Road trip pela América do Sul: El Calafate e Torres del Paine
O casal Silvia e Adriano Bolzani, do blog Suas Próximas Viagens, está viajando pela América do Sul e compartilha a aventura
Em nossa road trip pela América do Sul, o destino mais distante a partir de São Paulo era a Patagônia, localizada no extremo sul do nosso continente. Foram muitas horas de estrada a bordo de um Pajero, nosso companheiro nesta viagem inesquecível. Especialmente nesta parte final, nos deparamos com mais de 140 km de pistas sem asfalto pela RN 40, e só pudemos fazer o trajeto por dispor de um robusto 4×4. Mas El Calafate e Torres del Paine valeram cada quilometro rodado para chegar até lá.
Outro fator importante para nossa segurança e tranquilidade da família foi a utilização do Spot, um rastreador pessoal via satélite. Entre Bariloche e El Calafate, ficamos por quase 2 dias inteiros sem sinal de celular, mesmo com chip de uma companhia argentina. Para quem não conhece mas, como nós, gosta de fazer longas viagens de carro ou passeios em lugares junto à natureza, este é um serviço essencial. Entre outras funções, o Spot nos permitia enviar mensagens para contatos previamente cadastrados. Mesmo sem sinal algum de celular, pudemos avisar onde estávamos e que estava tudo bem. Ainda bem que não precisamos, mas também permite pedir ajuda, caso algum problema mais sério ocorra. Recomendamos muito!
El Calafate
Este foi um dos pontos altos da nossa aventura. A pequena cidade é um charme, limpa e arborizada, dando a impressão de que tudo é novo. Hotéis, restaurantes e lojas parecem recém inaugurados e o atendimento na maioria dos estabelecimentos é simpático e profissional. Com o apoio da Secretaria de Turismo de El Calafate, montamos uma agenda que nos permitiu conhecer o melhor da região em poucos dias.
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A região apresenta cenários lindos e é possível conhecer através de trilhas, passeios de bicicleta e cavalgadas. Uma atração recém inaugurada e super interessante é o Glaciarium. Este pequeno museu apresenta através de recursos áudio visuais informações sobre os glaciares e a História da região. Simplesmente imperdível.
Conhecemos também a Reserva Natural Laguna Nimez, um parque no centro da cidade, às margens do Lago Argentino. Através de passarelas de 3km de extensão, permite a observação de muitas espécies de pássaros, em especial flamingos. Com visitantes do mundo todo, oferece visitas guiadas e aluguel de binóculos.
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Glaciares em El Calafate
O centro das atenções são mesmo os glaciares, em especial Perito Moreno. Localizado no Parque Nacional Los Glaciares, impressiona não apenas pela beleza natural, mas também pela excelente organização. A geleira tem 5km de largura por até 80m de altura. Suas dimensões e a coloração em vários tons de azul hipnotizam. Para nos tirar do transe, só mesmo os estrondos que ocorrem ao longo de todo o dia, quando partes da geleira se rompem e arrebentam na água. Um espetáculo grandioso! Um dos lugares mais fantásticos que já conhecemos.
Fizemos duas navegações na região. A experiência mais completa, que consideramos imperdível, através da Marpatag. Foi um passeio de 8h na embarcação Maria Turquesa, nova e super confortável e com bom serviço de almoço a bordo incluído. Partindo do porto La Soledad, exclusivo da companhia, navegamos pelo braço norte do Lago Argentino. A partir da embarcação, pudemos avistar vários glaciares, com destaque para o glaciar Spegazzini, com uma parada para caminhada no Puesto las Vacas. Há a opção de fechar o passeio no glaciar Perito Moreno. O passeio rendeu fotos e memórias maravilhosas. Foi onde vimos nossos primeiros icebergs e, garantimos, foi inesquecível!
A segunda foi um passeio de 1h, com a Southern Spirit. Esta saiu do porto dentro do Parque los Glaciares, ao lado do restaurante. O barco chega bem perto do glaciar Perito Moreno e, lentamente, passa por toda sua extensão. Uma oportunidade incrível e opção ideal para quem dispõe de menos tempo.
Definitivamente, El Calafate é um daqueles destinos dos quais a gente se despede desejando que seja um “até breve”, e não um “adeus”.
Torres del Paine
Nosso grau de satisfação com algo é sempre uma relação direta entre a expectativa e a experiência. Ou seja, quanto mais alta a expectativa, mais difícil é ficarmos totalmente satisfeitos com algo. Por causa disso, estávamos com um certo receio quanto a Torres del Paine. Queríamos conhecer há bastante tempo e, por todas as fotos que vimos, imaginávamos ser um lugar fantástico.
Após realizar este sonho, descobrimos ser muito mais bonito que pensávamos! Com o apoio do Sernatur – Serviço Nacional de Turismo do Chile, conhecemos o Parque Nacional Torres del Paine e voltamos completamente encantados com o lugar! Um daqueles lugares no mundo onde a natureza tira seu fôlego, de tão perfeita.
Parque Nacional Torres del Paine
As Torres del Paine são três imensas formações de granito que erguem-se no meio do parque. Ao lado das torres ficam Los Cuernos, ou os chifres, em português. Juntos, formam uma composição visível a partir de quase toda a região. É comum os visitantes explorarem esta área do parque através de trekkings de 4 a 7 dias, o famoso circuito W, percorrendo 71km. Os mais aventureiros fazem um trajeto ainda maior, o Paine ou O, caminhando 115km em torno de toda a formação. Além das distâncias, os exploradores enfrentam altitudes de 0m a 1200m.
Mas o parque vai além das imensas torres de granito que o nomeiam. Seus lagos possuem cores distintas, do azul intenso e cristalino ao verde esmeralda e leitoso. Estas variações devem-se às diversas origens e composição das águas, criando cenários cinematográficos. Há também a navegação pelo Lago Grey, que permite avistar o glaciar de mesmo nome e as incríveis formações de granito.
Onde ficar em Torres del Paine
O parque possui uma ótima estrutura turística. Encontramos de campings a hotéis estrelados e a mesma diversidade para restaurantes. Nos hospedamos no Hotel Lago Grey, um dos mais tradicionais do parque, cujo maior diferencial é a vista ímpar. A partir das suas instalações, é possível admirar o lago, o glaciar e as famosas formações. Além disso, seu bar e restaurante são lugares perfeitos para observar o amanhecer e o pôr do sol na região.
Ficamos também no Patagonia Camp, fora do Parque Nacional, mas às margens do belo Lago Toro. Diferentemente do que o nome possa sugerir, este all-inclusive oferece uma opção de hospedagem fora do tradicional. Ao invés de quartos ou cabanas, ficamos em um yurt, inspirado em tendas típicas da Mongólia. Confessamos que não conhecíamos o conceito, mas é tudo perfeito: atendimento, refeições, passeios, localização e acomodações. Conforto e serviços a níveis muito superiores a hotéis 5 estrelas que conhecemos. Uma experiência inesquecível que deixou saudades, tanto pela estrutura quanto pelos amigos que fizemos. Outro lugar para onde adoraríamos voltar em breve.
Nos próximos dias, contaremos como foi nossa chegada ao ponto mais distante da viagem: Ushuaia. A Terra do Fim do Mundo tem mais atrações que esperávamos e também nos surpreendeu de forma muito positiva. Veja o post sobre a Road trip Expedição Cone Sul para saber mais detalhes desta aventura incrível!