Paranapiacaba: o que você precisa saber para visitar a vila
Vilarejo na Grande SP preserva acervo histórico arquitetônico e tecnológico do final do século 19
O vilarejo de Paranapiacaba é daqueles destinos que merecem ser visitado ao menos uma vez na vida. A vila é um mergulho na história ferroviária do país e refúgio acolhedor a poucos quilômetros da capital paulista.
A vila foi erguida por imigrantes ingleses, em 1867, que vieram para o Brasil construir a ferrovia São Paulo Railway Co. –a primeira do estado, que ligava Santos a Jundiaí.
Por conta disso, o vilarejo possui uma arquitetura diferenciada, com edificações construídas pelos britânicos no fim do século 19. Muitas estão de pé até hoje.
- 3 lugares para viajar sozinha no Brasil que você ainda não pensou
- Esqueça a praia: 3 lugares frios para viajar no brasil
- Viagens baratas para casais: 5 destinos incríveis no sudeste
- 10 parques naturais para visitar no Brasil
O vilarejo possui até uma réplica do famoso cartão postal londrino, Big Ben.
O que fazer em Paranapiacaba?
Paranapiacaba oferece diversas atrações para todo o tipo de público. Dos fãs de natureza, trilhas e esportes radicais a aqueles que apenas querem sentar em um café e apreciar a paisagem.
Aos finais de semana o centro histórico da vila costuma receber eventos culturais, como festivais de gastronomia, exposições, apresentações musicais e sarau de poesias caipiras, por exemplo.
Confira abaixo algumas das atrações da vila histórica:
Museu Castelo
Principal construção arquitetônica de Paranapiacaba, o Castelinho foi restaurado em 2005. Do local o visitante tem uma visão completa da vila, incluindo o Pátio Ferroviário.
Edifício de grande valor arquitetônico, modelo único na vila, foi construído em 1897 sobre uma elevação natural, em ponto estratégico do qual visualiza-se toda a região.
O imóvel serviu de residência do engenheiro-chefe da ferrovia e se destacava do restante dos moradores, além de criar a possibilidade da fiscalização propriamente dita.
Atualmente o espaço abriga peças da ferrovia e a memória social da vila. Uma delas é uma maquete de toda a vila.
O museu funciona de quinta a domingo, das 10h às 16h, inclusive feriados. Os ingressos custam R$ 10. Informações: (11) 4439-1319.
Pátio Ferroviário
No Pátio Ferroviário encontram-se os principais ícones da vila, como o relógio da estação, a ponte que liga a parte alta à parte baixa, o Locobreque, a cabine do 5º, entre outras atrações.
A torre de relógio foi erguida em meados de 1898 e tem como destaque o relógio da marca Johnny Walker, de Londres. Suas badaladas regulavam os horários dos trens e a entrada e saída dos funcionários da ferrovia.
Trata-se do único monumento que restou após o incêndio da estação de trem de Paranapiacaba. A construção foi restaurada em 2003.
Outro destaque é o Locobreque, nome em português para Loco-brake –máquina a vapor utilizada no sistema funicular na Serra do Mar. Foi construídais em 1901 pela companhia inglesa Robert Stephenson & Co.
Não há acesso a plataforma do relógio, nem a Cabine do 5º. Patamar, por estarem em área de operação dos trens da MRS.
Museu Tecnológico Funicular
Operado pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), guarda um pouco da história da ferrovia.
É possível visitar o antigo pátio de manobras, máquinas fixas, oficinas, carros, vagões, locomotivas e objetos utilizados para manutenção de trens e do sistema funicular.
A chamada “Serra Velha” inaugurada em 1867, foi o primeiro sistema funicular empregado para transpor a Serra do Mar.
O sistema é composto por cinco patamares distribuídos ao longo da serra, sendo o primeiro em Piaçaguera e o último na parada Alto da Serra, ou seja, Paranapiacaba.
No museu é possível ver como funcionava o sistema de tração, as máquinas, Maria-Fumaça e outras peças ferroviárias.
O acesso ao Pátio Ferroviário é feito passarela. O espaço funciona aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 16h. Os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Crianças menores de 5 anos e pessoas acima de 60 anos não pagam.
