ADIADA: ‘O Pasquim 50 anos’ faz homenagem ao jornal carioca

Por conta da propagação do vírus COVID-19, todas as unidades do Sesc-SP estarão fechadas até o dia 31 de março

Por: Redação

O charmoso Sesc Ipiranga recebe a exposição gráfica “O Pasquim 50 anos“, que comemora o aniversário de meio século do debochado jornal carioca, que se tornou símbolo do jornalismo alternativo durante a Ditadura Militar brasileira (1964-1985).

A exposição ocupa toda a unidade com diferentes formatos que contam a história dos 50 anos do Pasquim.

Com curadoria de Zélio Alves Pinto e Fernando Coelho dos Santos, Sesc Ipiranga comemora cinquentenário da publicação ao revisitar sua história
Créditos: Guilherme de Sousa
Com curadoria de Zélio Alves Pinto e Fernando Coelho dos Santos, Sesc Ipiranga comemora cinquentenário da publicação ao revisitar sua história

“O Pasquim 50 anos”

Na área de convivência, a intervenção “O Som do Pasquim” leva discos de vinil lançados ao longo da história do jornal.

Com fones de ouvidos e banquinhos, você pode escutar obras como a primeira gravação de “Águas de Março”, de Tom Jobim, ou Caetano Veloso lançando Fagner e até mesmo Jorge Ben e Trio Mocotó com participação de Leila Diniz.

Na mostra “O Pasquim 50 anos“, ainda rola ouvir o LP “Anedotas do Pasquim” com piadas contadas por Ziraldo, Chico Anisio, Golias e Zé Vasconcelos.

No mesmo espaço musical, uma linha do tempo apresenta 50 capas e textos complementares, que proporcionam uma viagem pelo tempo entre 1969 e 1991, ano da última publicação do jornal.

Nas paredes do solário, no quintal da unidade, frases lema que foram publicadas em todas edições, entre elas “Pasquim, um jornal a favor do contra” e “Na terra de cego quem lê Pasquim é rei” são expostas na expo “O Pasquim 50 anos”.

Jovial e debochado, O Pasquim se tornou símbolo do jornalismo alternativo durante a ditadura civil-militar brasileira, regime instaurado entre 1964 e 1985
Créditos: divulgação
Jovial e debochado, O Pasquim se tornou símbolo do jornalismo alternativo durante a ditadura civil-militar brasileira, regime instaurado entre 1964 e 1985

Estruturas giratórias que apresentam quadrinhos de diferentes artistas também são destaque na exposição. Cerca de 12 produções inéditas trazem histórias da patota contadas por artistas como Paulo Caruso, Luiz Gê, Miguel Paiva e Pryscila Vieira.

Em uma mesa-vitrine do galpão da exposição “O Pasquim 50 anos”, você pode conferir fotos, livros e revistas selecionados pela curadoria.

Além de poder ouvir histórias dos colaboradores em um telefone e redigir suas ideias em uma máquina de escrever.

Totens em tamanho real espalhados na área principal apresentam nomes como Millôr, Chico Buarque, Caetano Veloso, Vinicius de Moraes, Jô Soares e Elke Maravilha.

Outras duas salas da exposição “O Pasquim 50 anos” brincam em com as diferentes formas que os redatores trabalhavam as temáticas da época.

O ar cômico e irreverente d’O Pasquim desafiava os preceitos morais da elite carioca
Créditos: reprodução
O ar cômico e irreverente d’O Pasquim desafiava os preceitos morais da elite carioca

Na sala Pasquim Ativista, cartazes e placas com frases cobrem as paredes e rememoram o comprometimento do semanário com assuntos como a sustentabilidade, anistia e as diretas já.

O segundo espaço de “O Pasquim 50 anos”, chamado Pasquim Incorreto, é composto por módulos que lembram monóculos, e traz recortes de diversos conteúdos que fizeram parte da publicação.

Para conferir toda essa mega exposição “O Pasquim 50 anos”, basta visitar o Sesc Ipiranga até 12 de abril de 2020, de terça a sexta, das 9h às 21h30; sábados, das 10h às 21h30; domingos e feriados, das 10h às 18h30. A entrada é gratuita.

Um pouco de história…

O Pasquim surgiu no final da década de 1960 como um projeto do cartunista Jaguar e dos jornalistas Tarso de Castro e Sérgio Cabral. Seu ar cômico e irreverente desafiava os preceitos morais da elite carioca.

A exposição gráfica, que conta a história do semanário ocupa toda a unidade do Sesc Ipiranga com diferentes formatos
Créditos: reprodução
A exposição gráfica, que conta a história do semanário ocupa toda a unidade do Sesc Ipiranga com diferentes formatos

A publicação tinha reportagens e artigos comportamentais que falavam sobre sexo, drogas e divórcio, conquistavam leitores e promoviam discussões singulares para a época.

Responsável por realizar um jornalismo mais oralizado, o semanário ficou conhecido por suas longas entrevistas, feitas principalmente em ambientes festivos, cheias de intromissões dos colaboradores.

As reuniões de pauta do Pasquim uniam jornalistas, cartunistas e intelectuais como Millôr Fernandes, Ziraldo, Chico Buarque, Vinícius de Moraes, Glauber Rocha, Henfil, entre vários outros.

Com curadoria de Zélio Alves Pinto e Fernando Coelho dos Santos, a abertura da exposição “O Pasquim 50 anos” acontece conjuntamente ao lançamento da página do Jornal na plataforma digital da Biblioteca Nacional, a qual disponibilizará todas as edições do periódico para pesquisa.

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