Que tal fazer uma viagem pelas cores do mundo?

Em São Paulo, até 18 de setembro, será possível viajar pelas “Cores do Mundo”

Que tal Viajar nas cores do mundo? Mas, será que é possível definir um lugar por uma cor apenas? Ou mesmo discernir a cor que a cidade desejaria ter como sua?

Os quadros de Makarra, releitura de seus murais, nos instigam a conhecer as cores de outros paises, pelo seu olhar
Créditos: viramundo e mundovirado
Os quadros de Makarra, releitura de seus murais, nos instigam a conhecer as cores de outros paises, pelo seu olhar

Então, veja quem consegue perceber essas cores e depois nos revela na exposição  Cores do Mundo.

O artista plástico brasileiro Makarra, tem seu olhar voltado para encontrar a cor que define ou a que é vocação de uma cidade. Seu projeto teve início em 2014, em São Paulo, e já passeou pela Argentina, Colômbia, Uruguai e Estados Unidos, para citar apenas alguns países.

Sampa mais Verde
Créditos: viramundo e mundovirado
Sampa mais Verde

A cor de São Paulo, por exemplo, todos dirão que é cinza, certo? Pois, em “Sampa mais verde” – um dos mais instigantes quadros da mostra – a cor que representa nossa metrópole é o verde. Um verde pulsante vibra no coração da obra que é ao mesmo tempo o centro de um labirinto formado por viadutos e ruas. É o gramado verde brilhante do Estádio do Pacaembu. E, é como se esse verde desejasse nos mostrar que pode romper e brotar no emaranhado de passarelas e túneis que sufocam a cidade.

El Dorado
Créditos: viramundo e mundovirado
El Dorado

Em Bogotá, Colômbia, Makarra grafitou os muros do Parque Virrey. Inspirado na cultura local, selecionou o amarelo que representa o ouro dos povos pré-colombianos. Mas, ele destaca que o tempo é a verdadeira riqueza da vida. A tela revive a lenda de uma cidade toda construída em ouro maciço. Na exposição pode-se ver a tela El Dorado que migrou do mural.

Miami
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Miami

Já para o Uruguai, o artista escolheu o azul como a evocar a liberdade e o direito à propriedade – engrenagens para uma sociedade mais justa e harmônica. Em Montevidéu ele grafitou todo o edifício da Biblioteca Municipal Del Buceo.

Tons de terra, ferrugem, sépia e ocre indicam para o artista na tela “Miami Mix of Colours”, o quanto essa cidade dos Estados Unidos respeita a diversidade étnica, e a diferença da cor da pele de seus moradores. No bairro de Wynwood, outrora abandonado e decadente, foi com a arte dos grafiteiros que a região ganhou nova vida. O mural de Makarra tem como vizinhos, artistas vindos de várias partes do mundo, e atrai a contemplação dos que curtem street art no hoje badalado distrito de Miami.

Acreditar. A dúvida confunde nossos caminhos. Confie nos seus instintos. Assim vemos o artista Makarra
Créditos: viramundo e mundovirado
Acreditar. A dúvida confunde nossos caminhos. Confie nos seus instintos. Assim vemos o artista Makarra

Na tela “Índigo Argentina”, esse particular tom de azul veio das águas, rios, lagos e geleiras desse País.

A visão de Makarra nesse projeto das Cores do Mundo, na verdade é uma troca de olhares pois, ao expor suas obras nas paredes de locais públicos do mundo, ele também revela a arte brasileira, nossas cores, traços e a criatividade.

Na exposição Cores do Mundo, emana de seus quadros uma irradiação que, de algum modo, se comunica com os visitantes.

À primeira vista, a composição de todos é também uma releitura do labirinto.

Todo labirinto simboliza a busca do homem que, pelos caminhos mais diversos, possa finalmente chegar ao centro. E, é esse centro que interesse não apenas a Makarra, mas a todos nós, viajantes que somos dessa grande viagem que é a vida. Faremos uma longa viagem através de países, culturas, e no fundo sempre estaremos em busca de nós mesmos, do nosso centro.

Mural do artista Makarra
Créditos: Makarra
Mural do artista Makarra

A composição harmoniosa dos quadros atua, antes de mais nada, sobre nossos olhos. Então, deveríamos encontrar nos diversos olhos retratados nas telas, uma dica a mais para compreender seu trabalho. Talvez o artista deseje que nós vejamos o que não está visível.

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As palavras do poeta alemão Goethe também poderão nos dar mais uma pista: “Se o olho não fosse como o sol, ele não poderia ver o sol”. Ou relembrar que as tecelãs de tapetes turcas associam Deus ao olhar. Nada mais correto, portanto, que o nome das janelas nas primeiras igrejas cristãs seja ‘oculus’ – olho.

Aceite, pois, o convite de Makarra para ver as “Cores do Mundo”, e sinta a magia da verdadeira arte.

Exposição Cores do Mundo
Onde: Galeria Pintura Brasileira (rua Groenlândia 530, São Paulo)
Quando: até 18 de setembro
Horário: Seg a sexta, das 11h às 19h, e sábados das 10h às 14h

Em parceria com Viramundo e Mundovirado

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