Equador, um país surpreendente com um litoral magnífico
Um país latino-americano (maravilhoso) que ainda não foi descoberto pelos brasileiros. É com este olhar vi o Equador, onde, incrivelmente, não encontrei nenhum conterrâneo nos seis meses que passei por lá. “Talvez seja o custo do dólar [moeda do país]”, fico pensando. Mesmo assim, aqui não gastei mais do que quando viajei pelo Peru ou Colômbia.
Além disso, o Equador tem uma vantagem tremenda sobre seus países vizinhos: tudo é perto, a gasolina é (relativamente) barata e em pouco tempo de viagem você consegue mudar totalmente o ambiente/clima de onde você está.
Ou seja, em algumas horas e com poucos dólares na mão, partindo de umas das cidades principais como Quito ou Guayaquil, você pode chegar a um pedaço da Floresta Amazônica, a alguma praia, a uma região de cascata ou de bosque seco, a algum vulcão, a uma gigantesca montanha andina, etc.
Afinal, estamos falando de um país que tem quase o mesmo tamanho do estado do Rio Grande do Sul, mas que é um dos mais biodiversos do mundo. Isso é demais, não é mesmo?! Imagina quanto tempo de viagem você pode economizar visitando paisagens totalmente diferentes…
Isso pode explicar o porquê, mesmo vivendo pouco tempo por aqui, tive oportunidade de conhecer cantos totalmente diferentes do Equador. Entretanto, uma das regiões que mais fiquei impressionada foi a costeira, especialmente as praias das províncias de Santa Elena e Manabí, que são lindíssimas e com atrativos de diferentes estilos em cada uma delas. Aqui vou deixar dicas dos melhores pontos visitados nessa viagem. Ah! E já que comentei a respeito da região costeira do Equador, não posso esquecer de mencionar sobre o berço das ideias da evolução, as Ilhas de Galápagos.
Realmente este é um ponto que tem que estar no seu itinerário quando visitar o Equador, mas um lugar que você tem que estar bem preparado $$$ para visitar, já que os custos de tudo no arquipélago são mais salgados do que a água do mar que o cerca!
Abaixo lhes deixo um roteiro com sugestões de lugares cheveres (bacanas), contando com um orçamento razoável de mochileiro. Tudo sobre o olhar de alguém que gosta muito da natureza e seus paraísos naturais, assim como uma boa diversão pelo caminho.
Bosque Protector Cerro Blanco
Saindo de Guayaquil, já em direção ao litoral pela Via a La Costa, no km 16, está o Bosque Protector Cerro Blanco. Administrado pela Fundacion Pro Bosque, é uma reserva ambiental particular que tem mais de 6 mil hectares de bosque seco tropical preservado. Este tipo de ambiente é muito distinto do que estamos acostumados no Brasil. Quando cheguei neste lugar pela primeira vez, no início de outubro/2017, pensei: ¨quanta árvore morta¨.
Na verdade, eu estava completamente errada, pois elas estão vivíssimas, somente esperando a temporada de chuvas chegar para voltar a ter folhas e não desperdiçar sua água sem necessidade. Na época de chuva (de janeiro a abril), o bosque muda completamente, ficando coberto de verde, muito verde, e animais diferentes podem ser observados. Por sinal, independentemente da época do ano em que você vá, nas trilhas do BPCB você pode encontrar mais de 250 espécies de pássaros, mamíferos e répteis diversos, muitos insetos de diferentes cores e tamanhos, além de árvores nativas da região.
Existem três caminhos que você pode seguir para conhecer o bosque:
1 – Mono Aullador: a mais recomendada para quem quer ver mais –tem 6 km e custa US$ 20;
2 – Higueron: 3 km, US$ 15;
3 – Buena Vista: 1,5km, US$ 12. Todos os valores podem divididos em até 10 pessoas, com guia em espanhol. Guias em inglês cobram o dobro. Também é possível fazer um caminho auto-guiado (sem contratar guias) até o Mirador.
