Você já encontrou sua alça metade?
Elas que nos uniram. Todas as mochilas sonham em achar sua alça metade. Apesar de prezarem pela independência e liberdade, foram criadas sabendo que tudo que é bom fica ainda melhor quando é compartilhado.
Quando uma viu a outra já sabiam que passariam bons momentos juntas. Talvez antes de seus donos. Cada uma tinha sua história, sua bagagem. Uma tinha ido para locais como Tailândia, Camboja, Colômbia e Holanda. A outra foi ao Qatar, Marrocos, Itália e Venezuela.
Na primeira encostada, saiu faísca e desde então é difícil vê-las separadas, mesmo com as diferenças. Uma é mais descolada, a outra bem convencional, mas viram além. Perceberam que compartilhavam aquela paixão pela estrada, pelo desconhecido, por aprender.
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Elas sabem que ainda têm a liberdade para ir e vir quando bem quiserem. E se comprometeram a nunca podar as singularidades da outra, dando o espaço que cada uma precisa. Inclusive fazendo viagens sozinhas.
Só que agora podem se apoiar uma na outra naquela travessia de barco perigosa, enquanto assistem ao pôr do sol no ponto mais alto da cidade ou enquanto sacodem dentro de um avião ou ônibus, rumo a mais uma cidade que antes só habitava seus pensamentos. Dessa vez de forma mais segura.
Sabem também que agora a vida ficou mais leve. Uma leva o creme para os dois, enquanto a outra cuida do protetor solar. Para que dois pentes? Tem uma sunga ali no meio do saquinho com os biquínis molhados e aquele vestido entre as blusas e bermudas. Tem ainda os livros dos dois no bolso da frente da mochila que tem mais bolsos. Fica mais fácil para pegar.
Elas sabem ainda que têm que ser mais flexíveis e improvisar. Afinal, é preciso lugar para os novos objetos que encontram pelo caminho. Eles vão ganhando espaço na que está mais leve ou na que ainda não foi fechada.
Na maioria das vezes não é nada caro ou grande. Elas carregam singelezas, como as conchinhas encontradas naquela caminhada na praia quando foram ver o nascer do sol. São colocadas naqueles bolsinhos de lado, com todo cuidado para não quebrar.
Mas elas curtem essa bagunça. Foi para isso que foram criadas. Para fazer seus donos mais abertos para o desconhecido, para promover o intercâmbio, fazer com que eles se unam mais e aprendam com a diversidade de lugares e pessoas.
Hoje as duas estão cada vez mais juntas. E, quando estão assim, lado a lado, gostariam que aquele tempo nunca acabasse, porque aquele instante é feliz. Mas elas logo entenderam que não precisam ficar tristes quando forem esvaziadas e separadas, porque, desde que uma entrou na vida da outra, esses encontros serão cada vez mais constantes. Elas vão se colocar em situações e lugares onde geralmente não se meteriam.
E aqui fica um aviso para quem ainda não encontrou sua alça metade: não deixe de procurar. Não precisa ser o namorado ou namorada, pode ser aquele amigo da faculdade, o colega de trabalho, o irmão mais novo, o primo distante. É alguém que compartilhe com você as dores e as alegrias de qualquer pequena ou grande aventura.
O que vale é poder contar com alguém para compartilhar experiências. Porque se tem uma coisa que essas mochilas sabem é que juntas a viagem é mais divertida e que desse jeito elas vão cada vez mais longe.
Por Bárbara Lins, do blog Descobertas Bárbaras