Exposição convida a deitar numa cama, sentir cheiros e ouvir sons

Obras interativas convidam público a ampliar perspectivas sobre os sons

15/04/2019 15:04 / Atualizado em 28/07/2020 14:43
Até de de
Terça – Quarta – Quinta – Sexta – Sábado – Domingo
– Terça a sábado, das 10h às 22, e domingos, das 10h às 20h
Preço: Gratis
Local: Centro Cultural FIESP
Av. Paulista, 1313 – Bela Vista, São Paulo – SP, Brasil
Mais informações:
Telefone: (21) 2265-9933
Site: http://www.funarte.gov.br/espaco-cultural/teatro-cacilda-becker/
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Redes de deitar que badalam sinos; camas com tubos que emitem sons harmônicos; um neon com um verso da música “Divino Maravilhoso”, de Caetano Veloso, e um cheiro de alecrim que remete à canção “Tanto Mar”, de Chico Buarque, integram a exposição Solfejo, que ocupa o Espaço de Exposições na Avenida Paulista 1313.

Trata-se de uma reunião de 29 peças, entre obras e instalações de Felippe Moraes, sendo 13 delas inéditas e criadas especialmente para a mostra. O público pode conferir as obras gratuitamente até o dia 30 de junho, de terça a sábado, das 10h às 22, e domingos, das 10h às 20h.

A nova mostra de Moraes, artista que atualmente reside em Portugal, onde faz doutorado pela Universidade de Coimbra, exibe um recorte de sua produção artística, que lida com noções de som e música.

https://www.youtube.com/watch?v=hAIlEcMV0EE

Formada por obras inéditas e outras já consagradas em seu repertório, a exposição apresenta trabalhos de grande porte, com estruturas de aço e processos técnicos, como afinação acústica e construções especializadas. O nome Solfejo é uma referência à escala tonal, representada pela partitura, as imagens que possibilitam ao estudante“ler” a música que será executada – proposta que coincide com os objetivos de Felippe Moraes.

O artista, que também assina a expografia, cenografia e design gráfico da mostra, trabalha com diversos materiais dependendo da necessidade poética de cada projeto.

A pluralidade de materiais e recursos usados nas obras faz com que Solfejo proponha o máximo de experiências sensoriais com obras imersivas, como Intervalo Harmônico, formada por camas com tubos sonoros nas laterais que emitem pares de notas musicais harmônicas entre si; e Composição Aleatória, uma sequência de oito redes de descanso que, ao serem movimentadas, acionam o som de um sino – obra que reforça a importância do indivíduo num contexto de coletividade e permite a composição de uma música em grupo.

A instalação olfativa “Tanto Mar” permite que o visitante sinta uma essência de alecrim por todo o espaço expositivo. Título homônimo ao da música composta por Chico Buarque, em 1975, faz referência ao trecho específico “manda urgentemente algum cheirinho de alecrim”. A canção faz menção à Revolução dos Cravos, que aconteceu em Portugal no mesmo período em que o Brasil passava pela ditadura militar.

Já a série Desenho Sonoro, criada em 2014, registra o efeito causado pela vibração de diferentes sons sobre uma placa de metal com areia. Os padrões foram captados pelo próprio artista em uma série de fotografias em grande escala. Com tamanhos e suportes acessíveis a pessoas de todas as estaturas, como camas, redes e tubos mais baixos, a mostra também pode ser aproveitada/acessada por crianças. Moraes reforça que a ideia de usar elementos lúdicos desperta a criança que está dentro dos adultos.