Reserva sul-africana tem seguranças 24h para proteger rinoceronte
Mais de mil rinocerontes morreram no ano passado massacrados por caçadores que querem seu chifre
Mark Palmer cresceu no Zimbábue, onde o amor pelos animais selvagens começou. Zoólogo com especialização em ecologia, ele hoje é gerente da reserva privada Amakhala Game Reserve.
A reserva de 8 mil hectares localizada em Port Elizabeth preserva o ambiente e oferece hotéis, lodges e campings de luxo para safáris na África do Sul.
Na Amakhala, rinocerontes têm seguranças armados e treinados que os protegem 24 horas, para evitar que sejam mortos por caçadores. Verdadeiras gangues se organizam para o massacre do bicho.
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A caça é feita para roubar o chifre, a fim de vender em mercados asiáticos para “uso medicinal”, que não está comprovado cientificamente.
Alguns ainda ostentam o chifre do bicho morto como sinônimo de status. Esses animais correm risco de sumir do Planeta pela ganância.
Apesar de não haver comprovação da medicina, o chifre, que é feito de queratina, o mesmo que a sua unha, é ralado e usado para tratamento de febres, ressaca e até câncer.
Mark conta ainda que não é qualquer lugar com animais em toda a África que merece a visita e o dinheiro dos turistas, uma vez que alguns estabelecimentos só exploram a fauna, escravizam os bichos, sem ajudar na preservação.
Muitos se autodenominam “santuários”, mas não se engane com esse nome. Em vez de proteger, eles se aproveitam do animal, para montaria, como em elefantes, ou usam filhotes para que você os alimente, quando, na verdade, o filhote deveria ser alimentado pelos pais.
Evite lugares incentivam a interação dos aimais com humanos. Isso acaba com a vida selvagem.
1 – Quantos rinocerontes são mortos no país por ano?
São mais de 1000 rinocerontes por ano. Lamentável. A caça acontece por organizações criminosas que querem o chifre de animal.
Nossa reserva faz proteção do rinoceronte, uma tarefa muito cara e difícil, mas com a qual nos comprometemos.
Temos equipe muito bem treinada e armada de segurança 24 horas por dia, 7 dias por semana. Não podemos comentar o número de rinocerontes que temos por segurança.
2 – É permitida (legalmente) caçar no país?
A caça é legal na maior parte da África, mas em certas áreas com autorizações. No entanto, Amakhala é uma reserva para safáris fotográficos e ecoturismo. Nenhuma forma de caça é permitida.
3 – E os elefantes também estão sendo caçados?
O elefante é caçado pelo marfim. É um grande problema em outros países africanos, como Moçambique e Zâmbia, e está começando a aumentar na África do Sul, novamente.
4 – Como funciona a reserva? Os animais nascem lá?
Os animais são selvagens e cuidam de si mesmos. A maioria deles nasceu lá. O ecossistema natural significa que os predadores como leão, leopardo e chita têm que matar para se alimentar.
Ocasionalmente, transferimos alguns animais-chave entre outras reservas, mas o fazemos em conjunto com organizações como a Endangered Wildlife Trust.
5 – Que tipo de lugares o turista que realmente ama animais deve evitar?
Os turistas desempenham um papel crucial na conservação de áreas selvagens na África, pagando pelos safáris. Sem essa renda, não haveria como arcar com os custos de funcionamento das reservas.
Mas há lugares que devem ser evitados pelos turistas, pois não contribuem para a conservação. Estes são normalmente lugares que oferecem atividades de contato com filhotes de leão, guepardos ou passeios de elefantes.
Sua lugares que exploram e devolvem pouco à conservação. Parques Nacionais, reservas privadas com boa reputação (como Amakhala) e centros de rehabiliação de animais respeitáveis têm diretrizes de conservação transparentes e boas críticas de hóspedes .
Lugares que oferecem interações precisam ser investigados caso a caso. A maioria é orientada para o lucro e não para a conservação. Amakhala não tem qualquer forma de interação com animais.
O blog viajou a convite da South African Tourisme Latam Airlines.