Duas novas exposições no Masp encerram ciclo sobre cultura afro

Mostras "Pedro Figari: Nostalgias Africanas” e “Lucia Laguna: Vizinhança” seguem em cartaz até março de 2019

Por: Redação

Até 10 de março de 2019

Terça - Quarta - Quinta - Sexta - Sábado - Domingo

Às terças-feiras, das 10h às 20h, e de quarta a domingo, das 10h às 18h.

R$35 (inteira) e R$17 (meia-entrada), no entanto, às terças a visitação é grátis durante todo o dia

Site: masp.org.br

Telefone: (11) 3149-5959

Atenção, fãs de arte! Duas novas exposições no Masp – Museu de Arte de São Paulo estreiam no dia 14 de dezembro, com a missão de encerrar com chave de ouro o ciclo temático das “Histórias Afro-Atlânticas”, que pautou a programação do museu ao longo de 2018. São as mostras “Pedro Figari: Nostalgias Africanas” e “Lucia Laguna: Vizinhança”, que seguem em cartaz até 10 de fevereiro e 10 de março, respectivamente.

Em 2019, programação do Masp será pautada pelo ciclo “Histórias das Mulheres, Histórias Feministas”
Créditos: Eduardo Ortega - divulgação
Em 2019, programação do Masp será pautada pelo ciclo “Histórias das Mulheres, Histórias Feministas”

O museu pode ser visitado às terças-feiras, das 10h às 20h, e de quarta a domingo, das 10h às 18h. Os ingressos custam até R$35 e dão direito a visitar todas as mostras em exibição no espaço. Vale lembrar que a entrada é gratuita às terças.

Quando essas exposições chegarem ao fim, o Masp inaugurará o ciclo “Histórias das Mulheres, Histórias Feministas”, que conduzirá as atividades do museu ao longo de todo o ano de 2019.

Nostalgias Africanas

Em cartaz no segundo subsolo, a exposição “Nostalgias Africanas” reúne 63 telas do pintor, advogado e escritor uruguaio Pedro Figari (1861-1938), que retratou os costumes da população afro no Uruguai – para além do mundo do trabalho, da natureza e do erotismo.

As obras estão divididas em seis conjuntos temáticos. Os dois primeiros são dedicados às festas populares, com destaque para o candomblé; o terceiro retrata cenas interiores nos conventillos, habitações coletivas que funcionavam como centro de resistência negra, sobretudo entre o final do século 19 e o começo do século 20; o quarto e o quinto revelam flagrantes de festas de casamento e cerimônias fúnebres; e o sexto bloco trata da nefasta escravidão e a celebração de sua abolição.

Comparado aos impressionistas franceses, Figari usava pinceladas soltas em suas obras e não estava interessado em detalhar semblantes ou criar narrativas bem-acabadas. O trabalho dele articula historicamente o passado ao resgatar a riqueza cultural da população afro-uruguaia.

A curadoria do projeto é assinada por Mariana Leme, curadora assistente do Masp, e Pablo Thiago Rocca, diretor do Museo Figari, que emprestou para a exposição parte do seu acervo junto com o Museo Nacional de Artes Visuales.

Vizinhança

Já a exposição “Vizinhança”, em cartaz no primeiro subsolo do museu, reúne 21 obras feitas entre 2012 e 2018 pela artista brasileira Lucia Laguna, com 77 anos, que descobriu a pintura somente depois que se aposentou como professora de literatura e língua portuguesa e latina. Essa vocação surgiu quando ela passou a frequentar os cursos livres da Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Laje, no Rio de Janeiro. A curadoria da mostra é de Isabella Rjeille.

Os trabalhos de Lucia Laguna estão relacionados à observação de seu entorno e são indissociáveis do local onde foram feitas, seu ateliê-casa no bairro carioca de São Francisco Xavier. Muitas das cenas retratadas foram observadas da janela desse estúdio.

Um dos destaques é a pintura “Paisagem nº 114” (2018), feita especialmente para a exposição, que mescla fragmentos de obras do acervo do próprio Masp, uma visão lateral do edifício projetado por Lina Bo Bardi, os famosos cavaletes originais de vidro do museu e as plantas do jardim da artista.

Histórias Afro-Atlânticas

Com recorde de público na atual gestão do Masp, a exposição coletiva “Histórias Afro-Atlânticas”, que esteve em cartaz no museu entre os meses de julho e outubro, recebeu cerca de 180.000 visitantes. Outras 138.000 pessoas visitaram o Instituto Tomie Ohtake, que exibiu outra parte da mostra. A curadoria é de Adriano Pedrosa, Lilia Schwarcz, Ayrson Heráclito, Hélio Menezes e Tomás Toledo.

A coleção sobre os fluxos e refluxos da escravidão dos povos atlânticos ganhou recentemente o grande prêmio da crítica da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) e foi indicada pelo crítico Holland Cotter, do jornal americano New York Times, como a melhor exposição de 2018.