Horário: todos os dias (se tiver reserva), das 8h às 16h. Para fazer as trilhas ou acampar é necessário fazer reserva com antecedência de, ao menos, 24h, e nos finais de semana não é necessário reservar para fazer caminhadas, somente para acampar. Contato por Whats +593 986-225-077.
Como chegar: do terminal terrestre de Guayaquil você pode pegar ônibus da empresa Villamil ou Posorja (US$ 1,50), e avisar ao motorista que vai ir no BPCB. Um taxi custa em torno de US$ 15 do aeroporto/terminal terrestre.
As linhas de transporte publico de Guayaquil #61 e #140 (US$ 0,30), que saem de La Bahia (centro), também param em frente ao Bosque. Referências: antes de Porto Hondo, depois do mercado Comisariato, em frente à Escola Harvard.
Salinas, Santa Elena
É uma praia popular entre as pessoas de Guayas/Santa Elena por sua ótima localização e fácil acesso pelas estradas. A praia me lembrou um pouco de Copacabana no Rio de Janeiro: claro, em uma dimensão bem menor, mas com muitas famílias e grupos de amigos que passam o dia todo por ali, levando seus termos com alimentos para todo o dia, alugando tendas para cobrir-se do sol, etc.
Ao lado esquerdo do calçadão (malecón, como chamam) da Praia de Salinas, está a Praia de Chipipe, com um mar mais tranquilo e com menos pessoas também. É por este lado que se segue para entrar na Base Militar do Equador e ter acesso à “Puntilla de Santa Elena” (ver abaixo), um ponto must go da região.
Como chegar a Salinas: Os ônibus que saem do terminal de Guayaquil deixam na cidade de Santa Elena, ao qual “el cantón” Salinas pertence. As empresas de ônibus que fazem este serviço são CLP e Liberdad Peninsular. Custa US$ 4,25 e dura em torno de 2h30. Chegando na rodoviária de Santa Elena, você pode pegar o ônibus #13 (US$ 0,30), que passa em frente à Rodoviária e demora em torno de 30 – 40 min para chegar na praia Salinas. Total de gasto de viagem US$ 4,55.
Recomendações
– El Museo De Las Ballenas: está disponível ao público uma coleção privada de amostras de espécies marinhas do Equador em geral, não somente baleias. Importante lembrar que a costa do Equador está na rota de migração de diversos animais marinhos, com grande biodiversidade. Funcionamento: segunda a domingo, das 7h às 20h, com reserva antecipada. Tel.:+593 4-277-8329. Entrada: US$ 2,50.
– Reserva La Puntilla de Santa Elena: Aí está localizado o ponto mais extremo da costa continental da América do Sul. Esta reserva tem um papel importantíssimo na recuperação de várias populações marinhas que vêm diminuindo pela pesca e inclui também parte terrestre do bosque seco da região com 2.231 hectares marinhos e 203 hectares terrestres.
Os principais atrativos da Reserva são “La Chocolatera” (esse efetivamente é o ponto mais a oeste da América do Sul) e “Loberia” (ou Punta Brava, como chamam), que estão próximos um do outro, sendo uma boa caminhada de 30 minutos que se pode fazer pela beira da praia, ou pelo estrado que foi construído bem próximo à praia. É um encanto da vida selvagem: aí você pode observar mais de 50 espécies de aves marinhas, baleias Jorobadas (entre junho – setembro) e lobos marinhos. Também é um ponto bacana para sair do movimento das praias de Chipipe e Salinas e aproveitar uma praia sossegada – sem entrar no mar, que é bravíssimo! A entrada para esta Reserva é feita pela Base Militar, localizada na Praia de Chipipe. Não se cobra entrada e fica aberta todos os dias.
