Roda Viva ganha última (e curta) temporada no Teatro Oficina

Espetáculo estreia última temporada para comemorar sua 'sobrevivência' a 2019, ano de tantas censuras nas artes

Por: Redação

O histórico Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, apresenta pela última vez a remontagem “Roda Viva”, de Chico Buarque, com curtíssima temporada em sua sede no Bixiga, no centro de SP, até 26 de janeiro.

As apresentações acontecem às sextas e aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 19h, com ingressos vendidos por até R$ 60. O espetáculo ganha ainda sessões extras nos dias 25 e 31 de dezembro, celebrando ter sobrevivido a 2019.

Montagem original de “Roda Viva” completou 50 anos em 2018
Créditos: Jennifer Glass/Divulgação
Montagem original de “Roda Viva” completou 50 anos em 2018

Com direção de Zé Celso, a montagem narra a ascensão e a queda de Benedito Silva, transformado pelas figuras do Anjo da Guarda e do Capeta no fenômeno Bem Silver, um cantor e compositor de sucesso fabricado pela indústria cultural. Ele tem sua genialidade pautada e monitorada pelos índices de popularidade na mídia.

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Depois de todo sucesso, o herói pop é novamente moldado em Benedito Lampião, cantor de música nordestina. E, finalmente, é devorado pelo coro da peça e substituído por sua esposa Juliana, que vira o novo ícone da cultura. A trilha sonora traz sucessos de Chico Buarque que surgiram da própria dramaturgia na montagem original, como “Roda Viva” e “Sem Fantasia”, além de outras canções mais recentes, como “Caravanas” e “Cordão”.

A peça questionadora de Chico Buarque foi escrita em 1986 durante o ápice da Ditadura Militar brasileira. A dramaturgia era uma espécie de resposta para a icônica montagem antropofágica de Zé Celso e Renato Borghi para “O Rei da Vela”, de Oswald de Andrade.

Depois de assistir a esse espetáculo, o cantor e dramaturgo convidou o Teat(r)o Oficina para montar “Roda Viva” junto com o famoso cenógrafo e figurinista Flávio Império (1935-1985).

O elenco principal da peça é formado por Roderick Himeros, Camila Mota, Guilherme Calzavara, Joana Medeiros, Marcelo Drummond e Vera Barreto Leite; e o coro antropofágico, por Cafira Zoé, Carol Castanho, Clarisse Johansson, Cyro Morais, Danielle Rosa, Fernanda Taddei, Isabela Mariotto, Kael Studart, Kelly Campello, Lucas Andrade, Marcella Maia, Marcelo Dalourzi, Mayara Baptista, Nash Laila, Nolram Rocha, Sylvia Prado, Tony Reis, Tulio Starling, Viviane Clara e Zé Ed.

Já a banda conta com a participação de Amanda Ferraresi (violoncelo), André Santana (bateria), Carina Iglecias (percussão), Felipe Botelho (baixo), Giuliano Ferrari (piano), Ito Alves (percussão) e Moita Mattos (guitarra).

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