Boteco da Diversidade aborda mestiçagem no Mês da Consciência

20/11/2018 14:39 / Atualizado em 28/07/2020 14:45
24 de novembro de 2018

20h30

Preço: Gratis
Local: Sesc Pompeia
Sesc Pompeia – Rua Clélia – Pompeia, São Paulo – SP, Brasil
Mais informações:
Telefone: (21) 2265-9933
Site: http://www.funarte.gov.br/espaco-cultural/teatro-cacilda-becker/

O Boteco da Diversidade ocupa a comedoria do Sesc Pompeia mais uma vez estimulando a diversidade cultural e a defesa dos direitos humanos. A edição de novembro discute o tema Mestiçagem e as construções das identidades étnicas, culturais e políticas no Brasil.

O Boteco conta com a direção artística de Lucélia Sérgio, fundadora da Cia Os Crespos, e acontece no sábado, dia 24, às 20h30. A entrada é gratuita. Só chegar!

O Boteco da Diversidade constrói encontros com individualidades, artistas, temas e formatos inéditos a cada edição
O Boteco da Diversidade constrói encontros com individualidades, artistas, temas e formatos inéditos a cada edição

As ideias mais presentes no imaginário social coletivo quanto à questão da mestiçagem podem ser encontradas em obras como “Casa Grande Senzala” (1933), de Gilberto Freyre, e “O Povo Brasileiro” (1995), de Darcy Ribeiro. Nelas, a compreensão da formação social do Brasil passa por três matrizes étnicas e culturais fundamentais: a indígena, a negra e a europeia. Soma-se a essas ideias a tentativa de pacificação presente no encontro entre essas três matrizes. Esse fator fez com que a mestiçagem passasse a ser lida como seu processo de colonização, contemplando sem restrições e preconceitos contribuições de todas as três raças.

Para possibilitar a análise crítica dessas ideias, uma das maiores referências até hoje é o trabalho de Kabengele Munanga. Intitulado “Rediscutindo a Mestiçagem no Brasil (1999), recupera a complexidade e os inúmeros conflitos presentes na pluralidade racial decorrente do processo colonial brasileiro. Esta produção também apresenta a importância das elaborações dos movimentos negros e das diversas vozes afro-brasileiras na contestação do suposto contexto harmonioso da mestiçagem como parâmetro de identidade nacional.

Assim, esta edição do Boteco da Diversidade aborda a disputa de narrativas sobre os conflitos que envolvem a ideia de mestiçagem no país. Rememorando através da arte e do diálogo as relações entre identidade étnica e identidade política.

As participantes

As artistas, ativistas e pesquisadoras desta edição do Boteco da Diversidade são Lucelia Sergio (direção artística e roteiro), Elaine Bortolanza (produção executiva), Lumumba (cenografia), Girafulô, Dj Sophia e Katú (indígena de ancestralidade Boe/Bororo batizada pelos Guarani Mbya). Midria (poeta, slammer), Jamilê (slammer e atriz), Hilton Cobra (Ator, produtor, gestor cultural e fundador da Cia dos Comuns), Josi Lopes (cantora, atriz, preparadora vocal e diretora musical de espetáculos), Lia Vainer Schucman (mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina e doutora em Psicologia Social pela USP), Alex Ratts (arquiteto, ativista e poeta), Patrícia Juruna (indígena da etnia Juruna do Pará, acadêmica do curso de Antropologia da UFOPA, militante do movimento indígena, membro da CNJI, conselheira da União da Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira – UMIAB), Bianca Santana (autora do livro ‘Quando me descobri negra’) também estarão no Boteco.

Estão presentes ainda Os Crespos (coletivo teatral), Dani Rocha (atriz, dançarina, drag queen e produtora), Jota Mombaça (uma pessoa não binária, nascida e criada no Nordeste do Brasil, que escreve, performa e faz estudos académicos em torno das relações entre monstruosidade e humanidade), Musa Michelle Mattiuzzi (performer, escritora e pesquisadora), Paulete Lindacelva (artista visual e DJ), Psicopretas (Produção independente de cantoras negras da cena do RAP nacional).