíra e mais um tanto do centro foram visitados atrás de murais e mais artistas de rua. Foi incrível!
Ali no SFCo 179 também estão os gigantes Royalty Q Coffee, uma turma da pesada do café que fizeram um cantinho para explorar os sabores e tudo o que se pode fazer com ele. Para amante nenhum botar defeito!
Sugiro, que você comece com um cafézinho coado na indicação da jovem, porém conhecedora barista Raquel Alves. Confie em qualquer coisa, que ela te recomende. Não vacile e confira se o campeão de Latte Art está na casa, o Tiago trata logo de desenhar uma cabra em seu jardim no seu café. Sim, é isso mesmo! Coma enquanto isso, as tortas são deliciosas, e você não vai querer ficar de estômago vazio para o próximo passo!artc
Experimentei logo 3 drinks feitos pelo premiado barista, que sabe tudo sobre grãos e torrefação, Daniel Munari, que é sócio da Royalty Q. Você pode assistir esses drinks aqui ó! Fui de Espresso Martini, White Russian e Irish Coffee, feitos com cafés coados na hora, espumas de creme de leite e doses de teores alcoólicos. Não sei o que dizer, não tenho roupa pra usar!
A Nos Tee Factory está por lá e estampam qualquer coisa em camisetas, bolsas, máscaras e estandartes. Tinha notado que não tinha nenhuma arte que retrata a pandemia que vivemos, não deixei passar e trouxe um estandarte que não nos deixa esquecer dos protocolos que vivemos hoje em dia!
Acha que tá bom? Porque tem mais. O Tijolo é um lugar de vinhos e comida descomplicada e idealmente para compartir, com aquela sensação de que um artista já morou ali. De fato, morou e segue na parede, o sketch do famoso Cavalo Babão, de Ricardo Tod, que morou no número 179, da Rua São Francisco, onde hoje se encontra esse complexo que respira inovação e história.
Onde Comer e Beber
Cosmos Gatrobar é definitivamente um lugar para se conhecer em Curitiba. Respeitando todos os protocolos e mantendo um excelente atendimento, o Henrique e a Jana nos serviram drinks refrescantes e autorais com um bom humor contagiante, fui de Cosmo Collins e Mermaid. Para comer acredite no Gyozas intergaláticos, Nikuman de porco (aquele pãozinho chinês do Kung Fu Panda), Thai Noodles e Nasi Goreng. Nada é ruim, tudo é interestelar!
Vale dizer que a Jana, criou um movimento chamado fechados pela vida, que nada mais são do que pequenos comércios de Curitiba em busca de apoio do governo para sobreviver à pandemia.
No We are Bastards, tem que ir com vontade. Ser bastardo é ter suas próprias regras e quebrá-las sempre que preciso, lembre disso quando estiver por lá! Um lugar para você tomar os melhores porres da sua vida, seja com suas infinitas chopeiras próprias e também fazendo host para os melhores chopps do Brasil, em Curitiba.
As escolhas sem defeitos são feitas pela Marina Milani, uma sommelier mulher potente e jovem à frente dos rótulos. Importante ver as mulheres ocupando espaços que antes eram somente de homens. Ela tratou de nos fazer um tour pelas melhores opções da casa com uma degustação e meu preferido foi a Entomology, uma collab entre a Quatro Graus e a Dádiva, também de uma mulher.
Nem só de cerveja se vive um bastardo. Os drinks são feitos pelo Tiagão, o head bartender e te digo, peça pelos autorais. Exatamente aqueles que não estão no cardápio! Observe, aguarde e beba com vontade.
Tudo ali é levado a sério, a comida portanto, é surreal e perfeita para aguentar a variedade alcoólica que você vai experimentar ali. A especialidade da casa é porco, que é perfeitamente harmonizado com cerveja. Fui de sanduíche PIG, de porco empanado incrível, Porco na lata, nada além de deliciosas costelinhas de porco e um combo de pão de alho. Claro que ali, todos os protocolos são seguidos pelo Ale e pela Mirele, que dão show de inovação em tempos difíceis para que ninguém ficasse sem sua bera gelada!
Passe na lojinha e gaste tudo o que sobrou, virei fã e queria sair uniformizada, ainda venço na vida, e arrumo um growler! Pra fugir um pouco da realidade.
Seguindo no assunto cerveja gelada, Curitiba recebe um dos Refúgios Patagonia. A casa da minha cerveja preferida e que me levou para colher lúpulo no fim do mundo e que eu conto aqui a experiência, te recebe com os braços abertos, mas sem abraços, já que esse é o novo normal.
A casa segue o conceito Fuego e Cerveza, tradicional de todos os refúgios e foram em busca das origens da cervejaria Patagonia para criar um cardápio único e cheio de sabores, com o melhor da parrilla argentina. Não tem segredo, qualquer um dos rótulos com qualquer coisa do cardápio! Ainda sim, me amarro na Weisse e morro de saudades da KM 24.7.
Eu tenho um probleminha com as marcas e lugares que eu amo, quero vestir a camisa e sair passeando. Se você for como eu, pare na lojinha do Refúgio e vista sua camisa, ou seu boné, ou sua camiseta e leve umas coisinhas pro seu bar particular, sua casa!
Por fim e não menos importante, experimentei o delivery de um antigo amor curitibano, o Ginger Bar. Em tempos áureos e sem o demônio Covid, fui ao speakeasy burlesco, com exposição de arte, second floor e drinks incríveis. O delivery não fica atrás e carrega o mesmo cuidado do salão. O yogha host super bem equipado, não deixou faltar nada para me deliciar com um Negroni e com o Estimulante da criatividade. Dois drinks bem executados e diferentes (o que eu adoro ao longo da noite) para cair com o mito de que não podemos misturar bebidas. Notem, não podemos misturar bebida ruim!
Para comer, Sanduíche Frango Shizuoka, um filé de frango empanado em panko, tomate, rúcula, azeite de oliva e maionese de wasabi em uma deliciosa ciabata artesanal. Com batata chips. Para ninguém dizer que fritura não pode vir por delivery, só elogios!
Esse foi meu giro por Curitiba, que me deixou com gosto de quero muito mais! <3
Você confere todas as matérias do @entaovah para o Catraca Livre Viagem aqui!!!