Roteiros e dicas para conhecer o Vale do Loire, na França

O Vale do Loire é o berço do Renascimento francês

Diz a lenda que Leonardo da Vinci teria cruzado os Alpes sobre uma mula, com Mona Lisa debaixo do braço e tudo, para atender a um convite do então rei da França, Francisco I.

A travessia, que levaria semanas, marcou não só seus últimos anos de vida como também deu início a uma nova era para a história das artes francesas.

Castelo Real de Amboise, a 225 km de Paris, aproximadamente
Créditos: Eduardo Vessoni/Viagem em Pauta
Castelo Real de Amboise, a 225 km de Paris, aproximadamente

Considerado a última morada de Da Vinci, o Vale do Loire é o berço do Renascimento francês, financiado por reis da região que teriam se encantado com esse movimento artístico que surgira na Itália.

O resultado, atualmente, é a maior concentração de castelos do mundo (300 deles abertos para o público) e uma coleção de cidades medievais que levam o visitante para tempos distantes.

Tem castelo para visitar, para passar a noite e até para fãs de desenhos animados.

Conheça os castelos do Vale do Loire

Chambord

Vista panorâmica do Castelo de Chambord
Créditos: Divulgação/CRT Centre Val de Loire
Vista panorâmica do Castelo de Chambord

A cerca de 1h40 de trem de Paris e próximo a Blois, essa construção de 500 anos, cujo quingentésimo aniversário da instalação da pedra fundamental também será celebrado em 2019, é o castelo mais visitado da região e impressiona por suas dimensões.

Com projeto inspirado nos trabalhos de Leonardo da Vinci, o Castelo de Chambord é conhecido pela mescla de estilos arquitetônicos francês e italiano, e pelo interior imponente que abriga mais de 400 dependências, 90 delas abertas à visita e 300 lareiras.

Rodeado por uma floresta de cinco mil hectares, Chambord é famoso pela escadaria em espiral dupla, assinada pelo próprio Da Vinci, que permite que os visitantes subam por rampas geminadas, sem se encontrarem.

SAIBA MAIS
Ingresso a partir de 14,50 € (entrada ao castelo e aos jardins)
Transfers até o castelo (pago à parte) podem ser contratados na estação de Blois-Chambord.
www.chambord.org

Cheverny

O Castelo de Cheverny foi inspiração do cartunista Hergé para criação de cenários das histórias de Tin Tin
Créditos: David Templier/CRT Centre-Val de Loire
O Castelo de Cheverny foi inspiração do cartunista Hergé para criação de cenários das histórias de Tin Tin

A 15 km de Blois fica essa construção que inspirou o cartunista belga Hergé na ambientação de algumas das aventuras do jovem repórter Tintin.

A primeira referência a esse castelo fortificado, construído por Raoul Hurault, é de 1315 e é considerado uma das poucas construções do gênero que ainda está habitada, onde o herdeiro mora com sua esposa Constance du Closel e os três filhos do casal.

Mas o melhor ainda é o museu Les secrets de Moulinsart, onde fica a exposição permanente com cenário e salas que remetem aos quadrinhos de Hergé.

SAIBA MAIS
entrada: 16,50 € (entrada ao castelo e museu do Tintin
A viagem da estação Austerlitz, em Paris, até Blois-Chambord dura cerca de 1h40
www.chateau-cheverny.fr

Chaumont-sur-Loire

Castelo de Chaumont-sur-Loireão)
Créditos: Gillard-et-Vincent/Divulgação
Castelo de Chaumont-sur-Loireão)

A viagem medieval segue pelo interior da França, mas não do jeito que você está costumado a ver castelos.

Mais do que uma bem preservada construção do ano 1000, o Castelo de Chaumont-sur-Loire é conhecido também pelos bem cuidados jardins que abrigam, anualmente, o Festival Internacional dos Jardins, onde são expostas intervenções artísticas e paisagísticas.

Aliás, se esse for mais um castelo no seu roteiro pela região, vale focar apenas nas áreas externas, onde a arte contemporânea dá outros tons a essas construções medievais. O Vale do Loire é conhecido como ‘Jardim da França’, devido aos trabalhos feitos nas áreas externas.

