Exposição no Tomie Ohtake reúne 40 obras de Helena Trindade

Mostra ‘A Letra é Traça da Letra’ é composta por quatro instalações com obras que usam o alfabeto para criar diferentes narrativas

Até 19 de agosto de 2018

Domingo - Terça - Quarta - Quinta - Sexta - Sábado

De terça-feira a domingo, das 11h às 20h

Grátis

A artista carioca Helena Trindade, que costuma incorporar tipos do alfabeto a diferentes narrativas e suportes, exibe seu trabalho na exposição “A Letra é Traça da Letra”, em cartaz no Instituto Tomie Ohtake, de 13 de julho a 19 de agosto. A visitação acontece de terça a domingo, das 11h às 20h, com entrada grátis.

Com curadoria de Glória Ferreira, a mostra é composta por quatro instalações em grandes dimensões, que reúnem cerca de 40 trabalhos entre esculturas, vídeos, fotografias e objetos. O público também terá a oportunidade de assistir a uma performance inédita de Helena Trindade na abertura da exposição, que acontece no dia 12 de julho, a partir das 20h.

As obras têm a proposta de romper a forma linear da escrita e tratar a letra como vetor de significados. Elas estão organizadas de modo que cada instalação provoca um diálogo com as demais. A instalação “A Letra É a Traça da Letra” é formada por um dicionário etimológico (sobre a origem das palavras) perfurado com pequenos tipos de máquina de escrever, como se tivesse sido comido por traças. Outro destaque dessa seção é o “Alfabeto Traça”, um código feito com teclas de máquina de escrever que não corresponde a nenhum idioma conhecido.

Já (“A)MOR” discute diferentes aspectos desse sentimento a partir da escultura “Insular”, construída com recortes retirados da instalação citada anteriormente, e vídeos projetados no chão (“Afastamentos” e “Díptico A-M-O-R”).

Em (a)MURO, dois muros são (des)construídos a partir de estênceis de letras em alusão a aspectos do funcionamento da linguagem. A instalação é uma referência à obra do psicanalista francês Jacques Lacan (1901-1981), que teoriza sobre um “muro de linguagem que se opõe à fala” e propõe a ideia de “(a)mur”, a combinação das palavras “amor” e “muro”.

Por fim, “Medida de Todas as Coisas” exibe 22 objetos que mostram as várias referências da obra de Trindade. O nome da instalação evoca a seguinte citação do filósofo grego Protágoras: “O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são”. Outras menções da artista nesta seção são obras do poeta catalão Joan Brossa, do filósofo alemão Martin Heidegger, da artista brasileira Lygia Clark e do pintor barroco italiano Caravaggio.

Formada em arquitetura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Helena Trindade já teve seu trabalho exposto em várias instituições nacionais e internacionais, como Paço Imperial, Funarte, Oi Futuro, Centro Cultural São Paulo e Museu da República, no Brasil; e Universidade da Cidade de Nova York, nos Estados Unidos; Escola de Arte de Avignon, na França; Universidade de Coimbra, em Portugal, entre outras.