Nova temporada da peça ‘Roda Viva’ estreia em São Paulo

Até de de
Sexta – Sábado – Domingo
– Sexta e sábado, 20h
Domingo, 19h
Preço: Comprar
R$ 60 inteira | R$ 30 meia (estudantes, aposentados, professores e artistas) | R$ 25 moradores do Bixiga (necessário comprovante de residência) | R$5 (estudantes secundaristas de escola pública, imigrantes, refugiados, moradores de movimentos sociais de luta por moradia) – limitados à 10% da lotação diária
Local: Teatro Oficina Uzyna Uzona
Rua Jaceguai, 520 – Bela Vista, São Paulo – SP, Brasil
Mais informações:
Telefone: (21) 2265-9933
Site: http://www.funarte.gov.br/espaco-cultural/teatro-cacilda-becker/

Após pausa de carnaval, a peça Roda Viva de Chico Buarque volta a ser encenada pelo Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona a partir do dia 5 de abril até 2 de junho.

Créditos: Jennifer Glass

Criado coletivamente há 6 décadas, por quase 2000 artistas, a companhia completou 60 anos em 2018. A travessia do Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, grávido da primavera de 2018 pra 2019, sincrônica à ascensão do néo-emprearialimo totalitário no estado democrático brasileiro, aposta na paixão popular que sagrou a encenação de RODA VIVA, de Chico Buarque em 1968, reconsagrada em temporada de sucesso em 2018 e 2019.

Em parceria com a Chave VilaMundo, o espetáculo oferece 1 par de VIPs todas as sextas-feiras para o primeiro leitor que escrever um e-mail para chavevilamundo@gmail.com com o assunto “RODA VIVA”. Informe o seu nome e de seu acompanhante e a data da apresentação que gostariam de ver. Espere a confirmação da produção. Promoção válida a partir do dia 12 de abril.

Chico Buarque de Holanda escreveu RODA VIVA depois de assistir O REI DA VELA. O espetáculo de 1967, que revolucionou a encenação teatral no país, é considerado pela crítica como a primeira encenação essencialmente brasileira pois acrescentou em sua montagem elementos anti literários da cultura nacional: circo, revista, literatura surreal, carnaval, a chanchada, a anarquia, o deboche. Lendo RODA VIVA, compreende-se a peça como uma resposta, ou uma proposta alternativa de continuidade para a peça de Oswald de Andrade encenada por José Celso, que foi quem o jovem Chico Buarque, com 24 anos, convidou para encenar seu primeiro texto teatral, juntamente com o cenógrafo e figurinista Flávio Império.

E foi no final de 1967 e início de 68 que o coro de RODA VIVA transformou radicalmente o Teat(r)o Oficina. A multidão que tomou o espaço do protagonismo era uma geração que trazia em si todas as revoluções.

Inaugurou-se ali a linguagem coral no teatro brasileiro, um retorno aos ritos, aos dityrambos gregos, à pré-lógica indígena, a descolonizar e radicalizar o fazer teatral em plena ditadura militar no Brasil, em pleno nascimento da Tropicália, movimento cultural antropófago. Se em 68 o coro de RODA VIVA quebrou a quarta parede entre palco e plateia, misturou e modificou o moderno teatro brasileiro, e consequentemente o teatro contemporâneo, hoje, 50 anos depois, a bola do coro de 68 foi recebida pelo coro de 2018, com a direção de quebrar todas as paredes, em escala urbana. A religação do povo com a Cultura e da Cultura com o povo.

A dramaturgia de Roda Viva é a ascensão e queda de Benedito Silva (Roderick Himeros), cantor e compositor de sucesso inventado e fabricado pela mídia. A trama se desenvolve pelas intervenções do Anjo da Guarda (Gui Calzavara) e do Capeta (Joana Medeiros), que fazem de Benedito o cantor de grande sucesso popular Ben Silver. Mané (Marcelo Drummond), amigo de juventude do protagonista, durante todo o espetáculo fica na mesa de bar, como um fio terra de Benedito que tem sua genialidade fabricada e ininterruptamente monitorada e redirigida pelos índices de popularidade. Assim, Ben Silver, o herói pop é transformado em Benedito Lampião, cantor “bem brasileiro, bem violento, cantando baião e marcando o ritmo na queixada”. Quando ele enfim é devorado pelo coro, sua esposa, Juliana (Camila Mota), o substitui como novo ícone da cultura, mas liberta da formatação, com um acordo cosmopolítico de produção.

Da dramaturgia original, canções que depois tornaram-se famosas no repertório do autor, como Roda Viva e Sem fantasia. Na montagem de 2018 foram incorporadas a obra prima de 2017 Caravanas e a bossa nova Cordão.

A primeira montagem acontece em 1968, ano emblemático de ebulição política e cultural no mundo. Na encenação, Zé Celso dá espaço para um novo agente que leva a dramaturgia adiante: o coro é o grande provocador de Benedito e sua dupla de empresários, já que a entidade múltipla e diversa vai se transfigurando e incorporando os sucessos e fracassos do ídolo construído. Neste 2018, a companhia põe em cena, pra além do show business, a criação e devoração dos mitos e messias do aqui e agora.