Peça sobre Joana D’Arc faz sessões extras no Teatro Oficina
- Até de de
- Quarta – Quinta
– 20h e 22h - Preço: Comprar
- 0
100% - Local: Teatro Oficina
- Rua Jaceguai, 250 – Bela Vista, São Paulo – SP, Brasil
- Mais informações:
- Telefone: (21) 2265-9933
Site: http://www.funarte.gov.br/espaco-cultural/teatro-cacilda-becker/
O espetáculo O Julgamento Secreto de Joana D’Arc encerra sua temporada no Teatro Oficina com duas apresentações extras. Nos dias 19 e 20 de setembro, além das sessões normais, às 20h, o elenco volta ao palco para uma segunda jornada, às 22h.
Em parceria com a Chave VilaMundo, a peça oferece 5 pares de ingressos VIPs para os dias 19 e 20/09 às 22h para os primeiros leitores que enviarem e-mail com o assunto: Joana D’Arc VilaMundo, para chavevilamundo@ gmail.com. Aguarde ser respondido para confirmar o seu ingresso. Promoção sujeita a lotação do teatro.
Com direção artística Fernando Nitsch e musical Miguel Briamonte na direção, o texto de Aimar Labaki foi escrito por encomenda da atriz Silmara Deon. Silmara vive a heroína francesa num trajetória épica que inspira coragem, há mais de 500 anos, onde o verdadeiro embate está entre a ameaça que o feminino pode provocar nas instituições estruturadas a partir do poder masculino.
De forma lúdica, a peça reproduz o ambiente de seu julgamento inquisitório e apresenta a ‘virgem de Orleans’ como uma mulher de estética comum, derrubando padrões e estereótipos impostos pela Igreja, reforçados pela maioria dos filmes e documentários que contam sua história. A peça condensa os últimos quatro meses de vida da heroína, a partir de sua captura e do confronto com o inquisidor Pierre Cauchon, interpretado por Rubens Caribé.
Aimar Labaki explica que não é exatamente a história de Joana D’Arc que a peça apresenta, mas a forma como é espelhada por outros olhos, principalmente os de seu inquisidor. “Esse é um processo político, mas também um julgamento íntimo que deflagra uma crise íntima; a crise de fé de Cauchon. E se tornou metáfora do processo de mediação de cada um de nós para viver o cotidiano, acreditando em algo superior para resolver as questões”, comenta o autor.
A encenação não realista é carregada de força e sensações ao expor o medo do feminino deflagrado por Joana D’Arc. O enredo aborda desde o momento em que ela é capturada pelos borgonheses numa emboscada – quando ia para a batalha em Paris – até sua morte. “Esta é uma história aberta. Existem muitas versões de um mesmo fato, portanto temos liberdade de apresentar ‘nossa Joana’ com reflexos nos dias de hoje, representando todas as mulheres, seja ela da época da inquisição ou do mundo atual. Para isso, temos um recurso épico, além do fato da condução deste julgamento ser, por natureza, um grande circo de horrores”, argumenta o diretor Fernando Nitsch.
As personagens de O Julgamento Secreto de Joana D’Arc mantêm seus nomes reais, mas ganharam personalidades inventadas, subjetivas, abrindo uma licença poética para o inquisidor que, na encenação, faz visitas à prisioneira na cela, cheio de dúvidas e curiosidades, demonstrando fascínio pela sua determinação. E, vislumbrando a possibilidade de projeção no seu primeiro julgamento importante, Cauchon não percebe que também é uma peça de manipulação no jogo, onde somente um veredito seria possível.
Joana reunia atributos que incomodavam. Era mulher, analfabeta e uma guerreira com um carisma arrebatador, cuja liderança ganhava fama. Carregava armadura, espada e estandarte (em cima de um cavalo), comandava soldados, lutava nas batalhas e conquistava propósitos absolutamente masculinos numa época em que para a mulher não era permitida nenhuma expressão. Segundo Fernando Nitsch, a peça revela essa mulher determinada, que buscava a verdade, acima de tudo, e acreditava ter a missão de libertar a França.