França proíbe voos domésticos de curta duração; entenda
O objetivo da lei é diminuir as emissões de gases que causam o efeito estufa
Polêmica à vista! O governo da França publicou nesta terça-feira, 23, um decreto que proíbe voos domésticos curta duração quando há uma alternativa de trem com menos de 2h30 de duração.
O país é o primeiro a adotar uma medida dessa natureza, que é um esforço para reduzir as emissões de carbono, de acordo com comunicado do Ministério do Transporte francês.
A publicação do decreto foi a última etapa que faltava para a determinação entrar em vigor. Com isto, foram banidas as rotas aéreas que ligam o aeroporto de Paris-Orly às cidades de Nantes, Bordéus e Lyon –voos de conexão, no entanto, não são afetados.
Menos gases de efeito estufa
O ministro de Transporte, Clément Beaune, afirmou que a medida está em total sintonia com a política do governo de incentivar a utilização de meios de transporte que emitam menos gases com efeito estufa.
“Alcançar a neutralidade carbônica significa reforçar fortemente a nossa ação em termos de descarbonização dos transportes, que ainda representam 30% das emissões”, disse Beaune.
“Enquanto lutamos incansavelmente para descarbonizar nossos estilos de vida, como justificar o uso do avião entre grandes cidades que se beneficiam de conexões de trem regulares, rápidas e eficientes?”, questionou.
No Twitter, o presidente francês Emmanuel Macron escreveu que já havia se comprometido com a proibição.
Por que França decidiu proibir voos domésticos de curta duração
A proibição de viagens aéreas domésticas de quatro horas, período em que é possível atravessar voando praticamente toda a França continental do norte ao sul e do leste ao oeste, era defendida pelo grupo de consumidores francês UFC-Que Choisir para reduzir as emissões poluentes no país.
“Em média, o avião emite 77 vezes mais CO2 por passageiro do que o trem nessas rotas, embora o trem seja mais barato e o tempo perdido seja limitado a 40 minutos”, afirmou a organização em nota enviada a BBC.
O grupo também pediu ao governo francês “salvaguardas para que a SNCF (ferrovia nacional francesa) não aproveite a oportunidade para inflar artificialmente seus preços ou degradar a qualidade do serviço ferroviário” em função da proíbição dos voos de curta distância.
As companhias aéreas francesas, entre elas a tradicional Air France, ainda não se manifestaram sobre a nova regra.