Projeto do Coletivo Sarau na Quebrada traz  uma série de encontros virtuais exaltando o samba na periferia

O VilaMundo é uma iniciativa do Instituto Acqua, em parceria com a Catraca Livre

A Poesia Sambada na Quebrada é um projeto do Coletivo Sarau na Quebrada e traz  uma série de encontros virtuais exaltando o samba na periferia. O primeiro evento será nesta quinta-feira (17/06) às 20h na página do Facebook do coletivo.

Encontros virtuais do Poesia Sambada na Quebrada acontecem todas às quintas até 8 de julho. Foto: Divulgação Coletivo Sarau na Quebrada- Ivani Albuquerque.
Créditos: Foto: Divulgação Coletivo Sarau na Quebrada.
Encontros virtuais do Poesia Sambada na Quebrada acontecem todas às quintas até 8 de julho. Foto: Divulgação Coletivo Sarau na Quebrada- Ivani Albuquerque.

O coletivo atua no Jardim Santo André, em Santo André, desde 2011 e como outras iniciativas das periferias enfrenta desafios que perpassam questões ideológicas,  cuja narrativa legitimada é um modelo que sistemicamente exclui outros. O caminho percorrido , para além de criar um espaço de livre manifestação artística, foi fomentar o debate sobre direitos culturais na favela e fortalecer outros grupos com suas diversas vertentes artísticas e culturais entrelaçando uma rede.

Dando continuidade à ampliação dessa rede, o projeto Poesia Sambada na Quebrada foi contemplado no edital PROAC Nº33/2020, promoverá o encontro de artistas, poetas e músicos da região ABC. Sem aglomeração, os encontros virtuais ocorrerão toda quinta-feira, às 20h, encerrando-se no dia 8 de julho. Haverá em todas as lives a presença da Bateria Ritmonstro, propondo um encontro intergeracional e um intercâmbio de vivências entre o sarau e outros convidados.

Fundada em 2015 por torcedores da Sociedade Esportiva Vila Suíça – Santo André, a Bateria Ritmonstro, tinha o intuito de trazer e formar novos ritmistas para compor o quadro da bateria, no entanto a ideia inicial tomou outra dimensão, estabelecendo-se como um projeto social que proporciona gratuitamente à região vivências com os ritmos percussivos e ensino de ritmos brasileiros às crianças, tornou-se um ponto onde novo e o ancestral coexistem e a perpetuação da cultura afro é continuamente vivificada.

O samba que tem seu berço na Bahia do século XIX, da combinação dos ritmos africanos, surgiu das festas que os pretos faziam cantando e tocando instrumentos em roda. Levado para o Rio de Janeiro por migrantes da Bahia, ex escravizados, o samba, como outras manifestações, era proibido e criminalizado por ser dos povos pretos, por isso era feito dentro de casa, a exemplo, o casarão da mãe de santo Hilária Batista de Almeida ou Tia Ciata como era conhecida e é lembrada até hoje, é uma referência marcante na linha da história do samba, um lugar de festejo e nascedouro de grandes sambistas, como seu neto Bucy Moreira, que aprendeu com ela vários segredos dessa magia.

Difundido nas periferias continua resistindo, preservando saberes e ao mesmo tempo se mutando nas encruzilhadas dos encontros, cujos saraus vão sendo o novo terreiro da magia que é o samba.  Mediada pelo articulador e produtor Cultural Neri Silvestre essa roda virtual traz a presença do intérprete de samba e presidente da S.E Vila Suíça, Luiz Carlos (Nunuca); o professor e Coordenador do Centro de Estudo Periféricos, Tiaraju Pablo D’Andrea; o poeta performático Edson Almeida; a multiartista e produtora cultural Lília Reis; a rapper e assistente Social Márcia Rimação; o rapper Nego Dabes e o escritor poeta e barbeiro Hélio Neri.

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