Rio Grande do Norte: litoral que se exibe para todos
Por Eduardo Vessoni, do site Viagem em Pauta
Democrático e exibido, o litoral do Rio Grande do Norte é para todos.
Na costa norte do Brasil, a rústica Galinhos tem praias selvagens e um clima pé na areia capaz de fazer qualquer visitante querer mudar de CEP.
Não muito longe dali, São Miguel do Gostoso, cujo nome já adianta a sensação de ver o Brasil fazer a curva, esportistas se deixam levar pelos convenientes ventos alísios que levam e trazem viajantes de todo o mundo.
Já o sul potiguar é o endereço provisório de jovens de Natal que, nos finais de semana, lotam Pipa e desfilam pela estreita rua de paralelepípedos do centro da cidade.
E assim, entre cenários isolados e destinos descoladinhos, o Rio Grande do Norte é daqueles estados que reúnem todas as possibilidades em um mesmo lugar.
Confira a seleção de destinos no Rio Grande do Norte que são a cara dos próximos meses quentes:
[tab:Maracajú]
Localizados a 60 km de Natal, no município de Maxaranguape, os parrachos de Maracajaú são o melhor cenário para a gente achar que desembarcou no Caribe brasileiro.
Suas rasas piscinas naturais de águas transparentes ficam a 7 km da praia e permitem ao visitante nadar entre arrecifes de corais que aparecem de acordo com a maré, dando origem a um cordão de 13 km².
No local é possível também praticar snorkeling e mergulho autônomo com cilindro, mesmo quem não conta com certificação.
A viagem até o local é realizada a bordo de catamarãs, de onde os visitantes desembarcam para acessar o ponto de apoio que funciona em uma balsa flutuante de dois andares equipada com bar.
[tab:São Miguel do Gostoso]
Em São Miguel do Gostoso quem dita o ritmo da viagem é o vento.
Com constantes deslocamentos de ar que dobram a esquina onde o litoral do Brasil faz a curva, o destino é considerado um dos melhores pontos do mundo para prática de kite e windsurf, cuja temporada vai de setembro a março.
Aulas de esportes náuticos no mar, inusitados passeios a cavalo na areia da praia e até prática de Stand Up Paddle na lagoa da Pousada Mar de Estrelas são algumas das atividades mais comuns desse antigo vilarejo de pescadores, localizado a 120 km de Natal.
Porém antes de deixar Gostoso, cujo nome já começa a fazer sentido até para o mais urbano dos visitantes, não deixe de esticar até a vizinha Tourinhos para ver o pôr do sol nessa praia em forma de fenda que abriga uma baía para banho em águas calmas, ao lado de dunas petrificadas.
[tab:Galos/Galinhos]
Dizem que é nesse destino da costa norte do estado que o mar encontra o sertão e onde o sertão vira mar.
Isolados em uma península estreita, entre as águas mansas do rio Aratuá e o mar, Galos e Galinhos são destinos da região oeste potiguar que abrigam uma geografia exagerada que conseguiu reunir em um mesmo endereço a típica vegetação da caatinga, dunas móveis, falésias, mangue, imensas salinas e extensas faixas isoladas de areia (ou em outras palavras, praias desertas só para você).
O destino não tem acesso para carros (exceto os 4×4), que devem ficar estacionados em um estacionamento em Pratagil, de onde saem as embarcações de madeira que levam os visitantes até a península.
Basta desembarcar naquela península, a quase 170 km de Natal, para um vilarejo rústico de pescadores se exibir bem diante dos olhos.
E já estamos sabendo que a única pousada em Galos, vilarejo pé-na-areia com apenas 400 habitantes, ainda tem lugar para passar o Réveillon, em um dos seus únicos 10 quartos, de onde se vê sobe e desce sem pressa do rio Aratuá, em um movimento de maré preguiçosa que arrasta barquinhos de madeira pra longe e os traz de volta, no final do dia.
[tab:Pipa]
Definitivamente, Pipa é o destino potiguar mais recomendado para os baladeiros de plantão, nem que seja só para caminhar pela fervida (e estreita) via de paralelepípedos do centro da cidade, a rua Baía dos Golfinhos.
Localizada a quase 90 km ao sul de Natal, no município de Tibau do Sul, a cidade surgiu como destino dos viajantes alternativos, nos anos 70, e hoje abriga algumas das praias mais famosas do litoral nordestino.
É só circular pelo centrinho dessa cidade localizada sobre falésias para o visitante se dar conta de que o espírito Flower Power ainda resiste por ali, embora hoje em dia com um excessivo toque do estilo hippie chique, materializado em forma de boutiques e restaurantes com preços elevados que, de longe, lembram os anos do “paz e amor” da sociedade alternativa.
Mas, certamente, você não vai cruzar o extremo do Nordeste brasileiro para se perder em lojas de marcas famosas.
Em Pipa, o melhor fica do lado de fora e é de graça: falésias, praias de águas calmas recortadas por piscinas naturais e trechos preservados de Mata Atlântica são alguns dos atrativos naturais da região.