Gibraltar, uma das joias da Coroa Britânica
Território britânico em plena Espanha, no extremo sul da Península Ibérica. Mesmo a Espanha mantendo a reivindicação do estreito, a população gibraltina e a Coroa Britânica não sedem, permanecendo sob domínio inglês. Cartagineses, Romanos, Vândalos, Mulçumanos e Espanhóis contribuíram com a colonização do local, além é claro dos ingleses. O tratado de Utrecht (1713) rege a permanência de Gibraltar como território britânico.
Como território britânico, Gibraltar tem seu poder executivo partilhado pelo Governador, designado pela Rainha do Reino Unido, e pelo seu governo autônomo, presidido por um Ministro Principal. Desde a adoção das cartas constitucionais de 1969 e de 2006, este último desenvolveu a sua autonomia em diversos aspectos, embora os assuntos de defesa, relações externas, segurança interna e finanças sejam competências reservadas ao Governador de Gibraltar.
Como chegar
Existem várias formas de chegar em Gibraltar, mas todas deverão passar pela Alfândega do território.
Seguimos de Marbella, localizada a 81 quilômetros de distância, pela A7 até San Roque onde pegamos a CA-34 em direção de La Línea de La Concepción, última cidade antes da fronteira com Gibraltar.
La Línea mais parece “coisa” de filme mexicano! Pensamos que estávamos na fronteira do México com os EUA. A cidade em si é muito simples, não vi hotéis, mas existe algumas pousadas. Particularmente não ficaríamos nenhum dia hospedado por ali. As ruas de La Línea parecem abandonadas. Seus prédios lembram os conjuntos habitacionais do Brasil, carros antigos em péssimo estado de conservação estacionados pelas ruas. Não é uma paisagem que o turista gostaria de ver, mas passamos bem por lá.
Estacionamos o nosso carro em um “parquiamiento” próximo a rodoviária de La Línea e, mais uma vez “bateu” aquele calafrio de não encontrarmos mais o carro na volta.
Seguimos em direção à fronteira e já na Alfandega (do lado espanhol) podemos ver que as coisas não eram tão ruins assim. Nenhum problema em atravessar o lado espanhol, seguimos para a Alfandega Britânica. Nenhum problema também, passamos bem por lá e seguimos ao ponto dos tradicionais ônibus britânicos vermelhos. Ué! Estamos em Londres! Gibraltar é chamado por muitos como “little britain”, mas confesso que está longe disso!
Dentro do ônibus seguimos para os pontos turísticos da península, pelo menos é o que achávamos. Pegamos o ônibus errado! Porém uma senhora, muito atenciosa (britânica) nos interpelou e explicou o que tínhamos que fazer para chegar a Upper Rock.
Já adentrando o território britânico de Gibraltar a sensação de segurança foi aumentando. Descemos sem saber onde estávamos, mas por pura sorte acertamos! A parada era bem no Centro, na Rua Main Street.
Logo que descemos do ônibus nos deparamos com a bela e tranquila Conven Place que fica localizada entre as Ruas Main Street e Line Wall Rd.
Seguimos em direção ao “Cable Car”, o bondinho que leva até o topo da Upper Rock Nature Reserve.
Dica: Não compre passeios turísticos com as várias companhias que estão ao lado da Alfandega ou nos caminhos que levam a Upper Rock. Você pode fazer tudo a pé e se divertir mais, tendo tempo para ver e fazer o que quiser.
Outra dica: Na compra do seu bilhete, é melhor comprar só a subida, pois a descida é bem tranquila depois que você visitar por último o Moorish Castle.
A primeira coisa que você vê quando chega ao topo é a grande esplanada para visualização de toda península. É soberba a vista 360⁰ de lá.
De todos os ângulos você avista o mar, seja o Mediterrâneo ou a baía de Gibraltar. Vale a pena fotografar na exaustão a Baía de Catalan Bay e Sandy Bay. O Marrocos é avistado do Top of the Rock (esplanada), mas o melhor ponto para avista-lo é sem nenhuma dúvida do O’Hara’s Battery.
Dica: Se for caminhar, leve muita água, ela é essencial por causa do calor.
O Top of the Rock está há mais ou menos 400 metros de altitude e, seguindo em direção (por trilha) a O’Hara’s Battery, que está há mais ou menos 450 metros de altitude, uma caminhada de 20 minutos, bem cansativa no calor escaldante de 40⁰C, você terá uma visão sublime do Marrocos e do mediterrâneo. Vale a pena a caminhada.
No meio do caminho entre a Top of the Rock e o O’Hara’s você passará pela Victoria Battery, que é nada mais nada menos que um refúgio-canhoneiro de outrora.
Descendo pela trilha seguimos em direção as famosas St Michael’s Cave. Maravilhosas! As luzes dos holofotes coloridos parecem dançar para você. Um dos melhores locais de Gibraltar com toda a certeza. Além disso, o ambiente é muito fresco, o que alivia o calor e ajuda a repor as energias para a próxima caminhada.
Vale lembrar que nestas cavernas há concertos sinfônicos por terem uma acústica única e natural.
Nessa altura do passeio você pode escolher entre seguir para Jews’Gate, Mosque, Europa Point, Little Bay, Camp Bay, 100 Top Gun ou simplesmente seguir para os Grandes Tuneis! (Great Siege Tunnels). Por que escolher entre um e outro caminho? Porque ficam de lados opostos. Quando escolher um dos lados, deixará de ver o outro no mesmo dia.
Seguimos para Great Siege Tunnels. Passamos pela“City Under Siege”, WWII Tunnels, Princess Carolines Battery (vista fantástica do aeroporto de Gibraltar), Moorish, Castle e Casemates.
Todos estes pontos turísticos serviram de base durante a Segunda Grande Guerra e vale muito a pena visita-los.
Descendo pela “cidade velha”, não sei porque chama assim, toda Gibraltar parece ser igual na arquitetura e a Main Street e adjacências esperam por você para as compras!
Gibraltar é zona franca, por tanto tudo é mais barato do que na Espanha, mas muita atenção no que comprar! Bebidas e cigarros são regulados ao extremo pelos guardas espanhóis da fronteira.
Visite a Casamates Square, uma praça repleta de restaurantes, pubs e bares nem tanto ao estilo inglês.
Seguindo pela Glacis Road você chegará até a Marina Bay, onde um centro comercial com várias lojas e pubs estão à sua espera.
Pela Winston Churchill Avenue você atravessará a pista do aeroporto de Gibraltar (experiência muito legal) e chegará até a Alfandega.
Gibraltar é um bom lugar para visitar, reserve de 2 a 3 dias para curtir todas as atrações que existem por lá.
E quando voltamos… Nosso carro estava no lugar que deixamos sem nenhum problema, então concluímos que La Línea pode não ser bonita, atrativa e aconchegante, mas não é a “fronteira entre México e Estados Unidos”.
Por Edi Marques & Flavia Ghelli, do site Mala para Dois – Dicas de Viagens & Lifestyle