– Hostel Yulee: essa é uma dica para ficar hospedado bem no meio do “fervo” entre as praias de Salinas e Chipipe, perto de tudo que você vai precisar, mesmo estando num ambiente super tranquilo. O quarto que fiquei hospedada foi barato comparado às hospedagens vizinhas, custou US$ 10 por pessoa, com banheiro compartilhado. Existem outras opções com banheiro privado e ar condicionado, cabe consultar qual seria a melhor para o seu caso. Tel.: +593 04-2772028.
– Bar Gringo Marks Sport Bar & Restaurant: se você cansar de só escutar reggaetone por todos os cantos que passar, por favor, visite o bar do Gringo Marks. Esta é uma excelente opção para poder escutar outro tipo de música e tomar uma cerveja de frente para o calçadão/mar vendo todo o movimento. À noite o local oferta shows de bandas com tipos variados de música, mas o rock é protagonista. Não cobra couvert na maioria das bandas. Cerveja com preço honesto. Localizaçao aqui.
– Jimmy’s Food: tem um amplo cardápio com comidas peruanas e também as clássicas servidas no Equador. Achei a comida saborosa todas as vezes em que comi neste lugar e o preço é relativamente barato em comparação aos outros restaurantes desta parte da cidade. Dica: para conseguir o clássico ceviche peruano tem que chegar cedo, principalmente aos domingos, já que o lugar lota! O menu do almoço é servido até às 4h da tarde e tem valor de US$ 3. Localização aqui.
De Santa Elena para Manabí
A Rota Spondylus ou Rota do Sol é um conjunto de várias prainhas seguidas umas das outras, conectadas pela mesma estrada. Um verdadeiro paraíso!
O estado de Manabí é muito conhecido por suas praias lindíssimas e também pela sua fabulosa gastronomia. E de fato, eu confirmo… é tudo verdade! Foram as praias mais bonitas que passei e, infelizmente, pela quantidade de pequenas praias pela rota, não pude conhecer todas. Tem opção para todos: para quem quer fazer festa, quem quer sossego, quem quer mar, quem quer cachoeira, para surfar, para mergulhar, etc. Vale muito a pena a visita e é legal explorar de acordo com o que você mais gosta. Além disso, tenho que dizer que é fácil de conseguir carona e pegar transporte público, já que tem somente uma estrada que conecta todas as praias .
Sobre a comida: sou vegetariana (com exceção de peixe durante viagens), então acabei não experimentado todos os pratos. No entanto, fiquei muito contente com o que provei e aqui estão os mais recomendados: pasta de maní (pasta de amendoim, muito parecida com peanut butter mas melhor, acredite!), tortilla de maiz e de yuca (tortilha de milho e de aipim), caña manabita (cachaça manibita, muito parecida com a nossa brasileira, também feita da cana de açúcar – se pode fazer caipirinhas também!), encebollado (caldo de peixe), bollos (sério, este não pode faltar, é uma extraordinária mistura de peixe, pasta de maní, e plátano – banana de cozir – servido com arroz e muita pimenta a parte).
Algumas sugestões de pontos para visitar nesta rota
Manglaralto: praia boa para passar o dia. O mar é um pouco brabo, mas tem pouco turista no lugar e concentra barzinhos com comida caseira muito boa bem na beira da praia.
Montañita: lugar definitivamente para festas. Tem muitos estrangeiros misturados com equatorianos buscando diversão até o amanhecer. Em tempo de feriado fica difícil até de pegar ônibus para chegar em Montañita, encontrar pousada, etc., de tanta gente que vai para lá. Também é uma praia boa para o surf.
Olón: é uma praia-cidadezinha tranquila. Comida boa na beira da praia com preço honesto e dizem que o mar é o ideal para quem quer aprender a surfar. Para pessoas que gostam de ficar “de molho” sem se preocupar com o repuxo, esse é O lugar! Olón também ficou conhecida por ter uma área com cascatas na parte de trás, em direção às montanhas.
