Estrasburgo tem Notre-Dame tão bela quanto a homônima parisiense
Igreja construída na fronteira entre a Alemanha e a França no século 11 é outro exemplar da arquitetura gótica europeia
A cidade de Estrasburgo, na fronteira da França com a Alemanha, ajuda a contar boa parte da história dos dois países e da própria Europa: a gastronomia, a arquitetura, a escolha do local para a sede do parlamento da União Europeia, tudo remete ao passado de guerras, animosidades e proximidades entre ambas nações.
No entanto, é sua enorme catedral, tal qual a Notre-Dame de Paris — que pegou fogo nesta semana — que colocou a pequena cidade francesa no roteiro turístico internacional.
Com uma torre de 141 metros de altura, a Catedral de Nossa Senhora de Estrasburgo é outro dos exemplares franceses de arquitetura gótica, e demorou mais tempo do que a sua homônima parisiense para ficar pronta: 400 anos.
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O templo começou a ser erguido no ano de 1015 e só terminou em 1439, quando já era considerado um dos grandes produtos do trabalho humano da história. A igreja teve que esperar até a metade do século 16, porém, para ser reconhecida como o prédio mais alto do mundo, mantendo o título até 1874. Hoje ela é considerada a sexta maior igreja do planeta e a segunda maior da França, atrás justamente da Notre-Dame de Paris.
Na terça-feira (16), logo após os bombeiros controlarem o incêndio e anunciarem que ele consumiu dois terços do teto da igreja, o diretor da Fundação Notre-Dame de Estrasburgo, Eric Fischer, demonstrou preocupação com a situação da catedral: “E se acontecer com a nossa?”, questionou ao jornal “3 Grand Est”.
Segundo Fischer, hoje a igreja toma todas as precauções possíveis para evitar tragédias como a que acometeu a Notre-Dame de Paris: há desde caixas de ferramentas espalhadas pelo templo e detectores de fogo nas vigas que sustentam a edificação. “Se um incêndio irrompe em um lugar, dá tempo de isolá-lo do resto da igreja e esperar a chegada dos bombeiros”, explicou.
“Além disso, há várias escadas de acesso aos diferentes pontos da igreja, porque pensamos que seria importante em caso de incêndios — elas podem salvar a vida dos bombeiros”, completou.
A fachada da igreja de Estrasburgo foi feita com pedras esculpidas que vão dos arcos das três grandes portas de entrada até o alto da torre.
Na nave, os visitantes procuram os dois principais atrativos: o grande órgão sobre o púlpito e o relógio construído em 1547 e reformado três séculos depois para receber um grande mostruário planetário e um mecanismo de calendário eclesiástico. Todos os dias, meio-dia e meia, o mecanismo apresenta os 12 apóstolos de Jesus Cristo e, então, o galo canta três vezes.
Dentro da ‘Notre-Dame’ de Estrasburgo ainda é possível ter uma visão mais próxima da grande rosácea da entrada do templo que, nos dias ensolarados, assim como a igreja de Paris, enche a nave de luz rosa.
O único passeio que necessita de ingresso é uma plataforma acima do portão principal, a 66 metros do chão, acessível por 330 degraus, de onde é possível observar toda a região da Alsácia, e quando o dia está limpo, até mesmo a Floresta Negra, na Alemanha.
Pelo seu tamanho e importância, a igreja reúne a grande parte do fluxo de pessoas da cidade em seus arredores. Ao lado dela, por exemplo, estão a Maison Kammerzell, com sua fachada de pedra esculpida no século 15, a Place du Château, que oferece a melhor visão da catedral, e o Palais Rohan, construído nos anos 1730 para servir de moradia dos arcebispos e cardeais católicos e que hoje é abriga três museus.
Saindo da igreja, todas as direções ainda levam para a Cidade Velha de Estrasburgo, onde as ruas pitorescas são fechadas para carros e vivem repletas de turistas que caminham devagar em busca de presentes, quinquilharias e cafés.
A mais frequentada delas é a Rue des Orfevres, que fica ao lado da Maison Kammerzell e termina na igreja. Ali também está o escritório de turismo da cidade, onde é possível comprar o Strasbourg Pass (que dá acesso a todas as atrações turísticas) e visualizar o mapa da região.
No final do ano, a “Notre-Dame” de Estrasburgo é toda decorada com luzes natalinas e sedia, tanto na praça adjacente quanto na sua nave, o famoso Strasbourg Marche de Noel (ou Christkindelsmärik), um mercado de Natal que acontece desde 1570, quando a cidade não pertencia à França.