Casa Fox e o Antigo Mercado
Construídas entre 1897 e 1901 com madeira de pinho-de-riga, porão em pedra e tijolos aparentes, as casas germinadas serviram de moradia dos funcionários da antiga estrada de ferro.
A Casa Fox também abriga a exposição permanente “Casa da Família Ferroviária”, que mostra como era a moradia dos anos 30 com móveis, objetos e fotografias de época.
O imóvel recebeu esse nome em homenagem ao engenheiro Daniel Mackinson Fox, que realizou um importante trabalho na construção da ferrovia.
Outro imóvel histórico é o antigo mercado de secos e molhados –local de abastecimento dos antigos ferroviários.
A construção foi restaurada, tornando-se um espaço multi-cultural. Em alguns eventos, o local funciona como feira de produtos gastronômicos.
Clube União Lyra Serrano
Espaço de lazer dos trabalhadores da ferrovia, o prédio atual foi erguido na década de 1930, e é até hoje um importante espaço de eventos na vila de Paranapiacaba.
O Clube União Lyra Serrano surgiu da união com um dos mais antigos clubes de futebol de São Paulo, o Serrano Football Club, fundado em 1903.
Parque Nascentes de Paranapiacaba
O parque ocupa uma área de 400 hectáres e conserva uma importante remanescente de Mata Atlântica no entorno da histórica vila inglesa.
Pela proximidade da Serra do Mar, o parque conta com cinco trilhas abertas a visitação: Trilha das Hortências, Trilha dos Gravatás, Trilha da Pontinha, Trilha do Mirante e Trilha da Comunidade.
O espaço também abriga uma exposição permanente que retrata parte da Mata Atlântica, com exibição de aspectos da fauna e da flora encontrados na região.
O parque abre de terça a sexta, das 8h30 às 15h30. Sábado, domingo e feriados, das 8h às 16h45.Entrada somente com monitor. Ingressos custam R$ 20. Informações: (11) 4439-0321
Trilhas na Mata Atlântica
A riquíssima reserva da Mata Atlântica que abraça a vila ferroviária e que contorna a Represa Billings são excelentes opções de passeios para quem busca um contato mais direto com a natureza. Trilhas e cachoeiras fazem parte deste passeio.
Destaque para a trilha da Rota da Madeira. Percurso autoguiado de 34 km, ideal para ciclistas que curtem estradas de terra e caminhantes. Localizada em área de Mata Atlântica, a rota remete ao início do século 20, quando a região era produtora de madeira utilizada em construções e na produção de carvão.
O ponto de partida e chegada do trajeto fica próximo ao Locobreque, na entrada da parte baixa da vila. A rota conta com sinalização e pode ser percorrida a pé ou de bicicleta, e exige esforço médio, com pouca declividade.
Para quem pretende percorrê-la, é recomendado que informe o Centro de Informações Turísticas, no Largo dos Padeiros, s/n, na parte baixa da vila.
Para quem prefere passeio mais tranquilo, a opção é conhecer o Olho D’Água. Lá, o visitante conhece o sistema de reservatórios implantado pelos ingleses no final do século 19 para o abastecimento de água da vila que ainda funciona.
O local abriga também uma nascente preservada excelente para educação ambiental e interpretação do Meio Ambiente, além das trilhas dos Gravatás e Hortênsias.
Como chegar
Para chegar à vila de Paranapiacaba de carro, o visitante deve seguir pela Rodovia Anchieta até o km 29 (placa para Ribeirão Pires), entrar na SP-148 (estrada Velha de Santos) até o km 33 e pegar a Rodovia Índio Tibiriçá (SP-031) até o km 45,5. Em seguida, acessar a SP-122 até o final.
Também é possível chegar de ônibus, que sai do Tersa (Terminal Rodoviário de Santo André), localizado na Estação Prefeito Saladino (CPTM), ou da estação ferroviária de Rio Grande da Serra a cada hora (Viação Ribeirão Pires, tel. 4828-9646).
Outro forma é o Expresso Turístico da CPTM. A viagem é feita a bordo de uma composição, formadas por dois carros de aço inoxidável fabricados no Brasil e tracionados por uma locomotiva da década de 1950, totalmente reformada.
O percurso de 48 km leva 1h30 e é realizado ao longo da atual Linha 10-Turquesa, proporcionando ao turista uma viagem no tempo. Os ingressos estão à venda na plataforma Sympla.