‘Brian ou Brenda?’ leva debate sobre identidade de gênero ao palco

Seguidores Catraca Livre e VilaMundo têm 50% de desconto

30/10/2019 17:41 / Atualizado em 28/07/2020 14:39
Até de de
Sexta – Sábado – Domingo
– Sextas e aos sábados, às 21h, e domingos, às 19h
Preço: Comprar
R$ 10 (com desconto)
50%
Local: Viga Espaço Cênico
R. Capote Valente, 1323 – Pinheiros, São Paulo – SP, Brasil
Mais informações:
Telefone: (21) 2265-9933
Site: http://www.funarte.gov.br/espaco-cultural/teatro-cacilda-becker/

Cada vez mais pulsante na sociedade, a discussão sobre identidade de gênero ganha uma abordagem surpreendente em Brian ou Brenda?, com dramaturgia de Franz Keppler e direção de Yara de Novaes e Carlos Gradim, que recria com liberdade ficcional o polêmico caso de David Reimer.

Depois de uma breve passagem pelo CCSP, o espetáculo ganha uma temporada popular no Viga Espaço Cênico, de 25 de outubro a 17 de novembro, com ingressos a R$20. Como seguidores Catraca Livre e VilaMundo sempre têm vantagem, basta apresentar essa matéria na bilheteria para pagar R$ 10 na entrada.

Brian ou Brenda?, de Franz Keppler, reestreia no Viga Espaço Cênico
Brian ou Brenda?, de Franz Keppler, reestreia no Viga Espaço Cênico - ©Heloisa Bortz

Em 1965, nascem os gêmeos Brian e Bruce, que são submetidos a uma cirurgia de fimose aos 8 meses. Durante esse procedimento, o pênis de Brian é acidentalmente cauterizado. Atônitos, os pais procuram o psiquiatra John Money, que defende a tese de que os bebês nasceriam neutros e teriam seu gênero definido pela criação. Ele aconselha a família a fazer em Brian uma operação de redesignação sexual e a educá-lo conforme uma menina.

A criança passa a ser chamada de Brenda. O resultado é uma menina que cresce infeliz em um corpo que não é seu e, ainda adolescente, tenta se matar. Os pais decidem contar a verdade e, então, Brenda resolve ir em busca da real identidade que nunca havia deixado de ter.

Baseada em um episódio conhecido como um dos mais trágicos da psiquiatria, a peça conta a história de Brian.
Baseada em um episódio conhecido como um dos mais trágicos da psiquiatria, a peça conta a história de Brian. - ©Heloisa Bortz

Conhecida como um dos casos mais polêmicos da psiquiatria, a violência sofrida por David Reimer é usada por pesquisadores e instituições de todo mundo para fomentar a discussão sobre identidade de gênero. Os grupos conservadores argumentam que este é um exemplo de que uma pessoa biologicamente nascida com o sexo masculino sempre se identificará como um homem. Já os teóricos de gênero defendem que o sofrimento causado pela tentativa de impor uma identidade a David é o mesmo pelo qual as pessoas transgêneras passam na sociedade conservadora que tenta impor seus padrões.

A encenação mescla fatos reais e ficcionais para propor uma reflexão sobre gênero e o direito às escolhas e desejos de cada um, bem como os limites dos tratamentos médicos e psiquiátricos. O grupo faz questão de frisar o respeito pelas diferentes identidades, colocando a pauta, inclusive, na boca de David. Ao final da trama, por exemplo, ao ser questionado em uma entrevista, ele afirma que não é contra a cirurgia de redesignação sexual, se isso for um desejo de uma pessoa que se sente no corpo errado, contrapondo essa possibilidade ao que aconteceu.

Para celebrar a diversidade e contribuir ainda mais com essa discussão, o elenco escolhido traz Augusto Madeira, Daniel Tavares, Giovanni Venturini, Jimmy Wong, Kay Sara, Lavínia Pannunzio, Marcella Maia e Paulo Campos, pessoas com diferentes origens, condições físicas, etnias e identidades de gênero.