Preenchimento labial desencadeia doença rara em jovem
Doença rara foi descoberta após inchaço incomum tratado como alergia
Submetida a um procedimento de preenchimento labial, a jovem empresária Pamela Andrade, de 24 anos, sofreu um forte inchaço no rosto tratado, inicialmente, como uma possível alergia ao produto aplicado.
O inchaço, no entanto, descobriu-se dias depois, estava associado a uma doença genética rara. “É normal inchar, mas não daquele jeito. Me levaram ao hospital, tiraram fotos e nunca tinha acontecido nada daquela forma”, contou em entrevista.
Ainda de acordo com Pamela, o inchaçou perdurou durante oito dias, o que a levou a investigar os motivos da reação. Em uma consulta com um alergologista, Pamela realizou um exame de sangue que constatou uma condição conhecida como angioedema hereditário, doença genética rara, razão do inchaço incomum após o procedimento estético.
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O diagnóstico trouxe à tona respostas para episódios clínicos ocorridos no passado. Desde a adolescência, ela sofria com inchaço, que por muito tempo foi relacionado erroneamente pelos médicos como alergia alimentar.
Crise que a levaram ao hospital quando tinha 17 anos. “Uma vez ficou bem feia a alergia, mas sempre foi tratada como algo alimentar. Aplicavam corticoide, mas não dava resultado”, recorda.
O que é angioedema hereditário?
Doença genética rara caracterizada por episódios recorrentes de acúmulo de fluidos fora dos vasos sanguíneos, o angiodema hereditário bloqueia o fluxo normal de sangue ou fluido linfático e causando inchaço dos tecidos das mãos, pés, membros, face, trato intestinal, ou via aérea.
Esses sintomas se desenvolvem como resultado da deficiência ou funcionamento inadequado de certas proteínas que ajudam a manter o fluxo normal de fluidos através de vasos sanguíneos muito pequenos. Em alguns casos, o líquido pode se acumular em outros órgãos internos.
Em quadros críticos, de acordo com a ONG Rare Disease, esse inchaço nas vias aéreas pode levar à obstrução e resultar uma complicação potencialmente séria.
O angioedema hereditário afeta homens e mulheres em igual número. Os sintomas geralmente começam na primeira infância. As áreas do corpo mais comumente afetadas incluem mãos, pés, pálpebras, lábios e/ou genitais. Estima-se que um em 50.000 a 150.000 indivíduos tenham esse distúrbio em todo o mundo.