Rinconada: totalmente para quem gosta de surfar. Tem uma temporada em especial que o mar sobe e fica propício para esta prática. Quase não tem turistas fora os surfistas, já que não tem como entrar no mar.
Ayampe, Manabí: essa foi a minha praia do ❤ e vou ser suspeita para falar dela aqui… É uma praia-comunidade pequenita que é rodeada por montanhas e mar, sendo uma das poucas que ainda mantém um estilo “roots”. Para quem já foi para a Praia do Rosa, SC, tente imaginar como era lá nos anos 70, 80. É mais ou menos assim.
Há uns anos atrás muitos estrangeiros estavam investindo neste lugar e agora são donos de muitas pousadas e restaurantes. Dessa forma Ayampe não é uma praia barata, mas com certeza uma das que mais vale a pena visitar por sua conservação e tranquilidade (se é isso que você procura). A praia ainda é muito selvagem, cheia de estrelas do mar, pedras que vem Rio Ayampe e tem até época de desovas de tartarugas.
Se você gosta de fazer hiking ou birdwatching, atrás da estrada principal fica um lugar muito lindo para ir caminhar. Dentro da Reserva de Ayampe, que possui 14 hectares protegidos, se pega parte do caminho del colibri (em inglês Colibri Nature Trail), que segue por uma estradinha cercada de natureza pura até a entrada do Projeto Jocotoco. Neste ponto você pode seguir caminho fazendo toda a volta no circuito do caminho del colibri (vá equipado!, é longo), ou só caminhar um pouco mais a frente para chegar até o Rio Ayampe e tomar um banho de rio de água morna e cristalina… Maravilhoso!
Hospedagem: seja muito bem recebido e fique num lugar com energia boa na Las cabañas de la Iguana. Tem lugar para acampar, cabanas para compartir ou individuais, e uma cozinha compartilhada que fica em frente a um espaço bem aconchegante para descansar e usar as redes. Reservas: +593 980-163-825 com Cris, ou booking.com.
Puerto Lopéz, Manabí: essa praia já é bem como uma cidade mesmo, maior e com mais infraestrutura. Tem diversas atrações turísticas e opções para famílias e aventureiros, sendo um ponto de saída para os principais tours. A atividade mais clássica para se fazer em Puerto Lopez é a observação de baleias, entre março e outubro. Às vezes, já incluso no tour das baleias (USD 20,00), pode-se fazer snorkeling, ou então contratar um tour especial de mergulho a parte para ir em Ilhas como a Isla de La Plata e a de Salango, que tem alta visibilidade e fazem parte da área de preservação do Parque Nacional Machalilla.
Por sinal, o Parque Nacional Machalilla é uma das maiores e primeiras áreas protegidas na costa do Equador, compreendendo 60 mil hectares entre via terrestre e marinha. A entrada principal está localizada a 40 km de Puerto López (cerca de 30 min de ônibus com a empresa Manglaralto), e neste setor do Parque se pode caminhar para conhecer parte do Bosque Tropical Seco e atravessar praias selvagens lindíssimas como La Tortuguita e La Playita (não banháveis pelo mar brabo) até chegar a praia Los Frailes, que ainda mantém todos os seus aspectos naturais intactos.
Perto da entrada principal do Machalilla está outro ponto super bacana para visitar e que também faz parte desta área protegida: a Comunidade de Águas Blancas. É considerada um sítio arqueológico importante e os moradores dali se sentem muito orgulhosos por sua herança cultural. Se pode tomar banho em umas poças de água sulfurosas que têm propriedades relaxantes. Entrada USD 5,00 com direito a entrada no Museu Arqueológico e banho nas poças, mais guia local. Contato: Gonçalo (guia comunitário), tel.: +593 991-199-219.
Na cidade de Puerto López existem outros dois pontos legais para conhecer: a Baleia Fritz e o Centro de Recuperação de Animais Silvestres.
