Israel é uma viagem de mais de dois mil anos no tempo

Por: Márcio Diniz

Praias na costa do Mediterrâneo, construções e ruínas históricas, um grande deserto e o Mar Morto. Israel atrai milhares de turistas todos os anos, a maioria em busca dos lugares citados nas passagens bíblicas, como a Basílica da Anunciação, o monte das Oliveiras, a Via Dolorosa, o Cenáculo (local onde foi realizada a Última Ceia), o Mar da Galileia, entre outros.

Com uma área total de 20.770 km², Israel é um dos menores países do mundo. Mas as curtas distâncias facilitam os roteiros de quem deseja percorrer o país inteiro em poucos dias.

O turista em Israel literalmente viaja através da história e se surpreende com os contrastes entre o futuro e o passado. O país é um emaranhado de culturas, costumes, tradições e lar de várias religiões.

Brasileiros

Entre os países da América Latina, o Brasil está no topo do ranking na emissão de turistas para Israel. Em 2014, 52 mil brasileiros visitaram o país. Para este ano, a perspectiva é que o número chegue a 60 mil.

O Viagem Livre passou uma semana em Israel e mostra alguns pontos turísticos que não podem ficar de fora do roteiro de quem planeja conhecer a Terra Santa.  Confira abaixo:

[tab:Tel Aviv-Yafo]

Vista da orla de Tel Aviv, banhada pelas águas do Mediterrâneo

Capital econômica e cultural de Israel, Tel Aviv esbanja modernidade sem esquecer o passado. A cidade, banhada pelo mar Mediterrâneo, com praias que lembram facilmente as brasileiras, tem uma vida noturna bastante intensa com uma gastronomia de ponta.

Tel Aviv abriga a maior concentração do mundo de construções em estilo Bauhaus –são cerca de 4.000. Dai o que surgiu o apelido de “A Cidade Branca”. A maioria das edificações estão localizados na avenida Rothschild, na região central da cidade.

Um dos inúmeros imóveis em estilo Bauhaus de Tel Aviv, conhecida como ‘A Cidade Branca’

Outro lugar que não deve ficar de fora do roteiro em Tel Aviv é visitar o famoso mercado Shuk HaCarmel, onde é possível saborear algumas receitas típicas, frutas, legumes, doces e especiarias.

Tel Aviv também vem se destacando como um destino gayfriendly célebre.

Yafo (Jaffa, em hebraico) tem 4.000 anos de história
Créditos: Felipe Monteiro Vazami
Yafo (Jaffa, em hebraico) tem 4.000 anos de história

A história de Tel Aviv começa em Yafo (Jaffa, em hebraico) –a antiga cidade adjacente com história que remonta a 4.000 anos com suas casas de pedras e ruas estreitas que hoje abrigam o pitoresco quarteirão dos artistas.

Assim como todo o país, as conexões bíblicas estão presentes em Jaffa, também conhecida como Old Jaffa. Segundo as escrituras, foi de lá que o profeta Jonas partiu de barco em direção à Társis e foi engolido no caminho por uma baleia.

Foi em Jaffa que ocorreu a ressurreição de Tabita por Pedro na casa de Simão, o Curtidor.

Nos arredores ainda é possível avistar a mesquita Mahmudiya, construída em 1812, com seu imponente minarete. Do alto da Cidade Velha, tem-se uma das mais belas vistas de Tel-Aviv banhada pelo Mediterrâneo.

*O jornalista viajou a convite do Ministério de Turismo de Israel e da companhia aérea Turkish Airlines

[tab:Jardins Bahá’í]

A cidade portuária de Haifa (a 94 km de Tel Aviv) abriga uma das paisagens mais espetaculares de Israel e do mundo: os Jardins Bahá’í.

Os Jardins Bahá’í vistos do alto do monte Carmelo com a cidade de Haifa e o Mediterrâneo ao fundo

Os jardins foram concebidos pelo arquiteto iraniano Fariborz Sahba em honra a Báb, um dos profetas Bahai –religião que surgiu na antiga pérsia, hoje o Irã, em 1862–, que está enterrado no local.

Ao todo são 19 jardins que descem pela parte norte do Monte Carmelo, com mais de 400 espécies diferentes de plantas, a maioria da região, cultivadas numa área de 400 mil m².

Os jardins podem ser vistos de quase todos os pontos de Haifa, a terceira maior cidade israelense. No entanto, os turistas não podem entrar no templo ou em outros prédios do complexo.

Mas quem tiver fôlego para subir os 1.700 degraus será recompensado com uma bela vista de todo o jardim do monte Carmelo.

Ainda no monte Carmelo, não deixe de visitar o monastério carmelita de Stella Maris. Na igreja em estilo barroco há uma gruta considerada pela tradição cristã ser a sepultura do profeta Elias.