SAIBA MAIS
entrada: 18€
A 185 km de Paris, a viagem de trem entre as estações Paris-Austerlitz e Onzain / Chaumont-sur-Loire dura cerca de 1hr 40.
www.domaine-chaumont.fr

Castelo Real de Blois

Castelo Real de Blois, a 180 km de Paris
Créditos: -David/Divulgação
Castelo Real de Blois, a 180 km de Paris

Vizinha ao Chaumont-sur-Loire, a cidade de Blois abriga essa construção do século 9, que mescla estilos gótico, renascentista e clássico.

Dono de um acervo com 35 mil obras, o destaque são as salas encobertas por pinturas em todas as paredes, em substituição à antiga tapeçaria original.

SAIBA MAIS
12 € (entrada e aluguel de tablet com um programa de realidade virtual que recriam os antigos ambientes do castelo, a partir de imagens em 360°.
O local fica a 7 minutos a pé do Castelo de Chambord
www.chateaudeblois.fr

500 anos da morte de Leonardo da Vinci

Este ano marca o quinto centenário do falecimento do mestre do Renascimento, bem como os 500 anos desse movimento cultural na França.

Exposição marca os 500 anos da morte de Leonardo da Vinci
Créditos: Chateau du Clos Lucé/Divulgação
Exposição marca os 500 anos da morte de Leonardo da Vinci

Da Vinci morreria em Amboise, em 1519, após ter sido convidado por Francisco I, três anos antes, para morar e seguir sua arte no Castelo de Clos Lucé, considerado a última morada do artista.

Após batalhas na Itália, Francisco levou aquele artista multidisciplinar para trabalhar como o “primeiro pintor, arquiteto e engenheiro do rei”.

Para celebrar as datas, eventos acontecem na região, como as exposições “Leonardo da Vinci, Seus Alunos, a Última Ceia e François I” no Castelo de Clos Lucé, cuja tapeçaria ‘A última Ceia’ deixará o Vaticano pela primeira vez; e “A Arte de Viver no Renascimento “, em Châteaudun.

De maio a setembro de 2019, o Castelo Real de Amboise recebe a exposição ‘A morte de Leonardo da Vinci – a construção de um mito’, além de concerto e espetáculo de teatro sobre a vida do mestre.

Clos Lucé

Nessa construção de 1471, por onde se olha, respira-se Leonardo da Vinci.

Solar de Cloux, a última residência de Da Vinci
Créditos: L.de Serres/Divulgação
Solar de Cloux, a última residência de Da Vinci

A 226 quilômetros da capital francesa, a última residência de Da Vinci abriga um parque dedicado ao mestre renascentista, onde repousam réplicas de suas invenções, como o ‘Parafuso Aéreo’ (espécie de avô do helicóptero), e ambientes internos que recriam salas por onde circulava Leonardo da Vinci, como a cozinha e seu ateliê.

O Solar de Cloux, seu nome original, é conhecido pela inconfundível fachada de tijolos vermelhos e pedras calcárias que guardam aqueles ambientes cenográficos que abrigaram Da Vinci em seus três últimos anos de vida.

SAIBA MAIS
entrada: 16€
Da estação Paris Montparnasse a St Pierre des Corps, a 20 km de Amboise, são cerca de 55 minutos de trem. Um serviço de ônibus faz o transfer até Amboise.
www.vinci-closluce.com

Castelo Real de Amboise

Do quarto onde morou, no vizinho Clos Lucé, o convidado ilustre tinha vista para outra construção de Amboise.

Castelo Real de Amboise, a 225 km de Paris, aproximadamente
Créditos: Eduardo Vessoni/Viagem em Pauta
Castelo Real de Amboise, a 225 km de Paris, aproximadamente

Residência de Francisco I, daí o título de ‘berço do Renascimento francês’, o Castelo Real de Amboise tem vista exclusiva do rio Loire e foi ponto estratégico em tempos de disputas na região.

Um dos destaques é a bela capela de Saint Hubert que guarda os restos mortais de Leonardo da Vinci, sob uma construção do século 15, em estilo gótico.

SAIBA MAIS
ingresso: 12,80€
www.chateau-amboise.com

Em parceria com Viagem em Pauta

O Viagem em Pauta é o projeto pessoal do jornalista Eduardo Vessoni, profissional que atua com turismo desde 2008 e já colocou os pés em todos os continentes.

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