Frente a Hosteria Mandala, no calçadão de Puerto Lopez (direção norte) está a ossada reconstruída de uma baleia que foi encontrada morta em uma praia vizinha, nomeada FRITZ. Com apoio de várias ONGs e moradores locais, os ossos da baleia foram levados para a cidade para trazer um pouco de consciência ambiental às pessoas, já que a causa da sua morte foi um câncer ocasionado pela enorme quantidade de sacos plásticos em sua barriga. Nesta mesma direção, caminhando até o final da praia, fica o Centro de Recuperação de Animais Silvestres administrado pelo Parque Nacional Machalilla (Ministério del Medio Ambiente Ecuador). Aí se pode ver de pertinho várias tartarugas e animais marinhos aleatórios que estão em recuperação, assim como diversas espécies de aves, em especial a famosa espécie Piqueros de Patas Azules (Sula nebouxii), que foi muito estudada por Darwin em sua época.
Para experimentar a culinária local existe um lugar genial – o Mercado de Peixes. É como um mercado público, bem na beira da praia, com os peixes bem frescos, vindo diretamente da mão dos pescadores. Se você estiver aí bem cedo tem a chance de ver toda a movimentação dos pescadores chegando e as aves enlouquecidas atrás dos barquinhos buscando comida. É super interessante! Durante todo o dia se serve refeições com preço honesto (entre USD 3,00 e 5,00), e a que eu mais gostei (mais única deste lugar) é a sopa de pescado que é servida somente no café da manhã.
Praia Canoa, Manabí: um pouco mais ao norte, fica esta praia-comunidade bem aconchegante e com o mar maravilhoso. É uma cidadezinha muito parecida com Ólon: não tem um estilo tão selvagem quanto Ayampe, mas mantém sua natureza aos arredores. Quando eu e meu companheiro estivemos lá não encontramos muitas atividades além de tomar muito banho de mar com a água morna que toda a costa do Equador tem. No entanto, foi neste lugar que tivemos a grande sorte de alguém nos dizer um dia que havia uma cervejaria numa comunidade bem perto dali, chamada Rio-Canoa. Aí fomos caminhando por uma estrada de terra por 6 km – um caminho muito agradável na verdade – até chegar a um paraíso perdido entre as montanhas com cerveja artesanal de vários tipos por apenas USD 2.00 cada copo. Isso é um milagre no Equador, cerveja artesanal barata! A marca da cerveja é Beerkingo, e são bem boas, num estilo mais leve blond, passando por Reds e Pale Ales, até uma IPA amargota.
Um camping excelente é o Tratomonto, que fica na parte mais calma da cidade, tel.: +593 984-09520. Na direção norte se encontra mais pousadas e campings que estão em uma zona mais de festas e movimento.
Como chegar às praias
De Guayaquil para Salinas até Puerto Lopez existem dois caminhos: saindo de Guayaquil, pode-se pegar um ônibus e ir direto para Puerto Lopéz e seguir em direção sul, ou ir até Santa Elena e pegar ônibus em direção ao norte, e ir parando nas praias que você escolher. Pessoalmente eu prefiro a segunda opção porque é menos tempo de viagem mesmo que tenha uma troca de ônibus no meio do caminho. A empresa Manglaralto faz toda essa rota das praias, e, de Salinas até Puerto Lopez, independentemente da opção que você escolhes, a viagem vai custar entre USD 8 e 9,00 e demorar entre 2h30min – 4h. Entre as praias o valor da passagem varia (mín. USD 0,50 até USD 4,00).
De Guayaquil para Canoa é melhor pegar um ônibus até Portoviejo ou Jipijapa (USD 8,00), e daí pegar um transporte que te leva até Canoa (USD 4,00). Ou então, se já estiver em Puerto López, pegue um ônibus até Jipijapa e depois Canoa.
Relato por Ali Gallo, do Gobackpack & dont waste your time