O monastério ainda abriga um pequeno museu dedicado ao profeta e um albergue, usado pelos muitos peregrinos que visitam a cidade.

[tab:Cesareia Marítima]

Vista do sítio arqueológico de Cesareia Marítima com o hipódromo em primeiro plano

Construída pelo rei da Judeia, Herodes, no século I antes de Cristo, as ruínas de Cesareia impressionam por sua grandiosidade. Seus importantes vestígios das épocas romana e medieval fazem do Parque Nacional de Antiguidades um dos mais impressionantes de Israel.

Mosaico no sítio arqueológico de Cesareia Marítima

Conhecer o sítio arqueológico de Cesareia, no norte o país, é como viajar numa cápsula do tempo. O nome é uma homenagem ao imperador romano César Augusto, do qual Herodes era leal.

O complexo compreende edificações de várias épocas. É possível encontrar de vestígios do período Helênico (século 3 a.C.) ao das Cruzadas (século 12 d.C.).

No parque é possível encontrar restaurantes, cafeterias, lojas e museus

No auge, Cesareia abrigava um grande porto –o mais importente da região–, instalações para entretenimento, como anfiteatro e hipódromo, templos e um imponente aqueduto construídos à beira do mar Mediterrâneo que leva água até a cidade.

A entrada ao complexo de Cesareia custa 40 shekels (cerca de R$ 34). A dica é comprar um dos passes que permite visitar diversos parques com um ingresso. São três: azul (78 shekels –válido para três atrações), verde (110 shekels –válido para seis atrações) e laranja (150 shekels  –ilimitado). Todos eles têm validade de duas semanas e podem ser comprados nas bilheterias das atrações ou pelo site: www.parks.org.il.

[tab:Massada]

Ruínas da fortaleza de Massada com o Mar Morto ao fundo

A fortaleza de Massada, construída sob um platô a 450 metros de altura pelo rei Herodes no século 2 a.C., disputa a atenção dos turistas com os resorts à beira do Mar Morto.

Lá do alto é possível ter uma vista incrível do deserto da Judeia, do grande lago salgado e da Jordânia.

Conta à história que foi neste local que 960 judeus se mataram, no ano 73, para escapar do Exército romano, que havia conquistado Jerusalém.

As ruínas da fortaleza e do palácio de Herodes estão bem conservadas. São termas, cisternas e um sofisticado sistema de abastecimento de água.

Existem duas opções para se chegar até o topo da montanha: de bondinho ou caminhando por uma trilha íngreme construída pelos romanos.

Todos os anos, em junho, é realizado um dos mais importantes festivais de ópera de Israel. Já foram encenados nas ruínas de Massada os espetáculos “Turandot”, “Carmina Burana”, “Tosca”, entre outros.

[tab:Migdal]

Uma cidade que permaneceu por mais de dois mil anos soterrada se tornou novo centro de peregrinação em Israel. Segundo a bíblia, Magdala (Migdal, atualmente), no norte do país, seria o local onde Maria Madalena teria nascido e conhecido Jesus.

As ruínas foram descobertas durante as escavações para a construção de um hotel e vem atraindo um número crescente de turistas. Desde que foi aberto para visitação, o local já recebeu a visita de cerca de 5 mil pessoas, segundo a Legião de Cristo, que administra o espaço.

Ruínas da antiga cidade de Magdala

No local, que fica às margens do mar da Galileia, os arqueólogos encontraram uma pedra com desenhos entalhados de um menorá –candelabro com sete velas e um dos principais símbolos do judaísmo–  e ruínas de uma sinagoga com uma ampla sala com o piso de mosaico e paredes com um reboco colorido onde Jesus teria pregado.

Entre as ruínas, também foi encontrada uma moeda datada no ano 29, uma área presumivelmente destinada a salgar e secar peixes e parte de um porto.

Os arqueólogos da Autoridade de Antiguidades de Israel e da Universidade Nacional Autônoma do México –responsáveis pelas escavações– acreditam que a sinagoga teria sido originalmente construída no século I, durante o que ficou conhecido como o segundo período de templos.

A pedra com desenhos entalhados de um menorá

Do ponto de vista arqueológico e histórico, a descoberta é relevante, pois não se sabia ao certo o local onde fica a cidade. O que se sabia é que na região existiam sete sinagogas no segundo período de templos, mas nunca se encontrou algum vestígio delas na Galileia.

No local, a Legião de Cristo construiu uma capela ecumênica com um púlpito que simula a barca de Pedro. Estão nos planos ainda erguer um hotel para peregrinos e um restaurante.

[tab:Nazaré]

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Tiberíades

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[tab:Jerusalém]
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