Festival Cultura de Boteco toma conta do Museu da Imigração neste final de semana

Evento conta com dez dos melhores bares de diferentes regiões da cidade, que apresentam receitas de destaque em seus cardápios, além de atrações musicais

Bora celebrar os bons momentos vividos em conversas regadas a um chopinho gelado tirado na hora, com direito a petiscos maravilhosos? É nesse clima de bebemoração que o Festival Cultura de Boteco desembarca pela primeira vez na zona leste de São Paulo, nos dias 4 e 5 de maio, no Museu da Imigração.

Com entrada gratuita, o festival foi idealizado em 2016 pela Sociedade Paulista de Cultura de Boteco (SPCB), sob comando do jornalista Miguel Icassatti, como uma forma de enaltecer a cultura dos botequins, que estão entre as instituições gastronômicas mais autênticas de São Paulo.


O Consulado Mineiro é mais uma estrela que vai marcar presença no Festival Cultura de Boteco. Desde 1991, este boteco tem sido um emblema da hospitalidade mineira, transformando cada refeição em um encontro cultural repleto de sabor e tradição
Créditos: Reprodução | Instagram @spculturadeboteco
O Consulado Mineiro é mais uma estrela que vai marcar presença no Festival Cultura de Boteco. Desde 1991, este boteco tem sido um emblema da hospitalidade mineira, transformando cada refeição em um encontro cultural repleto de sabor e tradição

O festival vai ocupar os jardins do histórico imóvel no qual funcionou a Hospedaria dos Imigrantes do Brás e que atualmente acomoda um dos museus mais frequentados por paulistanos e turistas.

Em sintonia com esse tema da imigração, dez dos melhores bares de diferentes regiões da cidade terão alguns itens em seus cardápios que trazem a herança de família e a diversidade de origens. Além, é claro, de atrações musicais para toda a família.

Marcando presença nos dois dias de festival, temos o Soul Botequim, que leva ao evento porções já consagradas na casa como o caldinho de feijão, as famosas croquetas da vó Juventina e a panelinha de cogumelos (opção vegana).

Já o Família Kariri, que tem na gastronomia nordestina uma de suas especialidades, terá seu baião-de-dois como destaque em seu cardápio, nas versões tradicional e vegetariana.

Ainda sem tirar o pé do Nordeste, temos o Rota do Acarajé que é conhecido pela qualidade de seu bolinho que dá nome à casa, que vem com vatapá, camarão seco e saladinha.

O Rota do Acarajé leva ao festival o seu bolinho que dá nome à casa, que vem com vatapá, camarão seco e saladinha
Créditos: Reprodução | Instagram @spculturadeboteco
O Rota do Acarajé leva ao festival o seu bolinho que dá nome à casa, que vem com vatapá, camarão seco e saladinha

Para os carnívoros de plantão, não vão faltar opções: o Hilda Botequim, especialista em receitas regionais, terá seu tradicional sanduíche de lagarto; o Real Linguiçaria, vem de Bragança Paulista e traz na bagagem suas receitas com linguiças produzidas de forma artesanal pela charcuteira Patricia Polato; e o Dr. Costela, que terá seu sanduíche de costela artesanal como um de seus destaques durante o evento. 

Também marcam presença no festival, o Carlinhos Restaurante que é comandado pela família Yaroussalian, de ascendência armênia, trará seus arais de carne e de queijo com zaatar, além de mini enrolado de kafta. E o Fôrno, que leva suas  deliciosas coxinhas de pastrami com grana padano.

Completam a escalação de botecos: o Mortadela Brasil, que leva seus tradicionais sanduíches de mortadela e pernil, pastéis e bolinho de bacalhau; e o Consulado Mineiro e suas iguarias com o sabor de Minas Gerais, como a galinhada e o pastéis de angu com queijo.

O Hilda Botequim, especialista em receitas regionais, terá seu tradicional sanduíche de lagarto durante o festival
Créditos: Reprodução | Instagram @spculturadeboteco
O Hilda Botequim, especialista em receitas regionais, terá seu tradicional sanduíche de lagarto durante o festival

Boteco sem música, não é boteco

Como boteco sem trilha sonora não faz o menor sentido, a programação musical também tem muita coisa boa pra aproveitar nos dois dias de festival.

No sábado, às 14h, sobe ao palco a cantora e compositora colombiana Victoria Saavedra. Radicada no Brasil, ela traz no repertório rimos latino-americanos como a champeta, o porro chocoano e a cumbia, além de elementos da música brasileira presentes em seus dois discos, “Remanso entre Raízes” (2017) e  “Peripécias” (2022).  

Já às 16h30, é hora do show de uma dupla que é referência na música produzida no norte do Brasil: Felipe Cordeiro convida seu pai, Manoel Cordeiro, para um show com muita guitarrada, tecnobrega e cumbia.

Felipe é considerado pioneiro na fusão de estilos populares paraenses com a vanguarda pop, e tem uma história repleta de participações com grandes nomes, como Arnaldo Antunes, Tulipa Ruiz, Foguinho e Psirico. Já Manoel é músico, compositor e produtor musical, e gravou mais de 800 discos de artistas de diferentes estilos, em especial com os da Amazônia.  

Abrindo o evento e intercalando os shows, se apresenta o DJ Jef Rodriguez. Vindo diretamente da Bahia, apresenta repertório inspirado no hip-hop, com referências de afrobeat, samba e música jamaicana, além do Spiritual, gênero musical de resistência oriundo dos negros escravizados nos Estados Unidos, que deu o nome do seu último EP lançado.

DJ Jef Rodriguez, Victoria Saavedra, Felipe e seu pai Manoel Cordeiro, Joss Dee, Roberta e o Bando de Lá, e muitas outras atrações estão garantidas na programação do Festival Cultura de Boteco
Créditos: Divulgação
DJ Jef Rodriguez, Victoria Saavedra, Felipe e seu pai Manoel Cordeiro, Joss Dee, Roberta e o Bando de Lá, e muitas outras atrações estão garantidas na programação do Festival Cultura de Boteco

No domingo, os shows começam a partir das 14h com a apresentação de Roberta e o Bando de Lá. Cantora, produtora e um dos grandes nomes do samba em São Paulo, Roberta Oliveira é a idealizadora de várias rodas de samba da cidade, como Samburbano, na Santa Cecilia, e a Roda de Moça, na zona sul.

Junto do grupo Bando de Lá, já dividiu o palco com grandes nomes de diferentes segmentos musicais, além da participação do bloco Breg’s Nice ao lado de Sidney Magal e Gretchen por sete anos seguidos.

Às 16h30 é a vez de Siba, com participação de Alessandra Leão, ambos pernambucanos. Cantor e compositor recifense conhecido por participar da banda Mestre Ambrósio, Siba se apresenta junto de seu quarteto, trafegando pela cultura popular pernambucana e mostrando seu repertório da nova geração do maracatu e dos cirandeiros.

Fecha a programação, o DJ Joss Dee, angolano radicado no Brasil que mescla gêneros da sua terra natal, como kuduro e afro house, e elementos da música brasileira. Beatmaker e produtor musical, Joss lançou seu último disco, “Funkeiro Kudurista”, com a participação de vários artistas da cena carioca.

Ao longo dos dois dias, a  Mestre de Cerimônia Mana Bella conduz os visitantes pelas atrações do festival introduzindo os shows.