Grupo feminista de Pernambuco faz show na Natura Musical

19/09/2019 14:22 / Atualizado em 28/07/2020 14:40
22 de setembro de 2019

19h30

Preço: Comprar
R$ 20 a R$ 60
50%
Local: Casa Natura Musical
Rua Artur de Azevedo, 2134 – Pinheiros, São Paulo – SP, Brasil
Mais informações:
Telefone: (21) 2265-9933
Site: http://www.funarte.gov.br/espaco-cultural/teatro-cacilda-becker/

O espetáculo A Dita Curva, que mistura poesia, dança, performance e música para refletir sobre o feminino faz apresentação única na Casa Natura Musical dia 22 de setembro, domingo, 19h30. Idealizado pela cantora, compositora e dançarina Flaira Ferro, o espetáculo, que é sucesso de público no Recife, une dez artistas pernambucanas.

Os ingressos estão a venda por valores de R$ 20 a R$ 60, mas leitores Catraca Livre e VilaMundo têm aquele descontão lindo. Basta usar o código CATRACALIVRE50 no site de compras, na opção Catraca Livre.

“A Dita Curva” é composta por Aishá Lourenço, Aninha Martins, Flaira Ferro, Isaar, Isadora Melo, Laís de Assis, Luna vitrolira, Paula Bujes, Sofia Freire e Ylana Queiroga
“A Dita Curva” é composta por Aishá Lourenço, Aninha Martins, Flaira Ferro, Isaar, Isadora Melo, Laís de Assis, Luna vitrolira, Paula Bujes, Sofia Freire e Ylana Queiroga - Yuri Lemos

A ideia de “A Dita Curva” é estimular um ambiente de troca e empatia com o público. “Precisamos contar nossa história sem mediadores ou intérpretes. Precisamos falar com nossas palavras sobre o que sentimos, somos e como queremos desfrutar nossas vidas. Esse espetáculo, assim como tantas iniciativas feministas emergentes, traz, por meio da arte, a autonomia da nossa voz. É político, poético e urgente em uma sociedade patriarcal que mata, oprime e silencia nossa existência”, comenta Flaira.

Não há uma linha narrativa tradicional no espetáculo, mas sim uma costura de músicas e textos que discorrem sobre as mulheres, compondo uma passagem de amadurecimento e aceitação. No repertório, estão músicas das artistas rearranjadas, como Ponteada (Laís de Assis), Coisa Mais Bonita e Lafalafa (Flaira Ferro). As novas versões contam com o acréscimo do violino de Paula Bujes, a viola de Laís de Assis e a percussão de Aishá Lourenço.

O espetáculo se opõe às caixas que padronizam a existência em sociedade. Flexível às diferenças, abraça coletivamente a individualidade poética e a potência criativa de cada artista, sugerindo momentos de canto em grupo, solos, duos e quartetos. Desta forma, violino, percussão, violão, viola e teclado transitam por vários estilos musicais, do maracatu ao rock e ao pop eletrônico. Do ponto de vista cênico, as dez mulheres performam em ações e contextos que viram roda, caminhadas lentas, desenhos assimétricos e outras possibilidades cênicas de ocupar o palco com o corpo.

Dez artistas pernambucanas se uniram para criar um espetáculo que mistura poesia, dança, performance e música para refletir sobre o feminino
Dez artistas pernambucanas se uniram para criar um espetáculo que mistura poesia, dança, performance e música para refletir sobre o feminino - Yuri Lemos

“Sem dúvidas, nosso espetáculo promove uma rede de apoio onde conseguimos dar as mãos por meio da arte. E não falo só das artistas que estão em cena, falo de todas as pessoas que, de alguma forma, se conectam com o propósito da cura coletiva do feminino. Quando uma mulher desperta, a energia de cura se espalha por todas as outras pessoas”, comenta a cantora e compositora Ylana Queiroga.

Processo criativo

“Desenvolvemos um formato de ensaio onde, a cada encontro, tínhamos uma preparação corporal guiada por Lilli Rocha e, sempre que necessário, fazíamos rodas de conversa para debater assuntos e caminhos de composição. Tudo com muito respeito e escuta aos diferentes lugares de fala e pontos de vista”, conta Flaira. Para a violinista Paula Bujes, foi interessante perceber que, mesmo com as diferenças, as criações de cada uma se entrelaçaram de maneira potente, unindo música instrumental e vocal, dança, luz e poesia.

 
  - Yuri Lemos

“Todo o espetáculo foi criado conjuntamente, cada artista/compositora/cantora, apresentou suas músicas que precisavam ser ditas naquele momento que estávamos vivendo. E, a partir das músicas, já em ordem de repertório, foram surgindo imagens cuidadosamente colocadas no espaço cênico para que cada um que assistisse pudesse ser tocado pelo todo que compõe A Dita”, explica a diretora artística Lilli Rocha.

Além de se dedicarem à Dita Curva, as artistas já têm uma carreira estabelecida na música. “Eu estou com a turnê do meu segundo disco em andamento, produzindo o meu terceiro disco e, recentemente, acompanhei o Gilberto Gil durante sua passagem pelo Nordeste com a turnê do Refavela 40. A Paula Bujes também tem um projeto solo na UFPE, onde é professora de música; a Isadora Melo lança disco novo ainda em 2019 e também está em turnê com o Cordel do Fogo Encantado; a Aishá toca conosco e compõe a banda do Marcelo Jeneci, também em turnê”, relata a cantora, compositora e pianista Sofia Freire.

Só vamos!
Só vamos! - Yuri Lemos

“Até hoje eu chamo a Dita de A Dita Cura. Se mulheres se reunirem, independente do formato e das atividades que exercem, em todos os segmentos, encontraremos novos mundos possíveis”, defende a cantora, intérprete e atriz Aninha Martins.