Exposição no CCBB celebra 100 anos do multiartista Athos Bulcão

Mostra reúne mais de 300 trabalhos em várias linguagens. Sessão interativa permite ao público aplicar azulejos feitos pelo artista na superfície de prédios

Até 15 de outubro de 2018

Domingo - Terça - Quarta - Quinta - Sexta - Sábado

De quarta a segunda, das 9h às 21h

Grátis

O talentoso artista carioca Athos Bulcão (1918-2008) destacou-se na azulejaria, na pintura, nos desenhos, nas fotomontagens e na confecção de cenários e figurinos para o teatro. Inclusive, um de seus notáveis painéis de azulejos encontra-se no Memorial da América Latina. Intitulada “100 Anos de Athos Bulcão”, a nova exposição no CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil, no Centro de São Paulo, apresenta um panorama da carreira desse multiartista entre 1º de agosto e 15 de outubro.

A visitação acontece de quarta a segunda-feira, das 9h às 21h, com entrada grátis. Por meio de um aplicativo criado especialmente para a mostra, o público é convidado a interagir com algumas obras e apropria-se dos projetos do artista.

Com curadoria de Marília Panitz e André Severo, a mostra oferece ao público a oportunidade de conhecer o processo de produção de Bulcão e de entender como ele estabelece a relação entre arte e arquitetura por meio de mais de 300 trabalhos, desenvolvidos entre 1940 e 2005, como pinturas, gravuras, desenhos e painéis de azulejo.

Outros destaques são uma série de croquis feitos pelo artista para o grupo de teatro carioca O Tablado; os figurinos das óperas “Amahl” e “Os Visitantes da Noite”, do italiano Gian Carlo Menotti (1911-2007); os seus parâmetros litúrgicos modernistas; e os lenços que desenhou quando estava em Paris, na França. Ao longo da mostra há ainda reproduções em escala de alguns relevos acústicos e divisórias utilizadas em prédios públicos, que unem funcionalidade e originalidade, marcas do trabalho de Bulcão.

Essas obras estão divididas em oito núcleos. O primeiro, A Cor da Fantasia, exibe trabalhos mais figurativos (e menos conhecidos) do artista. Uma série de pinturas produzidas na década de 1960 para a Catedral de Brasília, aproxima as festas profanas com imagens religiosas. Há também trabalhos realizados no final da vida, quando o tema do Carnaval é frequente.

As fotomontagens e colagens que deram origem a elas são o foco do núcleo Devaneios em preto e branco. Aqui há uma aproximação do artista com experimentações surrealistas. A terceira seção, É tudo falso, explora a ideia defendida por Bulcão de que não existe originalidade. Há na sala uma coleção de esculturas de bichos, uma foto do artista segurando uma máscara, pinturas, gravuras e “pinturas objetos”.

Em A Geometria e a Poesia, é possível observar a variada paleta de cores de Athos Bulcão a partir de obras desenvolvidas entre o final dos anos de 1960 e os anos de 1990. Há telas, estudos para painéis de azulejo, desenhos e gravuras que trabalham os conceitos de coerência e diversidade.

A forma reinventada e seus modos de usar reúne as experiências do artista em diversos campos, como capas de revistas e livros, ilustrações de jornais, projetos de estamparia em lenços, capas de discos e os figurinos feitos para o teatro. Em Construções/Montagens: a invenção de uma forma de integração da arte à arquitetura, é possível observar o método do artista, sua precisão e sua abertura para o inesperado a partir de obras pensadas para cidades no Brasil e no mundo.

Na seção Interagir com Athos Bulcão, transformar a cidade, o público pode, por meio de projeções de imagens, aplicar os azulejos feitos pelo artista sobre a superfícies de vários prédios. Já em Rastros de Athos Bulcão estão obras de artistas que foram influenciados direta ou indiretamente pelo homenageado.