Lasar Segall ganha retrospectiva inédita no Sesc 24 de Maio

São 87 obras, entre pinturas e desenhos, divididas por tons cromáticos

Até 05 de março de 2019

Terça - Quarta - Quinta - Sexta - Sábado - Domingo

De terça a sábado, das 9h às 21h, e aos domingos e feriados, das 9h às 18h

Grátis

Site: sescsp.org.br

Telefone: (11) 3350-6300

A nova exposição do Sesc 24 de Maio é focada em um dos mais importantes artistas do século 20. Lasar Segall (1889-1957) dedicou-se a retratar os dramas das populações desterradas, sobretudo nas desventuras e nas tradições judaicas.

Retrato de Lasar Segall
Créditos: Divulgação - Sesc 24 de Maio
Retrato de Lasar Segall

Com curadoria de Maria Alice Milliet , a mostra gratuita “Lasar Segall: ensaio sobre a cor” reúne 87 obras do artista, entre desenhos e pinturas, além de fotografias e documentos. Os desenhos e pinturas estão divididos em quatro grupos, separados de acordo com diferentes esquemas cromáticos.

Em Angústia: a cor emoção, uma produção mais expressionista retrata os dramas migratórios. Entre 1910 e 1923, o pintor dedicou-se a representar os refugiados, os pobres e as prostitutas. As cores predominantes nesta seção são os roxos, os azuis profundos, os rosas macerados e os amarelos biliosos.

Obra “Refugiados”, de Lasar Segall, pintada em 1922
Créditos: Coleção Museu Lasar Segall – IBRAM_MinC, foto Jorge Bastos
Obra “Refugiados”, de Lasar Segall, pintada em 1922

Outra seção é Sob o signo dos trópicos: a paleta nacional .As obras de 1924 a 1935 refletem o mergulho de Lasar Segall no modernismo brasileiro, com obras carregadas de vermelhos, ocres terrosos e verde.

Obra “Menino com Lagartixas”, pintada em 1924 por Lasar Segall
Créditos: Coleção Museu Lasar Segall - IBRAM_MinC, ft jorge bastos
Obra “Menino com Lagartixas”, pintada em 1924 por Lasar Segall

Em Compaixão: a não cor, que contempla as décadas de 1930 e 1940, o público se depara com os horrores da II Guerra Mundial. O sofrimento da época está contigo nos tons são ocres, acinzentados e pretos temperados por verdes e rosas rebaixados. Os desenhos são fluidos, impulsivos e desesperados.

Desenho Original do Caderno Visões de Guerra, de Lasar Segall, na década de 1940
Créditos: Coleção Museu Lasar Segall – IBRAM_MinC, foto Sérgio Guerini
Desenho Original do Caderno Visões de Guerra, de Lasar Segall, na década de 1940

Por fim, em Introspecção: a “cor Segall”, as obras concebidas entre meados de 1940 e 1957 refletem sua vida em um refúgio nas montanhas de Campos de Jordão. As cores ficam mais sutis, com o pintor explorando tons baixos, como azuis, verdes e amarelos. Os visitantes podem ver representações de matas, animais e cabanas na floresta, remetendo a lugares míticos do folclore da Europa do Norte.

Pintura “Favela” (1954), de Lasar Segall
Créditos: Coleção Clarissa Segall foto jorge bastos
Pintura “Favela” (1954), de Lasar Segall

Lasar Segall nasceu em 1889, em Vilna, capital da atual República da Lituânia, na época sob o domínio do Império Russo. De família judaica, vivenciou desde cedo as restrições impostas aos judeus. Seu pai, além de comerciante, exercia a função de escriba dos textos sagrados da Torá. O constante temor pelos surtos de violência contra os membros da comunidade levou o jovem, que já demonstrava talento para o desenho, a tentar a vida longe dali. Ele emigrou para o Brasil em 1923.