Origami é inspiração para pesquisa científica

O origami, aquela arte japonesa de transformar pedaços de papel em dobraduras complexas, vai muito além dos tsurus, que representa uma ave sagrada daquele país.

Como fazer barquinho de papel e outras dobraduras para passar o tempo

Unidas à matemática e à engenharia, peças microscópicas de origami podem ser adaptadas e usadas até mesmo na medicina. Isso porque pesquisadores têm estudado a técnica e descoberto que regras matemáticas podem ser aplicadas às dobraduras.

Tsurus coloridos deixados por visitantes no Parque Memorial da Paz de Hiroshima, no Japão

Segundo artigo de Thomas de Hull, professor associado de matemática da Universidade Western New England, ao desdobrar um tsuru, por exemplo, você vai ver o padrão de vincos que ficou no papel. Essas dobras são o segredo de como o papel se transformou no pássaro, e esse segredo é pura matemática. Há até um teorema criado a partir dos padrões dos vincos das dobraduras, o Teorema de Maekawa.

Outra aplicação do origami na ciência é o Mapa Miura-Ori, um padrão de dobras em que uma mesma forma é dobrada repetida diversas vezes, facilitando o abrir e fechar de um mapa. Mas o astrofísico japonês Koryo Miura não estava pensando em melhorar a vida do turista quando o criou. Ele usou esse projeto como uma maneira de implantar grandes painéis solares que iam se abrindo sozinhos em pleno espaço sideral.

Há várias linhas de pesquisas inspiradas pelo mapa Miura-Ori. Uma de suas aplicações hipotéticas, segundo o professor Hull, seria a medicina.

“Objetos de gel autodobráveis minúsculos poderiam ser usado em bioengenharia. Imagine uma droga anticâncer fechada em uma bola de origami autodobrável. A bola está programada para se desdobrar somente quando entrar em contato com um tumor. Em seguida, a droga pode ser entregue no ponto exato, sem envenenar outras partes do corpo do paciente”, explica o professor, em artigo publicado no site “The Conversation”.

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