Cultura negra no Rio: três espaços culturais para conhecer

Anote essas dicas e conheça três espaços pretos, poderosos e históricos!

16/12/2019 16:33 / Atualizado em 24/07/2024 23:08

Já parou para pensar em quantos centros culturais que valorizam a cultura negra você já foi visitar esse ano no Rio? Ou quantos você conhece?

Isso é muito sintomático: 51% da população fluminense não se considera branca e mesmo assim vemos pouca representação cultural afro-brasileira por aí.

Muitos espaços nos apresentam a cultura afro-brasileira, mas em quantos desses nós fomos durante esse ano?
Muitos espaços nos apresentam a cultura afro-brasileira, mas em quantos desses nós fomos durante esse ano?

Ir a esses roteiros com influências da cultura negra e conhecer um pouco mais da nossa própria história é importante, uma vez que somos o segundo maior país de população negra do mundo!

Para exaltar a afro-brasilidade do Rio, montamos uma lista com três espaços culturais pra lá de interessantes e carregados de história – e todos têm entrada gratuita!

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Considerado o maior cemitério de escravos das Américas, era ali onde fica hoje o Instituto que eram enterrados os pretos novos, escravos recém-chegados da África que não aguentavam os maus tratos da viagem.

Hoje a casa funciona como centro de propagação da cultura negra no Rio para o resgate da história da cultura africana e oferece cursos e oficinas, além de uma biblioteca sobre a temática negra.

Onde hoje se encontra o IPN, corpos foram jogados em valas e queimados e a área servia também como depósito de lixo, o que revela o tratamento indigno aos africanos escravizados
Onde hoje se encontra o IPN, corpos foram jogados em valas e queimados e a área servia também como depósito de lixo, o que revela o tratamento indigno aos africanos escravizados

O sítio arqueológico foi descoberto em 1996, quando moradores reformavam a casa. Arqueólogos identificaram milhares de fragmentos de restos mortais de jovens, homens, mulheres e crianças, todos africanos recém-chegados.

É possível que tenham sido enterrados de 20 a 30 mil pessoas, embora nos registros oficiais esses números sejam menores, 6.122 entre 1824 e 1830.

Este relato revelado pela historiografia e trazido à luz pela Arqueologia, repleto de desrespeito e dor, ainda é desconhecido por muitos, pois não é contado em todas as escolas e nem sequer é mencionado nos livros de história que têm a escravidão como tema.

Onde: Rua Pedro Ernesto, 34 – Gamboa
Quando: Terça a sexta, das 13h às 18h. Para visitar aos sábados, domingos e feriados, é preciso agendar pelo telefone (21) 2516-7089.

Hilária Batista da Silva, conhecida como Tia Ciata, cozinheira e mãe de santo nascida na Bahia, é uma das figuras mais influentes da cultura negra do Rio, no início do século 20.

Era ela quem realizava encontros entre os músicos e religiosos filhos de santo, e nessas seções a música dava o tom.

Músicos importantes como Donga e Pixinguinha eram frequentadores assíduos das rodas, e dizem as boas línguas que “Pelo Telefone”, primeiro samba gravado em disco, foi escrito em um desses encontros.

A Casa da Tia Ciata é um espaço de divulgação da cultura negra no Rio para manter viva a memória da dama do samba. Uma exposição permanente sobre a veterana do samba é a principal atração do espaço.

Onde: Rua Camerino, 5 – Centro
Quando: Terça e quinta, das 14h às 17h; sexta, das 14h às 18h30.

Instalado na Casa da Guarda, no Jardim Suspenso do Valongo, o espaço tem como objetivo principal resgatar e preservar os valores da cultura negra da antiga Pequena África, região que hoje abriga os bairros da Saúde, Gamboa, Santo Cristo e parte do Centro.

Essa região foi a primeira morada dos africanos e seus descendentes que chegaram ao Rio e hoje se encontram comunidades remanescentes de quilombos da Pedra do Sal e Santo Cristo.

O Centro Cultural Pequena África busca e ampliar a atuação no resgate e preservação da cultura afro-brasileira na região
O Centro Cultural Pequena África busca e ampliar a atuação no resgate e preservação da cultura afro-brasileira na região

O espaço realiza encontros periódicos, com rodas de samba, atividades culturais e debates, em um processo de resgate para a valorização da história e da cultura negra do Rio de Janeiro e do Brasil.

Onde: Rua Camerino, 7 – Centro
Quando: Terça e quinta, das 14h às 17h; sexta, das 14h às 18h30.

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