Festival Acessa reúne mais de 50 atrações e celebra a diversidade!
Evento virtual e gratuito traz arte e debates sobre acessibilidade no meio artístico. Confira a programação:
Até 31 de outubro de 2022
Todos os dias
Diversos horários (confira a programação completa no site)
Com espetáculos, rodas de conversa, oficinas e debates protagonizados por artistas com deficiência, a segunda edição do Festival Acessa BH ocorre com o intuito de trazer o assunto da inclusão e da acessibilidade às pautas e à prática cotidiana. Em cartaz até o dia 31 de outubro, esse eventásso acontece de forma virtual (assista aqui) e também presencial, em Belo Horizonte.
Já passaram pelo evento artistas como o compositor arranjador e multi-instrumentista brasileiro Hermeto Pascoal e a atriz Jéssica Teixeira, com o espetáculo “E.L.A”, que teve passagem pela 8ª Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, além de um currículo com mais de 30 espetáculos, em performances e vídeoperformances. A programação ainda conta com o Maestro João Carlos Martins, seguida de apresentação da artista e jornalista Brisa Marques.
O QUE ESPERAR DA PROGRAMAÇÃO
Em cartaz até outubro, o festival traz companhias e projetos reconhecidos internacionalmente! Esse ano o evento se expande, passando de cinco para cerca de cinquenta atividades na programação. Além de promover quatro debates, quatro oficinas (inscreva-se aqui), cinco rodas de conversa, vinte e seis apresentações de artes cênicas, quatro de música, duas de literatura, uma mostra de processo e o pré-lançamento de um festival teatral.
Na programação presencial do festival, que ocupa a capital mineira, artistas e grupos da cidade ganham destaque convidando o público mais uma vez a olhar não só para diferentes corpos, mas também para a diversidade, com o protagonismo também de artistas mulheres e LGTBQIA+.
O Coletivo Desvio Padrão, de São Paulo, também colore essa edição. Composto por pessoas que transitam nas pontas da curva normal: cegos, videntes, surdos e ouvintes atuantes em linguagens diversas do campo da cultura, o Coletivo está na programação com os espetáculos “Só se fechar os olhos” e “Para além do gesto”, em sessões mediadas com o público em duas versões da mesma história. Sendo a primeira concebida para o público com deficiência visual, e a segunda para o público com deficiência auditiva.
ESCOLA DE GENTE
Idealizado por Claudia Werneck, jornalista e ativista brasileira de direitos humanos pioneira na disseminação do conceito de sociedade inclusiva (ONU) na América Latina, o projeto Escola de Gente também marca presença na segunda edição do Acessa BH com bate-papo com plena acessibilidade digital, onde junto aos representantes do “Os Inclusos e Os Sisos – Teatro de Mobilização pela Diversidade”, trazem como pautas o teatro acessível e a inclusão na arte. Além de apresentar um novo projeto de alcance nacional que envolve o grupo e a Escola da Gente: o ETA Festival! – Esquetes de Teatro Acessível, online, gratuito e ao vivo.
BRASIL E ARTE ACESSÍVEL
No Brasil, de acordo com o Censo de 2010, quase 46 milhões de brasileiros, cerca de 24% da população, se declararam com algum grau de dificuldade em pelo menos uma das habilidades investigadas ou possuíam alguma deficiência intelectual.
Frida Kahlo, Toulouse-Lautrec, Herbert Vianna, Hellen Keller, Marcelo Rubens Paiva, Jamie Brewer, Ryan O’Connell são alguns dos nomes que até hoje não são lembrados por de fato possuir algum tipo de deficiência e muitas vezes ocultados historicamente por suas verdadeiras realidades.
O levantamento do IBGE também aponta que a inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho ainda é um obstáculo. Apenas 28,3% delas em idade de trabalhar (14 anos ou mais de idade) se posicionam na força de trabalho brasileira. Entre as pessoas sem deficiência, o índice sobe para 66,3%.
A desigualdade também aparece no nível de escolaridade: quase 68% da população com deficiência não tem instrução ou possui o ensino fundamental incompleto, índice que marca 30,9% para as pessoas sem nenhuma das deficiências investigadas.
Quando se trata de programações culturais, enxergamos temporadas de espetáculos e festivais com apenas uma sessão com recursos de acessibilidade. Ou ainda, sessões exclusivas para pessoas com deficiência. Apesar de alguns projetos trazerem como princípio a acessibilidade desde o início de suas produções, eles ainda são minorias. Apesar da popularização dos intérpretes de Libras, tudo ainda se trata sobre preencher protocolos, quando a Lei de Incentivo à Cultura Federal exige medidas de acessibilidade para pessoas com deficiência em todos os projetos. Mas apenas contar com um intérprete de Libras não é suficiente. “Não ter um material de divulgação adequado, ou não informar que haverá intérprete de Libras, ou colocar o intérprete num cantinho, praticamente fora do palco, de forma que a pessoa com deficiência auditiva não consiga ver a cena e o intérprete ao mesmo tempo, com facilidade”, explica Daniel Vitral, co-idealizador do Festival Acessa.
Demais, né?! Então não esqueça de conferir a programação completa do Festival Acessa e curtir tudo!
Confira outro rolê incrível: