Rock In Rio vai do metal ao funk mandando ver na diversidade
Ir para o Rock In Rio era um sonho antigo. Lá em 2001, ainda com 15 anos, meu amor pelo rock e pelo Red Hot Chilli Peppers renderam boas brigas com meu pai. A adolescente aqui queria pegar a malinha e viver a experiência da Cidade do Rock.
Sem sucesso. Meu não deixaria e não deixou que a aventura acontecesse. Ficou aquele sentimento de revolta e vontade, mas que com os anos foram se amenizando até cairem no esquecimento desta mente jovem e cheia de assuntos por conhecer.
Aquela seria a primeira de seis apresentações da banda liderada por Anthony Kiedis e Flea no Rock In Rio. Passaram 18 anos e, agora toda trabalhada na independência, tive meu passaporte rumo ao festival garantido. Não por acaso, o Red Hot voltaria ao palco.
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Agora com cabelos brancos, mas ainda muita atitude, o grupo mandou ver nos hits que todo mundo queria ouvir. A clássica “Californication” levou amigo a se abraçarem e entoarem como um hino preso na garganta. “Don’t Stop”, “Deni California” e “Hey” foram também pontos altos da apresentação headliner da quinta-feira, dia 3 de outubro.
A data ficou mais especial ainda com o anúncio do aniversário do guitarrista Josh Klinghoffer, que completaria 40 anos bem ali no palco. A celebração veio com o grupo tocando a faixa “Sikamikanico” pela primeira vez na carreira – e olha que tem tempo! A música é um Lado B da maravilhosa “Under The Bridge”, o que valeu pela música original ter ficado de fora do set deste ano.
A explosiva “Give It Away” fechou minha noite dos sonhos lindamente me fazendo esquecer que “Scar Tissue” não tinha rolado. Já estava realizada.
É rock, é brega, é disco
O dia tinha começado bem com o show Pará Pop reunindo Gaby Amarantos, Fafá de Belém, Dona Onete, Jaloo, Manoel Cordeiro, Lucas Estrella e uma banda pesadíssima. Cada artista cantou músicas próprias enquanto participavam das canções dos conterrâneos paraenses. Um palco Sunset cheio de cor, tremor e respeito.
O ponto alto do dia veio com a apresentação da lenda da música, Nile Rodgers. O artista subiu ao Palco Mundo mostrando seu legado de compositor, produtor, arranjador e guitarrista. Essa foi a segunda passagem do cofundador de Chic pelo Brasil e foi a melhor apresentação de todo o festival, na minha humilde opinião.
Já o palco New Order era uma explosão de luzes com a projeção mapeada em toda sua estrutura. Por ali passaram maravilhosidades do eletrônico ao funk, além de boas doses de after para a galera da madrugada.
A experiência valeu para querer voltar a cada dois anos para ver tudo que o Rock In Rio tem para oferecer. Vale ir até a Barra, fazer toda a caminhada – e da-lhe perna! -, e se abrir para cada pedacinho de programação. Meu pai continua não gostando muito, mas tantos anos depois já aceita e respeita as decisões desta apaixonada por música. 2021 estaremos de volta!
A jornalista viajou para o Rock In Rio a convite da Heineken.