Descarte de lentes de contato requer planejamento específico

Nos EUA, fabricante disponibiliza cerca de 2.000 pontos de coleta em clínicas oftalmológicas

Na hora do descarte de lentes de contato, não pode haver miopia.

Olho vivo ao jogar fora esses pequenos aliados da visão que substituem os óculos: o destino final deles não pode ser o lixo reciclável comum tampouco a pia ou o vaso sanitário, para que não acabem parando em rios e oceanos e contaminem o ambiente.

Nos Estados Unidos, já existe um programa de reciclagem das lentes. Esse projeto foi implementado justamente porque 20% dos americanos descartam – ou descartavam – as lentes de contato usadas na privada ou na pia.

O problema é que as lentes atuais, ao contrário das que eram de vidro, são feitas da mistura de diversos tipos de polímero, como acrílico, silicone e hidroxietil metacrilato.

Mesmo quando descartadas na parte de plásticos do lixo reciclável, elas têm grandes chances de poluir o ambiente na forma de microplásticos, uma vez que, por serem muito pequenas, costumam escapar ao pente-fino das centrais de reciclagem.

O programa de descarte de lentes de contato dos EUA foi criado pela fabricante Bausch + Lomb, em parceria com a TerraCycle, empresa especializada em soluções para resíduos cuja reciclagem é mais complicada.

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Os Estados Unidos têm um programa de descarte de lentes de contato
Créditos: Shutterstock/Tatiana Kochkina
Os Estados Unidos têm um programa de descarte de lentes de contato

Pela iniciativa, foram espalhadas lixeiras coletoras em clínicas oftalmológicas do país, somando cerca de 2.000 pontos de descarte de lentes de contato.

No total, o número de lentes depositadas nesses locais, bem como suas embalagens, já ultrapassou 1 milhão de unidades.

Depois de limpo, o material passa pela separação do componente metálico das embalagens de sua parte plástica; tanto esta como as lentes em si são então derretidas para ser remodeladas como outros produtos de plástico.

Batizado de One by One (um por um), o programa americano de descarte de lentes de contato se compromete ainda a doar US$ 1 (R$ 4) a cada 453 g (1 libra) de lentes recebidas, para uma organização mundial de prevenção à cegueira, a Optometry Giving Sight.

Enquanto não temos um programa parecido no Brasil, a dica é usar o lixo comum mesmo – não no reciclável nem no compostável.

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Curadoria: engenheiro Bernardo Gradin, presidente da GranBio e especialista em soluções sustentáveis.

Em parceria com qsocial